Neste capítulo preocupar-nos-emos com a locação e a condição tanto  dos justos como dos ímpios na eternidade. E tanto quanto a ressurreição e  o julgamento de ambas as classes estão envolvidos nos seus estados  finais, escolhemos considerar estes assuntos neste capítulo também.  
 I. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS 
 1. É PARA HAVER UMA RESSURREIÇÃO TANTO DOS JUSTOS COMO DOS ÍMPIOS 
  Isto está ensinado em Daniel 12:2 iniludível e inegavelmente.  
 2. MAS AS DUAS CLASSES NÃO SÃO PARA RESSURGIREM JUNTAS 
  (1). As Escrituras ensinam que haverá uma ressurreição separada dos justos.  
  As passagens que ensinam isto calham em duas classes:  
 A. Passagens que falam de uma ressurreição "dentre" os mortos. Há duas passagens tais: Luc. 20:35; Fil. 3:11.  
 A primeira passagem reza: "Mas os que forem havidos por dignos  de alcançar aquele mundo e A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, nem hão de casar,  nem ser dados em casamento".  Que este verso se refere a uma  ressurreição em que só os justos falecidos participarão mostrado está de  dois modos:  
  (a). A frase "ressurreição dos mortos" é a mesma como aquela  que está sempre usada para designar a ressurreição de Cristo (Atos  17:31; Rom. 1:4; 1 Cor. 15:20; 1 Ped. 1:3) e é manifestamente diferente  no sentido da frase genérica "ressurreição dos mortos". A primeira frase  não é nunca usada quando se alude tanto à ressurreição dos justos como à  dos ímpios. Doutro lado da ressurreição de Cristo nunca se diz ser uma  "ressurreição dos mortos". Ele foi ressurgido dentre os mortos  e assim  será com os justos segundo a passagem em foco.  
  (b). Está este ensino confirmado pelo contexto da passagem. O  verso em seguida ao em consideração conta-nos que aqueles que participam  desta ressurreição não podem "morrer mais, porque são iguais aos anjos e  são os filhos de Deus, sendo os filhos da ressurreição". O autor foi  uma vez abordado com estes versos como um argumento contra a  ressurreição os ímpios. Sua resposta tomou o jeito do atual tratado.  Francamente, se ela crera numa ressurreição geral, totalmente perdido  estivera para responder ao argumento.  
 A segunda passagem acha Paulo dizendo: "Para ver se de alguma  maneira posso chegar à RESSURREIÇÃO DOS MORTOS". (Fil. 3:11). A teoria  de uma ressurreição geral torna estas palavras sem sentido. Certamente  Paulo não teria precisado de se preocupar com participar de uma  ressurreição geral, pois ele creu tenazmente na ressurreição tanto dos  justos como de ímpios. Vide Atos 24:15. Também a linguagem aqui é muito  forte, empregando o ex, tem exanastasin tem ek nekron, significando,  quando completamente traduzido, "a ressurreição fora de, que é dentre os  mortos". A linguagem não podia transmitir mais fortemente o sentido em  que estamos aqui insistindo.  
 B. Passagens que descrevem a ressurreição dos justos somente. Tais passagens acham-se em 1 Cor. 15:21-23; 1 Tess. 4:14-16.  
 A primeira passagem aqui trata do assunto da ressurreição como  se somente os justos serão ressuscitados (*). Isto é compreensível só  sobre um fundamento e esse é que há uma ressurreição em que só os justos  participam.  
 A segunda passagem fala da ressurreição dos justos somente e não  deixa logar na ocasião para a ressurreição dos ímpios. Os justos  falecidos são para produzirem-se em corpos vivos transladados a  encontrarem o Senhor no ar. Não há indicação que Cristo vem a terra  nesse tempo, como seria necessário, se os ímpios falecidos fossem para  ser levantados e julgados neste ponto.  
