Tendo visto agora que a existência de Deus é um fato estabelecido,        um fato mais certo que qualquer conclusão de um arrazoamento  formal,        porque é o fundamento necessário de toda a razão, passamos        à consideração de uma outra matéria. Há        agora, e tem havido por séculos, um livro peculiar neste mundo,  chamado        Bíblia, que professa ser a revelação de Deus. Os seus        escritores falam nos termos mais ousados de sua autoridade como  interlocutores        de Deus. Esta autoridade tem sido admitida por milhões de  habitantes        da terra, tanto no passado como no presente. Desejamos perguntar,  portanto,        se este livro é o que ele professa ser e o que ele tem sido e se        crê ser por uma multidão de gente, - uma revelação        de Deus. Se não é uma revelação de Deus, então        os seus escritores ou foram enganados ou foram enganadores  maliciosos.      
I. É a Bíblia historicamente autentica?
Por esta pergunta queremos dizer: É a Bíblia verossímil        como um arquivo de fatos históricos? Há mais ou menos um século        críticos sustentaram ser a Bíblia inverossímil como        história. Disseram que os quatro reis mencionados em Gênesis        14:1 nunca existiram e que a vitória dos reis do Ocidente contra        os do Oriente, como descrita neste capítulo, nunca ocorreu.  Negaram        que um povo tal como os hititas viveram algures. Sargon,  mencionado em Isaías        20:1 como rei da Assíria, foi considerado como uma personagem  mitológica.        Mas como é agora? Podemos dizer hoje, após se fazerem extensas        investigações concernentes às nações        antigas, que nem um só ponto da Bíblia fica refutado. As confiadas         negativas dos primeiros críticos tem-se provado ousadias de  ignorância.        Prof. A. H. Sayce, um dos mais eminentes dos arquiologistas, diz:  "Desde        a descoberta das tábuas de Tel el-Amarna até agora, grandes        coisas foram trazidas pela arqueologia e cada uma delas tem estado  em harmonia        com a Bíblia, enquanto quase cada uma delas tem sido mortífera        contra as asserções dos críticos destruidores". Há        um pouco mais de uma década a United Press irradiou o testemunho        de A. S. Yahuda, primeiramente professor de História Bíblica        na Universidade de Berlin e mais tarde de linguagem semítica na  Universidade        de Madrid no sentido que "toda a descoberta arqueológica da  Palestina        e Mesopotamia do período bíblico traz a exatez histórica        da Bíblia ".      
II. É a Bíblia revelação de Deus?
Estamos agora na consideração de uma outra questão.        Um livro historicamente correto podia ser de origem humana. É isto         verdade da Bíblia?      
1. UMA PROBABILIDADE ANTECEDENTE.      
Um pensamento cuidadoso, á parte da questão se a Bíblia        é a revelação de Deus, convencerá qualquer crente        bem intencionado na existência de Deus de que é altamente provável         que Deus deu ao homem uma revelação escrita explícita        e duradoura da vontade divina. A consciência do homem informa-o da         existência da lei. Como foi bem dito: "A consciência não        estabelece uma lei, ela adverte da existência de uma lei." (Diman,         Theistic Argument). Quando o homem tem o senso comum de que está        procedendo mal, ele tem a indicação de que transgrediu alguma        lei. Quem mais, fora de Jeová, cuja existência achamos ser        um fato estabelecido, poderia ser o autor dessa lei? E desde que o  homem        pensa intuitivamente de Deus como sendo bom, ele deve pensar do  propósito        de Sua lei como sendo bom. Portanto, não podemos pensar desta lei        como sendo para o mero propósito de condenação. Deve        ser que esta lei é para a disciplina do homem em justiça.        Devemos também concluir que Deus, sendo mostrado ser sábio        por Suas maravilhosas obras, usaria dos meios mais eficazes para a  execução        do seu propósito por meio da lei. Isto argue por uma revelação        escrita, porque qualquer grau notável de obediência a uma lei        justa é impossível ao homem sem conhecimento dessa lei. A        natureza e a razão são incertas demais, indistintas, incompletas        e insuficientes para o propósito.      
