Henrique Drummond diz que o amor é a coisa maior do mundo. E do        nosso ponto de vista o amor é a coisa maior em Deus. Sem amor Sua        justiça nos condenaria; Sua santidade nos afastaria de Sua presença        e Seu poder nos destruiria. O amor é a única esperança        dos pecadores e nossa maior preocupação deve ser a descoberta        do amor de Deus para conosco.      
Quanto à Sua natureza moral, diz-se que Deus é duas coisas:        luz e amor. "Deus é luz". 1 João 1:5. Nas Escrituras as trevas        simbolizam o pecado e a ignorância, e a "luz" é símbolo        de santidade e de entendimento. "Deus é amor". 1 João 4:8.        Luz e amor são perfeições que se equilibram na Sua        natureza. Sendo que Deus é luz, Seu amor não é fraqueza        de boa índole nem indulgência de boa natureza. Porque Deus        é luz, Seu amor é um amor santo, e não um simples sentimento.        O amor de Deus nunca entra em conflito com Sua santidade. Desde que Ele        é luz, nunca o pecado de Seu povo é desculpado, "Porque o        Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho".        Hebreus 12:6.      
O amor de Deus pode ser definido como um princípio eterno de Sua        natureza pelo qual Ele é movido a conferir bênçãos        eternas e espirituais. O amor é a causa que move todos os Seus atos        de misericórdia e graça. O amor de Deus é a prova de        que todas as coisas operam para o bem final do Seu povo; ele é a        base de toda a Sua atividade de redenção.      
CARATERÍSTICAS DO AMOR DE DEUS      
1. Seu amor é eterno. "Porquanto com amor eterno te amei, por isso        com benignidade te atraí". Jeremias 31:3. Aqui o segredo da atração        do pecador a Deus é explicado. Ele atrai porque Ele ama. "Bem-aventurado        aquele a quem escolhes, e fazes chegar a ti". Salmo 65:4. O amor que nos        comprou, também nos procurou, e trouxe-nos a um lugar de segurança,        até mesmo ao Propiciatório... Jesus Cristo. Nunca houve tempo        quando Deus não amasse Seu povo, e nunca haverá tal dia. Ele        nos amou tanto antes de sermos salvos quanto após sermos salvos,        "em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores".        Romanos 5:8.      
2. Deus é imutável. Deus não muda nem pode haver mudança        em Seu amor. "Como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até        o fim". João 13:1. O amor de Deus por Seu povo não teve princípio        e, bendito seja Seu nome, ele jamais terá fim. É como o próprio        Deus, de eternidade a eternidade. O argumento principal de Paulo pela segurança        do salvo é que nada pode nos separar do amor de Deus... nada na sepultura        do passado, nada nos perigos do presente nem nada no ventre do futuro. O        amor de Deus não é sujeito a mudança.      
O amor de Deus não varia, nem conhece final; donde corre, sempre        corria, do trono manancial.      
3. O amor de Deus é soberano. Isto é auto-evidente. Deus        é soberano, consultando Seu próprio prazer majestoso, e operando        todas as coisas conforme o conselho de Sua vontade. Portanto, segue-se que        Seu amor é soberano. Ele, por Si mesmo, escolhe os objetos de Seu        amor. Se ama a Jacó e odeia a Esaú, quem O critica? Se ama        o pecador caído e odeia o anjo caído, quem interrogará        o Seu direito de agir de tal maneira? Se é verdade que Ele "compadece-se        de quem quer, e endurece a quem quer". Romanos 9:18. "Quem és tu,        que a Deus replicas"? Romanos 9:20.      
Nada há no pecador que faça Deus amá-lo; ninguém        pode reivindicar o direito do amor divino; Seu amor é soberano e        de graça. O que existia no pecador que atraísse o coração        de Deus? Absolutamente nada! A verdade é que tudo merecia Sua ira;        tudo pelo que talvez me odiasse. O único motivo de Sua atração        por nós foi Seu querer, Seu desejo.      
4. O amor de Deus é eficaz. Isto é óbvio, pois é        o amor do Todo-Poderoso. Grande é o significado de ser amado por        Deus. Muitas vezes somos amados pelos que não podem nos ajudar. Eles        não têm a capacidade de fazerem por nós o que desejariam        fazer. Tal amor é insuficiente pela falta de poder para torná-lo        eficaz. Dario amava a Daniel, mas não tinha o poder para salva-lo.        Mas nós somos amados pelo Todo-Poderoso, a quem nada é difícil.        Os objetos do amor de Deus são eternamente seguros. Aquele que se        assegura do amor de Deus, assegura-se também duma morada celestial.      
A pergunta fundamental é esta: Como posso saber se Deus me ama?        Como posso estar certo de que tudo opera para o meu bem? A resposta: Certifique-se        de que ama a Deus. Meu amor por Deus evidencia o Seu amor por mim. "Nós        o amamos a ele porque ele nos amou primeiro". 1 João 4:19. Seu amor        em nós criou nosso amor por Ele. "O amor é de Deus; e qualquer        que ama é nascido de Deus e conhece a Deus". João 4:7.      
MANIFESTAÇÕES DO AMOR DE DEUS      
Deus é amor e Ele manifesta o que Ele é. Não existem        atributos divinos vãos em Deus. Não há tal coisa como        amor secreto. O amor se mostra exteriormente, quer seja de Deus, quer seja        do homem. O amor é um princípio ativo e vivo da vida.      