 Apoc. 20:5,6 fala da "primeira" ressurreição, da qual só os  justos participam. Nossos oponentes, sem dúvida, como já foi notado,  buscam roubar a estes versos o seu sentido manifesto; mas note-se que a  nossa interpretação deles ajusta-se exatamente ao sentido simples de  outras passagens já citadas, ao passo que nossos oponentes devem tentar  explicar cabalmente os versos sem amparo escriturístico específico.  
  (2). As Escrituras também descrevem a ressurreição em que ninguém senão os ímpios figuram. 
  A descrição a que se refere é achada em Apoc. 20:11-15. E notai  que a afirmação de a "morte e o Hades foram lançados no lago de fogo"  não pode significar menos que todos os ocupantes da morte e Hades foram  neste tempo lançados no lago de fogo; implicando, distintamente, que os  justos não se acharão entre os mortos na ocasião, tendo sido ressurgidos  previamente. A presença do livro da vida neste julgamento não dá  evidência que seja de qualquer escrito estar lá incluído. Estará lá como  prova de que os ímpios não têm seus nomes nele.  
  (3). As passagens em que se amparam nossos oponentes como  ensinando uma ressurreição geral são inconclusivas e cedem às passagens  já citadas sem sofrerem violência 
  As passagens em que se amparam nossos oponentes são: Dan. 12:2; João 5:28,29; Atos 24:15. Nelas observamos:  
  A. A associação de justos e injustos juntos na ressurreição não  prova que eles serão ressurgidos simultaneamente. A Bíblia muitas vezes  associa coisas parecidas que estão separadas quanto ao tempo. Como um  caso a calhar podemos nos referir outra vez à citação de Cristo de Isa.  61:1, onde Ele se deteve no meio do verso porque a outra parte não tinha  que ver com o Seu ministério corrente senão com o Seu segundo advento.  Vide Lucas 4:18,19. Assim, num breve verso, temos um intervalo que se  estendeu já por mais de mil novecentos anos. Outra vez, podemos citar  Mal. 3:1-5 como se referindo a ambos os adventos de Cristo, não obstante  sua separação quanto ao tempo. Como João A. Broadus aptamente diz, a  purificação mencionada nesses versos não "significa simplesmente que Ele  purificaria indivíduos por consumir o que neles estivesse defeituoso,  mas Mal. 4:1-3 mostra-o significando que Ele purificaria a nação por  consumir os indivíduos ímpios como restolho e então os verdadeiros  justos da nação regozijar-se-iam e prosperariam".  Assim a passagem não  pode ser aplicada totalmente ao primeiro advento de Cristo. E mais  ainda, em Mat. 3:11 João Batista associou o batismo "no Espírito Santo e  no fogo", onde o verso seguinte mostra que o batismo em fogo não alude  às línguas de fogo no Dia de Pentecostes, mas ao fogo do julgamento.  Assim, mais uma vez duas coisas separadas por séculos são mencionadas  juntas como se ocorressem no mesmo tempo.   
  B. A tradução de Dan. 12:2 por Tregelles alivia completamente  esta passagem de sua suposta alusão a uma ressurreição da geração ? "E  muitos dentre os que dormem no pó da terra despertarão, estes que  despertam, serão para a vida eterna; mas aqueles ? o resto dos que  dormem, que não despertam neste tempo ? serão para vergonha e nojo  eternos."  
  C. João 5:28,29, pode ser entendido como se referindo a duas  ressurreições tão facilmente como pode ser entendido como  se referindo a  uma. Estes versos mencionam "a ressurreição para a vida" e "a  ressurreição para o julgamento". E o emprego de "honra" no verso 28 não  pode ser insistido como provando simultaneamente, desde que a "hora" da  ressurreição espiritual, mencionada no verso 25, cobre este tempo  inteiro. "Hora", aqui, quer dizer simplesmente tempo ? o tempo está  chegando, etc. Alvah Hovey observa muito justamente a respeito destes  versos: "Se a ressurreição das duas classes aqui mencionadas terá logar  ao mesmo, ou em tempos deferentes, é o que não está feito perfeitamente  certo por esta linguagem; mas, se nada há noutros logares mais do Novo  Testamento incoerente com a idéia que a ressurreição de ambos será no  mesmo tempo, isto é, certamente, a interpretação mais obvia da linguagem  aqui usada".  Concordamos; mas insistimos, e cremos que temos mostrado,  que há  isso em o Novo Testamento que é incoerente com uma ressurreição  geral.  