Mais ainda, E. Y. Mullins diz: "A mesma idéia de religião        contém no seu âmago a idéia de revelação.        Nenhuma definição de religião que omite essa outra        idéia pode permanecer à luz dos fatos. Se o fiel fala a Deus        e Deus fica para sempre silente ao fiel, temos somente um ângulo  da        religião e a religião se torna uma casuística sem sentido"        (The Christian Religion in its Doctrinal Expression).      
2. UMA PRESUNÇÃO RAZOÁVEL      
"Se a Bíblia não é o que o povo cristão do        mundo pensa ser, então temos em nossas mãos o tremendo problema        de dar conta de sua crescida e crescente popularidade entre a  grande maioria        do povo mais iluminado da terra e em face de quase toda a oposição         concebível" (Jonathan Rigdon, Science and Religion).      
Grandes esforços se fizeram para destruir a Bíblia como nunca         antes se produziram para a destruição de qualquer outro livro.        Seus inimigos tentaram persistentemente deter sua influencia. A  crítica        assaltou-a e o ridículo escarneceu-a. A ciência e a filosofia        foram invocadas para desacreditá-la. Á astronomia, no descortinar        das maravilhas celestes, pediram-se alguns fatos para denegri-la e  a geologia,        nas suas buscas na terra foi importunada para lançar-lhe  suspeita."        (J. M. Pendleton, Christian Doctrines). Contudo 
Ano após ano...
Arde eternamente na chama inapagável;
Fulge na luz inextinguível".
Não é provável que qualquer produção        meramente humana pudesse triunfar sobre semelhante oposição        como a que se moveu contra a Bíblia.      
3. PROVAS DE QUE A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE        DEUS.      
(1) As grandes diferenças entre a Bíblia e os escritos        dos homens evidenciam que ela não é uma simples produção        humana.      
Estas diferenças são: -      
A. Quanto ás suas profundezas e alcances de sentido.      
"Há infinitas profundezas e alcances inexauríveis de sentido        na Escritura, cuja diferença é de todos os outros livros e        que nos compelem a crer que o seu autor deve ser divino" (Strong).  Podemos        apanhar as produções dos homens e ajuntar tudo quanto eles        têm a dizer numa só leitura. Mas não assim com a Bíblia.        Podemos le-la repetidamente e achar novos e mais profundos  sentidos. Vacilam        nossas mentes ante sua profundeza de sentido.      
B. Quanto ao seu poder, encanto, atração e frescura perene.      
Os escritores bíblicos são incomparáveis no "seu poder        dramático", esse encanto divino e indefinível, esse atrativo        misterioso e sempre atual que neles achamos em toda a nossa vida  como nas        cenas da natureza, um encanto sempre fresco. Depois de estarmos  deliciados        e tocados por essas incomparáveis narrativas em nossa infância        remota, elas ainda revivem e afetam nossas ternas emoções        mesmo no declínio grisalho. Deve haver, certamente, algo  sobre-humano        na mesma humanidade dessas formas tão familiares e tão singelas"        (L. Gaussen, Theopneustia). E este mesmo autor sugere uma  comparação        entre a história de José na Bíblia e a mesma história        no Al-Korão. Outro autor (Mornay) sugere uma comparação        entre a história de Israel na Bíblia e a mesma história        em Flavio Joséfo. Diz ele que ao ler a história bíblica,        os homens "sentirão vibrar todos os seus corpos, mover seus  corações,        sobrevindo-lhes num momento uma ternura de afeto, mais do que se  todos os        oradores da Grécia e Roma lhes tivessem pregado as mesmas matérias         por um dia inteiro". Diz ele dos relatos de Joséfo, "que se  deixarão        mais frio e menos emocionado do que quando os achou". Ajunta  então:        "Que, então, se esta Escritura tem na sua humildade mais elevação,         na sua simplicidade mais profundeza, na sua ausência de todo  esforço        mais encantos, na sua rudeza mais vigor e alvo do que podemos  achar noutro        lugar qualquer?"      
