Assim o Senhor os dispersou dali por toda a terra, e pararam de construir a cidade. (Gn 11.8).
Aparentemente,  trata-se de um zigurate, ou seja, uma enorme pirâmide babilônica com  terraços em toda a volta. As escavações arqueológicas encontraram várias  construções desse tipo, sendo a mais antiga datada do terceiro milênio  antes de Cristo.
O  que teria desagradado a Deus em relação à torre de Babel? Afinal, o  avanço tecnológico se deve ao gênio inventivo dos seres humanos, criados  à imagem de Deus. O que estaria errado então? O erro está na motivação  egoísta de seus construtores.
Primeiramente,  eles são culpados por terem desobedecido a Deus. Deus havia deixado uma  ordem aos seres humanos: "Encham e subjugam a terra". Essa ordem foi  repetida após o dilúvio (1.28; veja também 9.1). Os descendentes de Noé  inicialmente obedeceram, mas quando alcançaram a planície da  Mesopotâmia, "ali se fixaram" (1 1.2). Em vez de explorar a terra e  desenvolver todo o seu potencial, eles se acomodaram e preferiram ficar  ali, em segurança. O mundo sofre até hoje as conseqüências dessa  desobediência. Ainda não resolvemos o problema da energia nem inventamos  uma maneira mais barata de dessalinizar a água do mar para irrigar os  desertos e alimentar os famintos.
Segundo,  a construção da torre foi um ato de arrogância de seus construtores.  "Nosso nome será famoso", eles disseram, "e não seremos espalhados pela  face da terra", pois vamos construir "uma cidade, com uma torre que  alcance os céus" (1 1.4). Insatisfeitos em permanecer dentro dos limites  terrenos, eles desejavam chegarão céu, a morada de Deus. Assim, ao  longo das Escrituras, a Babilônia simboliza essa arrogância insolente  que os gregos costumam chamar de hubris. Trata-se da própria essência do  pecado.
Não  é de admirar que o juízo de Deus tenha caído sobre eles. Primeiro, Deus  fez com que eles se espalhassem por toda a terra, obrigando-os a fazer o  que deveriam ter feito voluntariamente. Segundo, para que eles se  dispersassem, Deus confundiu suas línguas. A língua é algo vivo,  dinâmico, sujeito a mudanças; pode provocar uma separação entre  comunidades de línguas diferentes, e ao mesmo tempo causar mudanças de  linguagem nas comunidades isoladas.
A  história de Babel se contrapõe ao episódio ocorrido no grande dia de  Pentecoste, quando as pessoas de todas as nações do mundo ouviram falar  das maravilhas de Deus, cada uma em sua própria língua.

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