  D. Interpretar Atos 24:15 como ensinando uma ressurreição geral  é assentar a Paulo em variação consigo mesmo. Duas vezes ele descreve a  ressurreição dos justos sem mencionar os ímpios. E uma vez ele fala do  seu fervoroso desejo de "conseguir a ressurreição dos mortos" (Fil.  3:11), usando a linguagem mais forte possível para indicar que ele  estava pensando numa ressurreição seletiva.  
 3. O TEMPO DA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS 
  Em 1 Tes. 4:15-17 Paulo torna-o claro que os justos serão  ressurgidos no tempo da aparição de Cristo no ar ? a primeira fase de  Sua vinda; nesse tempo os santos vivos serão transladados e raptados  também. Conquanto o mesmo escritor, em 1 Cor. 15:23, liga a ressurreição  com a parousia ou segunda fase da vinda de Cristo, que se deve, cremos,  ao fato de Paulo, segundo um costume escriturístico já aludido,  associar juntas as duas fases da vinda do Salvador, não obstante sua  separação no tempo. Á luz de outros exemplos tais associação, nenhum  argumento se pode achar aqui contra nossa posição quanto à separação  temporal das duas fases do segundo advento. Esta associação torna-se  ainda mais natural se, como cremos, a primeira ressurreição for  contínua, principiando com a aparência  de Cristo no ar e continuando ao  passo que os santos morrem por toda a grande tribulação e até ao  milênio. Notai no Apoc. 11:11 a ressurreição das duas testemunhas após  três dias. Notai também, como já foi apontado, que nenhum dos justos  será achado no Hades ao tempo da ressurreição dos ímpios. Apoc. 20:14.  
 II. O JULGAMENTO DOS VIVOS E DOS MORTOS 
  Todos os homens comparecerão perante Cristo no julgamento de  alguma maneira e nalgum tempo, porém nem todos da mesma maneira e no  mesmo tempo. Notai:  
 1. O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS 
  Mat. 25:31-46. Isto é para ter logar quando Cristo vier para  reinar. Marcará o fim desta época ou era e o começo da era milenial.  Haverá três classes presentes neste julgamento ? ovelhas, bodes e  irmãos, mas somente ovelhas e bodes serão envolvidos no julgamento.  Estes serão separados na base de como trataram os irmãos de Cristo, não  na base de como se trataram mutuamente. A única idéia sensível é que  estes irmãos de Cristo são judeus crentes, que pregarão o Evangelho  durante o período da grande tribulação. De baixo da besta ninguém pode  favorecer a estes missionários judeus, exceto em risco de morte e  ninguém ousará faze-lo exceto crentes. Assim será possível fazer uma  separação infalível nesta base; não que o bom tratamento dos judeus é o  que salvará os gentios, mas antes o que indicará que estão salvos. As  ovelhas aqui são aqueles que deverão ser salvos durante a grande  tribulação. Este julgamento é manifestamente de nações como indivíduos e  não no agregado. Uma nação como tal, aparte dos indivíduos que a  compõem, não pode ser lançada no "fogo eterno, preparado para o diabo e  seus anjos" (vs. 41). Para referência do Velho Testamento a este  julgamento vide Joel 3:2,11a14.  
 2. O JULGAMENTO DA NAÇÃO JUDAICA. 
  Acima apontamos que os "irmãos não são julgados com os gentios.  Assim está implicado para eles um julgamento separado. A este  julgamento as Escrituras fazem alusão definita. Vide Isa. 1:25,27,28;  4:4; Zac. 13:8,9; Mal. 3:3. Este julgamento terá logar em conexão com a  conversão de Israel".  