C. Quanto a sua incomparável concisão.      
No livro do Gênesis temos uma história que fala da criação        da terra e de ela ser feita lugar adequado para habitação        do homem. Fala da criação do homem, animais, plantas e da        sua colocação na terra. Fala da apostasia do homem, do primeiro        culto, do primeiro assassínio, do dilúvio, da repopulação        da terra, da dispersão dos homens, da origem da presente  diversidade        de línguas, da fundação da nação judaica        e do desenvolvimento e das experiências dessa nação        durante uns quinhentos anos; tudo, todavia, contido em cinqüenta  capítulos        notavelmente breves. Comparai agora com isto a história escrita  por        Joséfo. Tanto Moisés como Joséfo foram judeus, ambos        escreveram sobre os judeus, mas Joséfo ocupa mais espaço com        a história de sua própria vida do que Moisés consome        no arquivo da história desde a criação até ä        morte de José. Tomai também os escritos dos evangelistas.        "Quem entre nós podia ter sido durante três anos e meio testemunha         constante, amigo apaixonadamente chegado, de um homem como Jesus  Cristo;        quem podia ter podido escrever em dezesseis ou dezessete curtos  capítulos,...        a história inteira dessa vida: - do Seu nascimento, o Seu  ministério,        dos Seus milagres, das Suas pregações, dos Seus sofrimentos,        de Sua morte, de Sua ressurreição, de Sua ascensão        aos céus? Quem entre nós teria julgado possível evitar        de dizer uma palavra sobre os primeiros trinta anos de uma  semelhante vida?        Quem entre nós podia ter relatado tanto atos de bondade sem uma  exclamação;        tantos milagres sem uma reflexão a respeito; tantos sublimes  pensamentos        sem uma ênfase; tantas fraquezas sem pecado no seu Mestre e tantas         fraquezas pecaminosas nos Seus discípulos, sem nenhuma supressão;        tantos casos de resistência, tanta ignorância, tanta dureza        de coração, sem a mais leve desculpa ou comento? É        assim que os homens escrevem história? E mais, quem entre nós        podia ter sabido como distinguir o que exigia ser dito por alto do  que exigia        sê-lo em minúcia?" (Gaussen).      
(2) A revelação de coisas que o homem, deixado a si mesmo,         jamais podia ter descoberto dá evidência da origem sobre-humana        da Bíblia      
A. O relato da Criação.      
Onde pôde Moisés ter obtido isto, se Deus não lho revelou?        "A própria sugestão de ter Moisés obtido sua informação        histórica dessas legendas caldáicas e de Gilgamesh... é        simplesmente absurda; porque, interessantes como são, estão        de tal modo cheias de asneiras que Moisés teria sido impossível        ou a qualquer outro homem, praticamente, evolver de tais legendas  místicas        os registros sóbrios, reverentes e científicos que se acham        no livro do Gênesis" (Collett).      
B. A doutrina dos anjos.      
"Foi alguma coisa parecida com os anjos concebida pela  imaginação        do povo, pelos seus poetas, ou pelos seus sábios? Não; nem        mesmo mostraram jamais aproximar-se disso. Perceber-se-á, quão        impossível foi, sem uma operação constante da parte        de Deus, que as narrativas bíblicas, ao tratarem de um tal  assunto,        não tivessem considerado constantemente a impressão humana        demais de nossas acanhadas concepções; ou que os escritores        sagrados não tivessem deixado escapar de suas penas toques  imprudentes        ao vestirem os anjos com atributos divinos demais ou afetos  humanos demais."        (Gaussen).      
