"Vossas  petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus". Essa é a  resposta. Mas é de importância vital que saibamos precisamente como  tratar disso. O apóstolo diz: "Vossas petições sejam conhecidas diante  de Deus". "Ah", dizem muitos sofredores, "mas eu já tentei, eu já orei; e  não encontrei a paz de que você fala. Não obtive resposta. Não adianta  me dizer para orar". Felizmente para nós, o apóstolo também entendeu  isso, e deixou-nos instruções específicas sobre como cumprir sua  exortação. "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas  petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas,  com ação de graças". O apóstolo estaria apenas amontoando palavras  aqui, ou estaria falando ponderadamente? Posso mostrar que ele na  verdade está falando ponderadamente e com sabedoria, ao nos mostrar como  tornar nossas petições conhecidas diante de Deus.
Como devemos  fazer isso? Ele diz que devemos orar. Ele estabelece uma diferença entre  oração, súplica e ação de graças. O que ele quer dizer com oração? Este  é o termo mais geral, e significa adoração e louvor. Se têm problemas  que parecem insolúveis, se estão sujeitos a ficarem ansiosos e  preocupados, e alguém lhes diz para orar, não corram a Deus com suas  petições. Esse não é o caminho certo. Antes de tornar suas petições  conhecidas diante de Deus, orem, louvem, adorem. Entrem na presença de  Deus, e esqueçam os seus problemas por um pouco. Não comecem com eles. É  só lembrar que estão face a face com Deus. Essa idéia de "face a face"  está imbuída no próprio sentido da palavra "oração". Vocês entram na  presença de Deus, tomam consciência da Sua presença, e ponderam na Sua  presença — esse sempre é o primeiro passo. Mesmo antes de tornar suas  petições conhecidas diante de Deus, vocês tomam consciência que estão  face a face com Deus, que estão em Sua presença, e derramam seus  corações em   adoração. Esse  é o começo.
Mas depois da  oração vem a súplica. Agora estamos avançando. Depois de adorar a Deus  porque Ele é Deus, tendo oferecido nossa adoração e louvor de forma  geral, passamos agora ao particular, e o apóstolo aqui nos encoraja a  apresentar as nossas súplicas. Ele diz que podemos apresentar  necessidades específicas a Deus, que a petição é uma parte legítima da  oração. Então traze¬mos nossas petições, aquelas coisas que estão nos  preocupando de forma particular.
Estamos agora  chegando perto de tornar as nossas petições conhecidas a Deus. Mas, um  momento — ainda há uma coisa antes: "pela oração e súplicas, com ação de  graças". Esse é um dos termos mais vitais desta lista. E é exatamente  neste ponto que tantos se desviam quando estão nessa situação de que o  apóstolo está tratando. Creio que não é necessário discorrer sobre o  fato que, em conexão com estes passos, o apóstolo não estava  simplesmente interessado em fórmulas litúrgicas. Que tragédia, que  tantas pessoas se interessam pela adoração meramente num sentido  litúrgico. O apóstolo não está preocupado com isso. Ele não está  interessado em formalidades e cerimônias; está interessado em adoração, e  ação de graças é absolutamente essencial, pela seguinte razão. Se, ao  orar, temos qualquer ressentimento contra Deus em nosso coração, não  temos o direito de esperar que a Sua paz guarde nosso coração e a nossa  mente. Se caímos de joelhos, sentindo que Deus está contra nós, é melhor  nos levantarmos. Devemos nos aproximar dEle "com ação de graças". Não  podemos ter qualquer dúvida em nosso coração sobre a bondade de Deus.  Não pode haver qualquer indagação ou desconfiança; devemos ter razões  positivas para dar graças a Deus. Temos nossos problemas e dificuldades,  mas quando estamos de joelhos, deve¬mos nos perguntar: "Pelo que posso  dar graças a Deus?" Precisamos fazer isso deliberadamente, e é algo que  podemos fazer. Devemos nos lembrar disso, e dizer: "Estou com problemas  neste momento, mas posso dar graças a Deus por minha salvação, porque  ele enviou Seu Filho para morrer na cruz por mim e por meus pecados.  Estou enfrentando um problema terrível, eu sei, mas Ele fez isso por  mim. Dou graças a Deus por ter enviado Seu Filho, nosso Senhor Jesus  Cristo, a este mundo. Agradeço a Ele por ter levado meus pecados em Seu  corpo sobre a cruz, e por ter ressuscitado por minha justificação. Vou  derramar meu coração em ação de graças por isso. E vou agradecer a Ele  pelas muitas bênçãos que recebi no passado". Precisamos trazer à nossa  mente razões para agradecer e louvar a Deus. Devemos nos lembrar que Ele  é nosso Pai, que nos ama tanto, que até os cabelos da nossa cabeça  estão contados. E depois de nos lembrarmos destas coisas, devemos  derramar nosso coração em ação de graças. Precisamos ter um  relacionamento acertado com Deus. Devemos compreender a verdade a Seu  respeito. Portanto, devemos entrar em Sua presença com amor, louvor,  adoração e fé confiante, e então tornar nossas petições conhecidas  diante dEle. A oração que Paulo está pleiteando, em outras palavras, não  é um grito desesperado no escuro, não é um apelo frenético a Deus, sem  raciocínio ou ponderação. Não! Primeiro nós entendemos e nos lembramos  de que estamos adorando um bendito, glorioso Deus. Adoramos primeiro, e  então tornamos nossas petições conhecidas.
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