 3. O JULGAMENTO DAS OBRAS DOS CRENTES GLORIFICADOS. 
  Vide 2 Tim. 4:8; Fil. 2:16; 1 Ped. 5:4; Apoc. 22:12. Os pecados  dos crentes já foram julgados. O crente não pode nunca entrar em  condenação por eles. Mas suas obras serão julgadas. 1 Cor. 3:13-15. Nada  há penal sobre este julgamento. O crente ou recebe recompensa ou perdas  de acordo com o que ele fez e com a qualidade de sua obra.  
 4. O JULGAMENTO DOS PERDIDOS FALECIDOS. 
  Apoc. 20:11-15. Isto terá logar no fim da pequena sasão durante  a qual Satanás será solto em seguida ao milênio. Logo antes deste  julgamento os ímpios na terra serão mortos. Apoc. 20:9. Então todos os  ímpios, incluindo talvez aqueles julgados em Mat. 25:31-46, serão  ressurgidos, julgados e lançados no lago de fogo. Tentem como puderem,  nossos oponentes não podem indicar um simples indício de que isto é para  ser um julgamento geral. Eles tentam identificar este julgamento com o  descrito em Mat. 25:31-46, mas notemos:  
 5. CONTRASTES ENTRE ESTE JULGAMENTO E O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS EM MAT. 25. 
 EM MATEUS 25:31-46      EM APOCALIPSE 20:11-15 
 1. Ninguém se menciona exceto      1. Ninguém se menciona exceto 
   os vivos                                                                                 os mortos ressuscitados. 
 2. O juiz está explicitamente ligado com 2. Nenhuma menção é  feita da                                                                               segunda vinda de Cristo em conexão com o julgamento,  imediata. 
 3. Não há indícios do milênio, nem   3. Está definitivamente afirmado  
   mesmo qualquer logar perceptível       que o julgamento vem ao cabo                 
   para um milênio de justiça precedendo     da "pequena sasão", durante a  
   este julgamento.        qual Satanás é solto depois do 
   milênio.   
 4. Nada se diz do julgamento de Satanás.  4. O julgamento e a perdição de   
                           Satanás estão claramente     
                           revelados. 
 5. A base do julgamento é o    5. Nenhuma menção está feita dos 
   tratamento dispensado aos       irmãos de Cristo.  
   irmãos de Cristo.  
 6. Duas classes se distinguem: ovelhas   6. Nenhuma menção está feita de 
 e bodes ? salvos e perdidos.                           quaisquer, exceto aqueles lançados  
  no lago de fogo. 
  Cada um destes contrastes ajusta-se belamente ao sistema pré  milenial, ao passo que cada um deles está morto contra a idéia de nossos  oponentes. Muitos deles eles os ignoraram. Uns poucos deles eles tentam  descartar. Agora, que será dito da lógica daqueles que rejeitam uma  idéia em que entram estes contrastes e depois adotam uma teoria que está  em variação com cada um deles?  
  Ainda mais, achamos que a besta e o falso profeta já estão no  lago de fogo antes deste julgamento começar. Nossos oponentes não têm  explicação para este fato, desde que a besta (sendo manifestamente a  mesma que o homem do pecado) é para ser destruída na segunda vinda de  Cristo. Se este julgamento ocorre na segunda vinda de Cristo, como  explicar o fato de a besta e o falso profeta já estarem no lago de fogo?   
 6. PASSAGENS QUE SÃO TIDAS POR ENSINAREM UM JULGAMENTO GERAL. 
  As passagens usadas como textos provas pelos advogados de um  juízo geral, são: Mat. 7:22; João 5:28,29; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16;  14:10; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:1; 4:8; 2 Ped. 3:7; Apoc. 11:18. A  respeito destas passagens observamos:  
  (1). Mat. 7:22; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 2 Ped. 3:7 e  Apoc. 1:18 todas se referem ao julgamento das nações como descrito em  Mat. 25:31-46. 