C. A onipresença de Deus.      
Representam as seguintes passagens a conclusão da filosofia  humana?      
"Sou eu um Deus de perto, diz Jeová, e não sou um Deus de        longe? Pode alguém esconder-se em lugares secretos de modo que eu        não o veja? diz Jeová. Não encho eu o céu e        a terra? diz Jeová (Jer. 23:23,24).      
"Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da  Tua        face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno        a minha cama, eis que ali estás também. Se tomar as asas da        alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão        me guiará e a Tua destra me susterá." (Sal. 139:7-10).      
Estas passagens e outras na Bíblia ensinam, não o panteísmo,        nem que Deus está em diferentes lugares sucessivamente senão        que Ele está em toda a parte ao mesmo tempo e contudo separados  como        Ser fora da Criação. O intelecto desajudado do homem originou        esta concepção, vendo que, mesmo quando ele tem sido acomodado,        a mente do homem pode compreende-lo só parcialmente?      
D. O problema da redenção humana.      
Se fora submetido ao homem o problema de como Deus podia ser  justo e justificador        do ímpio, teria o homem proposto, como solução, que        Deus se tornasse carne e sofresse em lugar do homem?      
"Que a criatura culpada fosse salva a custa da incarnação        do Criador; que a vida viesse aos filhos dos homens através da  morte        do Filho de Deus; que o céu se tornasse acessível à        população distante da terra pelo sangue de uma cruz vergonhosa;        estava totalmente remoto a todas as concepções finitas. Mesmo        quando a maravilha se tornou conhecida pelo Evangelho, ela excitou  o desprezo        dos judeus e dos gregos: para os primeiros pedra de escândalo e  ofensa,        loucura para os últimos. Eram os gregos um povo altamente culto,        de intelecto agudo, profundos na filosofia, subtis em arrazoar,  mas ridicularizaram        a idéia de salvação por meio de um que fora crucificado.        Bem podem ser considerados como representando as possibilidades do  intelecto        humano, o que ele pode fazer; e, tão longe de pretenderem a  doutrina        cristã da redenção como uma invenção        de filósofos, riram-se dela como indigna da filosofia. Rejeitaram        os fatos do Evangelho como incríveis, porque pareciam estar em  conflito        positivo com as suas concepções da razão." (J. M. Pendleton,        Christian Doctrines).      
"Como podiam esses livros ter sido escritos por semelhantes  homens, em        semelhantes ambientes sem auxílio divino? Quando consideramos os        assuntos discutidos, as idéias apresentadas, tão hostis não        só aos seus prejuízos nativos, mas ao sentimento geral então        prevalecente nos mais sábios da humanidade, - o sistema todo de  princípios        entresachado em toda parte de história, poética e promessa,        bem como de insignificantes maravilhas e singulares excelências da         palavra; nossas mentes se constrangem a reconhecer este como o  Livro de        Deus num sentido elevado e peculiar" (Masil Manly, The Bible  Doctrine of        Inspiration).      
(3) A unidade maravilhosa da Bíblia confirma-a como uma  revelação        divina.      
"Eis aqui um volume constituído de sessenta e seis livros  escritos        em seções separadas, por centenas de pessoas diferentes, durante        um período de mil e quinhentos anos, - um volume que antedata nos        seus registros mais antigos todos os outros livros no mundo,  tocando a vida        humana e o conhecimento em centenas de diferentes pontos. Contudo,  evita        qualquer erro absoluto e assinalável ao tratar desses inumeráveis        temas. De que outro livro antigo se pode dizer isto? De que livro  mesmo        centenário se pode dizer isto?" (Manly, The Bible Doctrines of  Inspiration).      
