Quem é Deus? O que constitui a natureza divina? Qual é o        modo de ser de Deus? Estas perguntas nos levam à sarça ardente        e à terra santa. Nós devemos caminhar suavemente, andar humildemente        e evitar suposições. Mas podemos ir até onde a revelação        divina for.      
Existe realmente uma natureza divina. Com a palavra "natureza" indicamos        as características que diferenciam um ser dos demais. Falamos, portanto,        da natureza angélica, da natureza humana e da natureza das bestas        feras. A possibilidade de falarmos da natureza de Deus foi sugerida pelo        apóstolo Paulo quando disse que os gálatas, antes de serem        convertidos, serviam aqueles que por natureza não eram deuses. Gálatas        4:8. Isto claramente implica a existência de alguém que por        natureza é Deus.      
DEUS É UM SER PESSOAL      
A pessoa de Deus é bem distinta do panteísmo, que diz que        tudo o que é agregado é Deus. Deus é tudo e tudo é        Deus. Como um ser pessoal, Deus é imanente e transcendente, isto        significa que, Ele está na Sua criação e ao mesmo tempo        acima de Sua criação. Ele é uma pessoa na Sua criação        e ao mesmo tempo Ele está separado e bem distinto dela. Ele também        está acima de Sua criação, isto é, Ele é        maior que Sua criação, distinto dela e não faz parte        dela. Na oração de Salomão por ocasião da dedicação        do templo, ele prestou tributos à grandeza transcendental de Deus        com estas palavras: "Mas na verdade habitará Deus na terra? Eis que        os céus e até o céu dos céus, te não        poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado". 1 Reis        8:27.      
Existem três marcas de personalidade: a auto-consciência, auto-determinação        e consciência moral e todas estas três qualidades pertencem        a Deus.      
DEUS É UM SER ESPIRITUAL      
Deus é exclusivamente espírito. João 4:24. O leitor        deverá reconhecer esta verdade ou terá problema para entender        as três pessoas da trindade. Como espírito Deus não        pode ser dividido ou composto. Como espírito Ele é invisível        e intangível. "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito        que está no seio do Pai, esse o fez conhecer". João 1:18.      
ARGUMENTO      
1. Ele é o criador dos espíritos, e desde que o ser espiritual        é o nível mais alto de ser, Ele deve ter a natureza pertencente        a este nível.      
2. As Escrituras atribuem espiritualidade a Deus. João 4:24, Hebreus        l2:9.      
3. Sua espiritualidade pode ser argumentada do ponto de Sua imensidade        e eternidade. Ele é infinito quanto a espaço e tempo. A matéria        é limitada ao tempo e espaço, mas Deus é onipresente        e eterno.      
4. Sua espiritualidade pode ser argumentada através de Sua independência        e imutabilidade. Tudo o que é matéria pode ser dividido, somado        ou diminuído. A matéria é sujeita as mudanças,        mas Deus é imutável.      
5. Sua espiritualidade pode também ser argumentada através        de Suas perfeições absolutas. A matéria impõe        limitações e não é sistemática nem consistente        com a perfeição absoluta. A palavra perfeição        é usada aqui com um significado amplo e não só no sentido        de não ter pecado. O Salvador, em Seu corpo humano tinha Seus limites        ainda que sem pecado. Ele não podia estar em todos os lugares ao        mesmo tempo. Ele não estava imune à fome, sede, cansaço        e dor.      
OBJEÇÃO      
Muitas passagens nas Escrituras atribuem partes do corpo a Deus. Falam        de Seus olhos, Sua face, Suas mãos e Seus braços, etc. Em        réplica podemos dizer que a linguagem é figurativa e é        usada de modo conveniente ao entendimento humano. Tal linguagem é        chamada de antropomorfismo, isto é atribuição de características        humanas a seres que não são humanos.      
DEUS É UM SER TRIÚNO      
Existe uma essência Divina de ser que subsiste em três pessoas:        Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é uma trindade, três        em um. Na primeira parte do século IV quando o arianismo ameaçava        dominar o setor religioso, um jovem teólogo, Atanásio, formulou        uma declaração que foi incorporada no credo Nicenos. Dizia:        "Nós adoramos um Deus na trindade e trindade em união, não        confundindo as pessoas nem dividindo a substância". Esta afirmação        é notória e profunda, mas clara e simples. A noção        ariana fazia do Pai, o supremo Deus e do Filho apenas um ser divino, mas        subordinado. De acordo com ÁRIUS, o Filho era semelhante, mas não        da mesma substância do Pai.      
A noção Sabeliana é que Deus é uma pessoa,        que se manifesta certas vezes como o Pai, às vezes como o Filho e        ainda outras vezes como o Espírito Santo. Mas tal noção        faria com que Ele deixasse de existir como Pai quando manifestado como Filho.      
Se Deus fosse um ser físico existindo como uma trindade, Ele estaria        em três partes, e se estas partes fossem pessoas, cada pessoa seria        apenas parte de Deus. Mas como espírito, Ele é três        pessoas mas uma só substância e cada pessoa é em si        o todo de Deus. Concernente ao Filho, lemos que nEle habitou corporalmente        toda a plenitude da divindade. Colossenses 2:9. E também Ele é        chamado a imagem do Deus invisível em Colossenses 1:15.      
Deus não é três pessoas no mesmo sentido que um pai,        mãe e filho são três pessoas de uma só família.      