  Objeta-se que Rom. 2:9 menciona os judeus, nós respondemos que o  julgamento dos judeus (nação) ocorrerá em íntima conexão com este  julgamento, provavelmente logo antes ou logo depois. Ambos virão como  uma parte do "dia da ira e revelação do juízo justo" de Deus. Se disser  que Rom. 2:5 implica que o povo então vivo estaria no julgamento  aludido, o que não será o caso segundo nossa idéia, respondemos que isto  é na base do fato que a segunda vinda de Cristo é comumente  representada como um evento que podia ocorrer durante essa geração.  Notai em 1 Tess. 4:17 como Paulo usa "nós" em conexão com o aparecimento  de Cristo. As palavras "o tempo dos mortos para que sejam julgados", em  Apoc. 11:18 não significam que os ímpios falecidos serão ressurgidos e  julgados nesse tempo referido. Este verso encontra sua simples  explicação em Apoc. 6:10, onde as almas dos mártires debaixo do altar  clamam "Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, não JULGAS E VINGAS  NOSSO SANGUE NOS QUE MORAM NA TERRA?" Os mártires trucidados são para  neste tempo serem julgados no sentido de serem vingados na ira de Deus  sobre as nações da terra.  
  (2). Quanto a João 5:28,29, já mostramos que esta passagem não é concludente em ensinar uma ressurreição geral.  
  O mesmo, portanto, é verdade com referência a um julgamento geral.  
  (3). Rom. 14:10; 2 Cor. 5:10 e 2 Tim. 4:1, cremos, podem ser  adequadamente agrupadas juntas como ensinando que todos ? salvos e  perdidos, vivos e mortos devem ser julgados, conforme dissemos em nossa  declaração inicial sob a epígrafe de julgamento.  
 Mas, nem essas passagens, nem outras quaisquer, ensinam que todos devem ser julgados no mesmo tempo e da mesma maneira.  
  (4). 2 Tim. 4:8 refere-se ao julgamento das obras dos crentes.  
  Já tratamos deste julgamento. É para vir, segundo esta passagem, no aparecimento de Cristo ? primeira fase de Sua vinda. 
 III. A PUNIÇÃO FINAL DOS ÍMPIOS 
 1. SERÁ ETERNA. 
  Mat. 25:41; Apoc. 14:11. O sentido pleno destas passagens é que a punição dos ímpios será sem fim.  
 2. CONSISTIRÁ DE SOFRIMENTO CONSCIENTE. 
  Na última passagem a cima dada é nos dito que os ímpios "não  terão descanso de dia nem de noite".  Isso envolve sofrimento  consciente. Alguns contendem que a punição final dos ímpios consistirá  somente de aniquilamento. A passagem precedente nega isto. Não obstante,  examinaremos os fundamentos desta contenção. São:  
  (1). Malaquias 4:1-3 
  Esta passagem refere-se somente à destruição física dos ímpios  logo prévia ao assentamento do reino milenial. Esta passagem, em  substância, é paralela a Isa. 24:17-22, 26:20,21; 34:1,2; 66:15,16,24;  Zac. 14:12-15; Mat. 25:41-46; 2 Ped. 3:7. Esta destruição terá logar em  conexão com a batalha de Armagedon, mas aqui não há aniquilamento. Isto é  claro de Isa. 24:22 e 66:24.  
  (2). A descrição desta punição como a "segunda morte".  
  A "segunda morte" corresponde à morte da raça de Adão e não a  morte física. Por esta morte o homem foi incapacitado para a comunhão de  Deus e trazido sob a ira de Deus, mas não foi posto além da esperança  ou alcance de Deus. A "segunda morte" traz a execução da ira de Deus  pela "continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo".  (E. G. Robinson); um banimento completo da presença de Deus. Assim a  "segunda morte" não implica inexistência mais do que o presente estado  de morte espiritual do pecador. Marcos 9:48 mostra claramente que os  ímpios no Geêna retêm existência consciente. "Salgados com fogo" pode  significar que o fogo terá com o sal uma qualidade conservadora.  
  (3). A declaração que os incrédulos devem perecer. 