A Bíblia contém quase toda a forma de literatura, - história,         biografia, contos, dramas, argumentos, poética, sátiras e        cantos. Foi escrita em três línguas por uns quarenta autores        diferentes, que viveram em três continentes. Esteve no processo de         composição uns mil quinhentos ou seiscentos anos. "Entre esses        autores estiveram reis, agricultores, mecânicos, cientistas,  advogados,        generais, pescadores, estadistas, sacerdotes, um coletor de  impostos, um        doutor, alguns ricos, alguns pobres, alguns citadinos, outros  camponeses,        tocando assim todas as experiências dos homens." (Peloubet, Bible        Dictionary).      
Entretanto, a Bíblia está em harmonia em todas as suas  partes.        Os críticos tem imaginado contradições, mas estas desaparecem        como a cerração ao sol matutino quando se sujeitam à        luz de uma investigação inteligente, cuidadosa, cândida,        justa e simpática. Os seguintes sinais de unidade caracterizam a        Bíblia:-      
A. É uma unidade no seu desígnio.      
O grande desígnio número um que percorre toda a Bíblia        é a revelação de como o homem, alienado de Deus, pode        achar restauração ao favor e à comunhão de Deus.      
B. É uma unidade no seu ensino a respeito de Deus      
Cada informação na Bíblia concernente Deus é        compatível com todas as outras afirmações. Nenhum escritor        contraditou qualquer outro escritor ao escrever sobre o tema  estupendo do        Deus inefável e infinito!      
C. É uma unidade no seu ensino a respeito do homem.      
Em toda a parte da Bíblia mostra-se o homem criatura por  natureza        corrupta, pecaminosa, rebelde e falida sob a ira de Deus e  carecendo de        redenção.      
D. É uma unidade no seu ensino a respeito da salvação.      
O meio de Salvação não se fez tão claro no        Velho como em o Novo Testamento. Mas vê-se-o prontamente  prenunciado        no Velho por claramente revelado em o Novo Testamento. Pedro  afirmou que        os santos do Velho Testamento salvaram-se exatamente da mesma  maneira que        os do Novo, Atos 15:10,11. O suposto conflito entre Tiago e Paulo  sobre        a justificação será tratada no respectivo capítulo.      
E. É uma unidade quanto à Lei de Deus.      
Um ideal perfeito de justiça está retratado por toda a Bíblia         a desrespeito do fato que Deus, em harmonia com as leis do  desenvolvimento        humano, ajustou Seu governo às necessidades de Israel para que  pudesse        erguer-se do seu rude estado. Este ajustamento da disciplina de  Deus foi        como uma escada descida a um fosso para prover um meio de escape a  alguém        lá enlaçado. A descida da escada não visa a um encorajamento        ao que está no fundo para deter-se lá, mas intenciona-se como        meio de livramento; de modo que a condescendência da disciplina de         Deus no caso de Israel não foi pensada como um encorajamento do  mal,        mas como uma regulação do mal com o propósito de levantar        o povo a um plano mais elevado. Negar a unidade da Lei de Deus por  causa        de adaptações às necessidades de povos particulares        é tão tolo como negar a unidade dos planos do arquiteto pelo        fato de ele usar andaimes temporária na execução deles.      
F. É uma unidade no desenredo progressivo da doutrina.      
A verdade toda não foi dada de uma vez na Bíblia. Contudo,        há unidade. A unidade no desenredo progressivo é a unidade        do crescimento vegetal. Primeiro vemos a erva, depois a espiga e  então        o grão cheio na espiga" (Marcos 4:28).      
A força desta unidade maravilhosa na sua aplicação        à questão da inspiração da Bíblia está        acentuada por David James Burrell como segue: - "Se quarenta  pessoas dispares        de diferentes línguas e graus de educação musical tivessem        de passar pela galeria de um órgão em longos intervalos e,        sem nenhuma possibilidade de colisão, cada uma delas tocasse  sessenta        e seis teclas, as quais, quando combinadas, dessem o tema de um  oratório,        submeter-se-ia respeitosamente que o homem que considerasse isso  como uma        "circunstancia fortuita" seria tido por consenso unanime universal  - para        dize-lo modestamente - tristemente falto de senso comum" (Why I  Believe        The Bible).      