1. O amor de Deus pelo pecador manifestou-se na dádiva de Seu Filho.        O amor doa. O amor dá de que tem de melhor. Deus amou de tal maneira        que deu Seu Filho unigênito. Cristo amou à igreja de tal maneira        que deu-Se a Si mesmo por ela. Efésios 5:25 . O Bom Pastor dá        a Sua vida pelas Suas ovelhas. João 10:11. Como um judeu típico,        Nicodemos pensava que Deus amava somente aos judeus, mas nosso Senhor lhe        disse que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito,        para que todo aquele que nEle crê (judeu ou gentio) não pereça,        mas tenha a vida eterna. Até serem ensinados de outra maneira, os        próprios apóstolos de Cristo pensavam que o rebanho estava        entre os judeus, mas o Senhor os corrigiu dizendo: "E dou minha vida pelas        ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco;        também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha        voz, e haverá um rebanho e um Pastor". João 10:15-16. As ovelhas        para os judeus estavam num rebanho, uma circunscrição cerimonial        que os distinguia dos gentios. As ovelhas para os gentios não tinham        sido sujeitas às leis cerimoniais. Ao salvar as ovelhas entre os        judeus, Cristo as tirou do rebanho (judaísmo), e as fez um com as        ovelhas entre os gentios que ouviram Sua voz, havendo assim somente um rebanho        e um Pastor. Todo o povo de Deus é um em Cristo, pois, "não        há judeu nem grego; não há servo nem livre; não        macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus".        Gálatas 3:28. Isto não ensina que não existe esferas        diferentes no serviço de Deus, mas antes que todos são salvos        por uma salvação comum.      
2. O amor de Deus é manifesto no novo nascimento. Por natureza somos        filhos da ira; mas por um nascimento sobrenatural nos tornamos filhos de        Deus. "Não são os filhos da carne que são filhos de        Deus". Romanos 9:8. João diz: "Vede quão grande amor nos tem        concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus". 1 João        3:1. Não somos apenas chamado filhos, mas somos feito filhos de Deus        pelo novo nascimento. Somos filhos dum chamado divino: o chamado eficaz        que vem com o novo nascimento.      
3. O amor de Deus é manifesto na disciplina. A disciplina é        uma expressão e prova de amor. "Porque o Senhor corrige o que ama,        e açoita a qualquer que recebe por filho". Hebreus 12:6. Aqui está        a prova de que nenhum filho de Deus é perfeito. Todos precisam        de açoite. A palavra corrigir significa; treinar um filho, criá-lo,        e a palavra açoitar significa surrar. Os filhos necessitam de treino        e açoites, e o amor de Deus nos dará o que necessitamos. A        correção vem da mão amorosa dum Pai sábio: a        condenação vem dos lábios retos dum Juiz santo e justo.        Quando os santos são confrontados por causa do pecado, eles são        corrigidos por um Senhor para não serem depois condenados com o mundo.        1 Coríntios 11:32. A correção não é prazerosa,        mas é proveitosa; ela multiplica os frutos de retidão e nos        faz participar da Sua santidade. Hebreus 12:10-11.      
VÁRIOS ASPECTOS DO AMOR DE DEUS      
Alguns teólogos falam de vários tipos de amor divino, mas        preferimos pensar de um princípio divino com várias emoções,        de acordo com o objeto que há de receber Seu amor. Apreciamos o que        Dr. Kerfoot tem a dizer sobre este assunto:      
"Se o objeto do amor é amável, então a emoção        de amor é complacência. Se o objeto precisa de bondade ou beneficência,        a emoção é benevolência. Se o objeto encontra-se        em estado de angústia, a emoção é de compaixão        ou piedade, etc. Do mesmo modo que o princípio fundamental do fogo        é o mesmo seja qual for a matéria consumida, assim o amor        divino sempre se baseia no mesmo princípio".      
1. Quando o amor de Deus atua sobre Si mesmo ou sobre criaturas inocentes,        este é um amor de complacência. É este o aspecto de        Seu amor para com Seu Filho em quem Se compraz, e em quem sempre se deleita.        Seu amor pelos anjos é do mesmo tipo, um amor de complacência        e deleite.      
2. Quando o amor de Deus é para com o pecador, como objeto que precisa        de misericórdia, então é manifesto em forma de piedade        e compaixão. Os santos eram por natureza filhos da ira, mas Deus        que é rico em misericórdia, por causa de Seu amor para conosco,        nos vivificou juntamente com Cristo. Efésios 2:3-5. Em misericórdia        Ele desperta o pecador morto para a vida, e esta maravilhosa misericórdia        é resultante de Seu grande amor. O grande amor pelos pecadores resulta        em misericórdia e graça abundante. Uma prostituta suja, embriagada        que enchia o ar com gritos e palavras obscenas, era arrastada pela rua por        dois policiais. De repente uma linda senhorita bem vestida saiu e a beijou.        Num momento de lúcido espanto, a vil criatura perguntou estupefata:        "Por que me beijou?" "Por amor", respondeu a jovem. Será tal exemplo        de amor uma surpresa? Então lembre-se que a distância moral        entre Deus e o pecador é muito além desta; mas Ele ainda curva-Se        para dar o beijo da reconciliação.      
Que grande amigo é meu Jesus. Tão santo, bom e terno! Sem        outro igual, é o Seu poder e o seu amor supremo. Para esta ovelha        sem vigor, olhou com simpatia; e sua tão bondosa mão, serviu-me        então de guia.       
Revisão 2004: David A Zuhars Jr
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