Deus tem três modos de ser, três centros de consciência        pessoal. Essencialmente Ele é um, mas relativamente Ele é        três pessoas. E nestas relações, Ele existe como o Pai,        o Filho e o Espírito Santo. O Doutor Strong resume o fato da seguinte        maneira: Na questão da fonte, origem e autoridade, Ele é Pai:        No questão de expressão, meio e revelação, Ele        é Filho. E na questão de compreensão, realização        e concepção, Ele é Espírito. O Doutor Strong        em quatro pensamentos faz um resumo da diferença entre o trabalho        do Filho e do Espírito Santo.      
1. O semear parece ser obra de Cristo, e a ceifa é obra do Espírito        Santo.      
2. Cristo é o órgão de revelação exterior,        o Espírito Santo é o órgão de revelação        interior.      
3. Cristo é nosso advogado no céu, o Espírito Santo,        advogado na alma.      
4. Na obra de Cristo somos passivos, mas na obra do Espírito Santo        somos ativos.      
A TRINDADE - DOUTRINA REVELADA      
Do mesmo modo que sem a Bíblia o homem jamais descobriria o único        Deus verdadeiro, ele jamais poderia descobrir sem a Bíblia a trindade        da Divindade. A razão humana é incapaz de descobrir o mistério        da trindade, e também não há provas racionais da existência        da mesma.      
Diz-se que em certa ocasião, Daniel Webster e um amigo escutaram        um sermão sobre a Trindade. Ao voltarem da igreja, o amigo disse        que tal doutrina era uma impossibilidade matemática. Daniel Webster        respondeu: "De acordo com a matemática da terra, sim, mas eu nada        sei da matemática celeste"!      
A Bíblia nos dá a matemática celestial, e com ela        tentaremos provar a Trindade de Deus.      
1. Nós temos a Trindade no plural dos nomes de Deus. O primeiro        nome de Deus que encontramos na Bíblia está no plural: "No        princípio criou (singular) Deus (Eloim, plural) os céus e        a terra". Gênesis 1:1. O substantivo plural com o verbo no singular        mostra a Trindade trabalhando em união. Charles Smith diz que a Bíblia        começa com uma falsificação e que este versículo        deve ser lido: "No princípio criou Os Deuses..." Errado, pois o verbo        no singular mostra a obra de Um só, mas o substantivo revela três        pessoas em uma só essência divina. Encontra-se o nome plural        de Deus com maior freqüência nas Escrituras que a forma singular.      
2. Nós temos a Trindade nas expressões plurais usadas por        Deus quando fala de Si mesmo: "Façamos o homem". Gênesis 1:26;        "Desçamos e confundamos". Gênesis 11:7, etc.      
3. A Trindade foi mostrada no batismo de Jesus. O Filho encarnado sendo        batizado; O Pai manifesto em voz alta e o Espírito Santo na forma        de uma pomba. Mateus 3:16-17.      
4. Temos ainda a Trindade na fórmula batismal em Mateus 28:19. As        Escrituras não dizem: "batizando-os nos nomes (plural) do Pai e do        Filho e do Espírito Santo". Do mesmo modo não encontramos        o equivalente do plural, pois não lemos: "no nome do Pai, e no nome        do Filho, e no nome do Espírito". Ao mesmo tempo as Escrituras não        nos dão a idéia de que os três nomes são somente        diferentes designações de um mesmo ser, como teríamos        se as Escrituras dissessem: "No nome do Pai, Filho e Espírito". As        Escrituras dizem: "Batizando-os no nome do Pai, e do Filho e do Espírito        Santo".      
A TRINDADE REFLETIDA NA CRIAÇÃO      
Enquanto que na criação não achamos coisa alguma que        explique ou justifique a Trindade de Deus, a trindade explica a criação.        Esta criação é um tri-universo, uma criação        três em um. Um dos grandes livros de nosso tempo é o livro        de Nathan R. Wood intitulado: "O Segredo do Universo". Neste livro o autor        mostra o que o universo é, como é, porque foi criado por um        Deus triúno. Primeiramente ele demonstra que o universo físico        ou exterior é uma trindade. Os elementos básicos são:        espaço, matéria e tempo, três modos de existência        e, como Deus, cada parte é um todo do todo. E cada uma destas partes        básicas são triúnas. O espaço tem três        dimensões: comprimento, largura e altura. Cada um é o todo        do espaço, mas ao mesmo tempo ainda existem três dimensões.        A matéria é composta de três elementos: energia, movimento,        e fenômeno; três modos de existência distintos, mas um        só e cada modo é um inteiro do todo. Como universo de tempo        temos uma trindade absoluta: passado, presente e futuro; cada qual distinto        mas ainda cada um compõe o todo. Todo o tempo é ou tem sido        futuro; o futuro inclui todo tempo. Todo tempo é ou tem sido ou será        presente. E todo tempo é ou será passado.      
Em seguida, o autor toma a alma ou o que ele chama de universo interior,        e mostra que a alma do homem é triúna, isto é, tem        três modos de existir. Ele chama-os de: natureza, pessoa, personalidade;        distintos mas cada um permanece sendo o todo da alma. Podemos dizer, trindade        absoluta e também unidade absoluta. Aqui, o autor mostra que o homem        como alma reflete o Deus triúno de uma maneira que a criação        física jamais poderá. Ele faz de Deus a chave que destranca        o universo. Num tipo de resumo ele diz: "A estrutura do universo, a natureza        de espaço, da matéria, do tempo e da vida humana, atestam        a Trindade. Eles refletem a Trindade. Eles exigem a Trindade. A Trindade        os explica".      
A diferença entre Einstein, com sua teoria da relatividade (argumentada        pela sugestão duma quarta dimensão) e Wood é a diferença        entre a aproximação ateísta e cristã ao segredo        do universo.           
Revisão 2004: David A Zuhars Jr
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