(4) A exatez da Bíblia em matérias cientificas prova que        ela não é de origem humana.      
A. A Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural.      
Diz-se corretamente que a Bíblia não foi dada para ensinar        ciência natural. Não foi dada para ensinar o caminho que os        céus vão, mas o caminho que vai para o céu.      
B. Todavia, ela faz referência a matérias cientificas.      
"Por outro lado, contudo, vendo que o universo inteiro esta  de tal modo        inteira e inseparavelmente ligado com leis e princípios, é        inconcebível que este livro de Deus, que confessadamente trata de        tudo no universo quanto afeta os mais altos interesses do homem,  não        fizesse referência alguma a qualquer matéria cientifica; daí        acharmos referência incidentais a vários ramos da ciência...        (Sidney Collett, All About The Bible).      
C. E quando a Bíblia faz referência a matérias cientificas,        é exatíssima.      
A Bíblia não contém os erros científicos do        seu tempo. Ela antecipou as gabadas descobertas dos homens  centenas de anos.        Nenhum dos seus estatuídos provou-se errôneo. E é somente        nos tempos hodiernos que os homens chegam a entender alguns deles.  Notai        as seguintes referências bíblicas a matérias cientificas:      
(a) A rotundidade da terra. Séculos antes de os homens  saberem que        a terra é redonda a Bíblia falou do "circulo da terra" (Isaías        40:22).      
(b) O suporte gravitacional da terra. Os homens costumavam  discutir a questão        de que é que sustenta a terra, sendo avançadas diversas teorias.        Finalmente os cientistas descobriram que a terra é sustentada por        sua própria gravitação e a de outros corpos. Mas, muitos        antes de os homens saberem isto, e enquanto contendiam por este ou  aquele        fundamento material para a terra, a Bíblia declarou que Deus  "pendura        a terra sobre o nada" (Jó 26:7).      
(c) A natureza dos céus. A Bíblia fala dos céus como        "expansão" e isto estava tão adiante da ciência que        a palavra hebraica (raquia) foi traduzida por "firmamento"  (Gênesis        1; Sal. 19:6), que quer dizer um suporte sólido.      
(d) A expansão vazia do Norte. Foi só na metade do século        passado que o Observatório de Washington descobriu que, dentro dos         céus do Norte, há uma grande expansão vazia na qual        não há uma só estrela visível. Mas antes de        três mil anos a Bíblia informou aos homens que Deus "estendeu        o Norte sobre o espaço vazio" (Jó 26:7).      
(e) O peso do Ar. Credita-se Galileu com a descoberta que o  ar tem peso,        - algo com que os homens jamais tinham sonhado; mas, dois mil anos  antes        da descoberta de Galileu a Bíblia disse que Deus fez "um peso do        vento" (Jó 28:25).      
(f) A rotação da terra. Ao falar de sua segunda vinda, Cristo         deu indicação de que seria noite numa parte, dia na outra        (Lucas 17:34-36), implicando assim a rotação da terra sobre        seu eixo.      
(g) O número de estrelas. Hiparco numerou as estrelas em  1002, mas        a Bíblia antecipou as revelações do telescópio        e classificou as estrelas com a areia na praia (Gên. 22:17).      
Comparai agora esses verdadeiros estatuídos científicos com        as noções cruas e com os erros grosseiros concernentes ao        universo a serem achados em outras velhas teologias, tais como as  de Homero,        Hesiodo e os códigos dos gregos; também os livros sagrados        dos budistas, bramanes e maometanos.      
(5) A profecia cumprida testemunha ao fato que a Bíblia  veio        de Deus.      