  Lucas 13:3; Atos 8:20; 1 Cor. 1:18. Mas, que este perecer não  denota aniquilamento, está provado pelo fato que a palavra grega em Atos  8:20 é a mesma palavra usada para descrever a perdição da besta (Apoc.  17:8), e achamos que a besta ainda está no lago de fogo mil anos mais  tarde (Apoc. 20:10). Um ser aniquilado não pode nunca estar em logar  algum depois. A palavra grega nas outras duas passagens é a mesma  palavra usada para "perdidos" em Mat. 10:6; Luc. 15:24; 19:10; 2 Cor.  4:3, onde aniquilação não pode ser o sentido.  
  (4). A representação da punição final dos ímpios como destruição 
  Rom. 9:22; 2 Tess. 1:9. A palavra grega em Rom. 9:22 é a mesma  como perdição em Apoc. 17:8, que não expressa aniquilamento, como faz  pouco apontamos acima. E a palavra grega em 2 Tess. 1:9 é a mesma usada  para a destruição da natureza carnal em 1 Cor. 5:5; e sabemos que a  natureza carnal não é aniquilada nesta vida.  
  Finalmente, o fato que há de haver graus de punição, por causa  do qual ela será "mais tolerável" para uns do que para outros (Mat.  11:20-24) mostra que a punição final do pecador não é aniquilamento,  porque, num caso tal todos os pecadores sofreriam a mesma penalidade e  seria tolice falar de aniquilamento como sendo mais tolerável para uns  do que para outros.  
  (5). A representação escriturística de imortalidade como algo a  ser buscado pelo homem (Rom. 2:7), revelada pelo Evangelho (2 Tim.  1:10), é só conseguida na ressurreição dos justos (1 Cor. 15:53,54).  
  Destes fatos se argue que os ímpios, não tendo conseguido a  imortalidade por meio do Evangelho, cessam de existir na morte ou  subseqüentemente. Mas a imortalidade nestas passagens, à luz de Marcos  9:48; Lucas 16:22 e Apoc. 14:11, não pode ser entendida como  significando mera existência sem fim ou isenção de aniquilamento; antes  quer dizer completa imortalidade, incluindo o corpo bem como a alma. De  fato, isto é o único sentido em que o Novo Testamento usa a palavra. Ele  nunca faz a imortalidade significar mera existência sem fim da alma.  (Contudo a palavra inglesa tem este sentido e a palavra grega foi assim  empregada no grego clássico). Logo, não há absolutamente força no  argumento que o homem deve conseguir isenção do aniquilamento por meio  do Evangelho e da ressurreição.  
 3. SERÁ DE ACORDO COM O SEU MERECIMENTO. 
  Mat. 11:21-24; Luc. 12:47-48; Rom. 2:6,12; Apoc. 20:13. Estas  passagens ensinam que haverá graus de punição baseada na luz possuída  pelo indivíduo e segundo suas ações.  
 IV. A BEM AVENTURANÇA FINAL DOS JUSTOS.  
  Isto está descrito em Apoc. 21, onde se vê a Nova Jerusalém do  céu para a nova terra. Os salvos formarão esta cidade celestial. Haverá  para eles completa satisfação. Todo aborrecimento e causa de tristeza se  acabam. À semelhança do seu Salvador os salvos aquentar-se-ão para  sempre na luz solar do amor de Deus, adorando-O e servindo-O,  regozijando-se na Sua comunhão e na de uns e outros.  
  Talvez "glória" é aquela palavra que melhor descreve a  felicidade dos justos. Vide Rom. 8:18; 2 Cor. 4:17; Col. 1:27; Heb.  2:10; 1 Ped. 5:1. Esta glória consistirá em ser "glorificados  juntamente" com Cristo, aquinhoando-se igualmente com Ele de toda a Sua  glória adquirida, isto é, a glória que Lhe será conferida por causa de  Sua obediência aqui na terra e Sua obra redentora. Somos co-herdeiros  com Ele da Sua glória. Vide Rom. 8:17.     
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Luis Antonio dos Santos, 12/05
Nenhum comentário:
Postar um comentário