O segredo da eficácia duradoura na vida de  John Owen
Através dos anos, tenho ouvido  líderes evangélicos como J. I. Packer, Roger Nicole e  Sinclair Ferguson dizerem que John Owen foi o escritor mais  influente na vida deles (depois dos escritores bíblicos). Isto é  suficiente para motivar alguém a ir à biblioteca  para descobrir quem era John Owen e o que o fazia agir daquela maneira.
John Owen nasceu em 1616. Provavelmente, ele foi o  maior pastor-teólogo  entre os puritanos, na Inglaterra. Como diria J. I. Packer, John  Owen foi o maior entre os gigantes puritanos.1 Os vinte e  quatro volumes escritos por Owen (incluindo sua teologia  bíblica) ainda são impressos, moldando e alimentando os  pastores de nossos dias (como eu mesmo).
Ele era um homem de  incrível atividade — política (como capelão  de Oliver Cromwell e orador freqüente no Parlamento), denominacional (como o homem de  referência para todas as controvérsias entre os puritanos congregacionais e puritanos presbiterianos),  teológica (como o principal defensor da verdade calvinista),  acadêmica  (como  deão e  vice-chanceler na Universidade de Oxford), pastoral (servindo às igrejas  em e ao redor de Londres, quase durante toda a sua vida adulta, mesmo quando os cultos  eram ilegais) e pessoal (com uma família de onze filhos, dez dos  quais morreram enquanto eram jovens,  seguidos pela décima primeira quando era adulta).
O  que me admira neste homem é o fato de que, em meio a  todas estas atividades e tragédias, a paixão de Owen não era o  desempenho público,  e sim a santidade pessoal. Ele escreveu: "O desejo de meu coração para  com Deus é o principal objetivo de minha vida... são que... a santidade universal seja  promovida em meu próprio coração, bem como no coração e no viver  de outros".
Preciso de heróis como este. Não muitos dos líderes de nossos dias estabelecem os alvos de sua vida  em termos de santidade. Mais e mais líderes confessam abertamente  que a santidade pessoal não tem qualquer importância para o desempenho  público deles. Por exemplo, um dos presidentes dos Estados Unidos  declarou com bastante clareza que não considera a sua pureza pessoal  como um fator importante em sua  liderança da nação. Semelhantemente, lemos sobre um líder britânico que manteve por  muito tempo um caso extra-conjugal. Assim, em ambos os lados do  Atlântico, nossos políticos dizem  com sua vida: a santidade pessoal é relativamente insignificante —  o desempenho público e a pureza pessoal não estão relacionadas entre  si.
Esse não era o caso de John Owen. A maravilha, o poder e a  beleza de sua vida pública era a constância de sua comunhão pessoal com Deus, em pureza e regozijo. Um  de seus biógrafos descreveu a vida pública de Owen deste modo:  "Em meio à confusão da controvérsia teológica, às envolventes e  desconcertantes atividades de uma posição pública elevada e ao desânimo  indiferente de uma universidade, ele vivia perto de Deus e, como Jacó em  meio às pedras do deserto, mantinha comunhão secreta com o Eterno e  Invisível".3
Em  suas próprias palavras, ele revelou o segredo de sua  santidade pessoal  em meio a todas as pressões e sofrimentos da vida: "Que melhor  preparação pode haver [para nosso futuro desfrute da glória de Cristo] do que estar em  constante contemplação prévia daquela glória, na revelação feita no Evangelho".
Esta é a  chave para a pureza e santidade, a chave para a eficácia permanente, em toda a vida:  constante contemplação da glória de Cristo. 
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