A. A referência profética a Ciro.      
Cinqüenta anos antes do nascimento de Ciro, Rei, o qual  decretou que        os filhos de Israel voltassem à sua terra, Isaías falou de        Deus como "aquele que disse de Ciro, ele é meu pastor e cumprirá        tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Sê        edificada, e ao tempo: Funda-te" (Isaías 44:28).      
B. A profecia do cativeiro babilônico. Vide Jer. 25:11.      
C. Profecias a respeito de Cristo.      
(a) A rotura de Suas vestes. Salmos 22:18. Cumprimento: João  19:23,24.      
(b) O fato de os Seus ossos não serem quebrados. Sal. 34:20.  Cumprimento:        João 19:36.      
(c) Sua traição. Sal. 41:9. Cumprimento: João 13:18.      
(d) Sua morte com os ladrões e enterro no túmulo de José.        Isaías 53:9. Cumprimento: Mat. 27:38, 57-60.      
(e) O Seu nascimento em Belém. Miqueas 5:2. Cumprimento: Mat.  2:1,2;        João 7:42.      
(f) Sua entrada triunfal em Jerusalém. Zacarias 9:9.  Cumprimento:        Mat. 21:1-10; João 12:12-16.      
(g) Seu traspasse. Zacarias 12:10. Cumprimento: João  19:34,37.      
(h) Dispersão dos Seus discípulos. Zac. 13:7. Cumprimento:        Mat. 26:31.      
Há, porém, uma explicação plausível        da maravilha da profecia cumprida e essa explicação é        que Ele "que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua  vontade" (Efe.        1:11) moveu a mão do escritor da profecia.      
(6) O testemunho de Cristo prova a genuinidade da Bíblia  como        uma revelação de Deus.      
Jesus considerou o Velho Testamento como a Palavra de Deus, a  ele se referiu        freqüentemente como tal e disse:- "A Escritura não pode ser        quebrada" (João 10:35). Ele também prometeu ulterior revelação        por meio dos apóstolos (João 16:12,13). Temos assim Sua  pre-autenticação        do Novo Testamento.      
O testemunho de Jesus é de valor único, porque Sua vida  provou-O        ser o que Ele professou ser, - uma revelação de Deus. Jesus        não se enganou; "porque isto argüiria (a) uma fraqueza e loucura        montando a positiva insanidade. Mas Sua vida inteira e caráter  exibiram        uma calma, dignidade, equilíbrio, introspeção e domínio        pessoal totalmente antagônicos com semelhante teoria. Ou argüiria        (b) auto-ignorância e auto-exagero que podiam provir apenas da  mais        profunda perversão moral. Mas a pureza absoluta de Sua  consciência,        a humildade do Seu espírito, a beneficência abnegada de Sua        vida mostram ser incrível esta hipótese". Nem Jesus foi um        enganador, porque (a) a santidade perfeitamente compatível de Sua        vida; a confiança não vacilante com a qual Ele desafiava para        uma investigação de suas pretensões e arriscava tudo        sobre o resultado; (b) a vasta improbabilidade de uma vida inteira  mentir        aos declarados interesses da verdade e (c) a impossibilidade de  decepção        opera tal benção ao mundo, - tudo mostra que Jesus não        foi um impostor cônscio" (A. H. Strong).      
III. O que constitui a Bíblia?
Do que já se disse, manifesto é que o autor crê que        a Bíblia, revelação de Deus, consiste de sessenta e        seis livros do que é conhecido como o Canon Protestante.      
Aqui não é necessário um prolongado e trabalhado argumento        e nada será tentado. A matéria inteira, tanto quanto respeita        aos que crêem na divindade de Cristo, pode ser firmada pelo Seu  testemunho.      
Notemos:      
1. Cristo aceitou os trinta e nove livros de nosso Velho  Testamento como        constituindo a revelação escrita que Deus tinha dado até        aquele tempo.      
Esses livros compunham a "Escritura" (um termo que ocorre  trinta e três        vezes em o Novo Testamento) aceita pelos judeus. Crê-se que eles  foram        reunidos e arranjados por Esdras. Foram traduzidos do hebraico  para o grego        algum tempo antes do advento de Cristo. Não pode haver dúvida        de que Cristo aceitou esses livros e nenhuns outros como  constituindo os        escritos que Deus inspirou até aquele tempo. Ele citou esses  livros        na formula: "Está escrito". Ele referiu-se a eles como  "Escritura".        E Ele disse: "... a Escritura não pode ser quebrada" (João        10:35).      
Por outro lado, nem uma vez Cristo citou ou referiu-se aos  livros que se        acrescentaram ao Cânon Protestante para inteirar o Velho  Testamento        na Bíblia Católica (Versão Douay). E admiti-se, autoridades        católicas, que os judeus do tempo de Cristo não aceitaram        os mesmos como inspirados. (Nota adicional: Num Catecismo da  Bíblia,        escrito pelo "Rev. John O'Brien, M. A.", e publicado pela  sociedade Internacional        da Verdade Católica, de Brooklyn, à página 10, faz-se        esta pergunta sobre esses livros :- "Foram os livros adicionados  aceitos        pelos hebreus?". A resposta dada é: - "Não, os hebreus  recusaram-se        a aceitar esses livros adicionais.") O Cânon Protestante do Velho        Testamento é o cânon aceito pelo povo escolhido de Deus e pelo        Filho de Deus, bem como pelos apóstolos.      
2. Cristo também prometeu uma revelação ulterior além        mesmo de tudo que Ele tinha ensinado.      
Em João 16:12,13 achamos Cristo falando aos apóstolos como        segue: "Ainda tenho muitas coisas a dizer-vos, mas não as podeis        suportar agora. Não obstante, quando Ele, o Espírito de verdade        vier, guiar-vos-á em toda a verdade; porque Ele não falará        de Si mesmo, mas falará tudo o que tiver ouvido e vos anunciará        as coisas que hão de vir".      
Ainda mais: Cristo constituiu aos apóstolos um corpo de  mestres        infalíveis quando em Mat. 18:18 disse: "Na verdade vos digo: o que         ligardes na terra será ligado no céu e o que desligardes na        terra será desligada no céu". "Ligar" quer dizer proibir,        isto é, ensinar que uma coisa está errada. "Desligar" é        consentir, sancionar, ensinar que uma coisa está certa. Assim  Cristo        prometeu sancionar no céu o que quer que os apóstolos ensinaram        na terra. João 20:22,23 é da mesma importância.      
Em o Novo Testamento temos esta revelação ulterior que Cristo         deu por meio do Seu corpo infalível de mestres. Os poucos livros        não escritos pelos apóstolos receberam o seu lugar no cânon,        evidentemente, porque os apóstolos os aprovaram. De qualquer  maneira,        o seu ensino é o mesmo como o dos demais livros do cânon.      
No Novo Testamento veio a existir da mesma maneia que o  Velho, isto é,        o cânon foi determinado pelo consenso de opinião da parte do        próprio povo de Deus. O fato que Deus deu e conservou uma  revelação        infalível da velha dispensação argue que Ele fez o        mesmo com referência ao novo.      
IV. É a Bíblia final como revelação de Deus?
A finalidade da Bíblia está sendo rejeitada hoje a favor        de uma revelação que está ainda em processo. Esta idéia        é adotada por aqueles que estão contaminados de modernismo.        Ninguém que crê na divina inspiração da Bíblia        adotará esta idéia. Devemos voltar a Cristo por um estatuído        autoritativo concernente à inspiração dos escritores        apostólicos, o qual não nos dá nenhuma garantia em        pretender que esta inspiração se estendeu além dos        apóstolos. Que ensinos, não contrários ao Novo Testamento,        podem os crentes da revelação progressiva indicar como tendo        sido revelados desde os tempos apostólicos? O Novo Testamento é        manifestamente completo e final.  
 Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
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