"Agrada-te  do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração" (SI 37.4). Quando uma pessoa é salva pela  graça, um dos resultados é que ela vai amar o Senhor, vai ter o desejo  de deleitar-se nele. Haverá o desejo por parte do cristão de amar o  Senhor de todo coração. Isso nem sempre é possível por causa do pecado,  mas o desejo, o alvo está ali.
Uma oração de Lancelot Andrewes diz  assim: "A ti mesmo, O meu Deus, a ti mesmo por causa de ti  mesmo, acima de todas as outras coisas, eu amo. Desejo-te. Como meu alvo  final anseio ter-te. Tu por amor a ti, e nada mais, eu busco sempre e  em todas as coisas, de todo o coração e entranhado afeto, com ais e  lágrimas, com labor ininterrupto e sentimento aflitivo". Já se disse  com verdade que o problema da igreja de hoje é que não temos número  suficiente de filhos de Deus com a oração fervorosa e zelosa de homens  como Andrewes.
Tantas vezes dizem: "Eu  sei que amo Deus porque, afinal de contas, convidei seu Filho a entrar  em meu coração e eu freqüento a igreja, etc." Como podemos ter  certeza de que estamos nos deleitando no Senhor? Como podemos ter  certeza de que o amamos? Algumas das características de um amor real de  Deus são estas: 
1) Não podemos achar contentamento  sem que seja nele, porque ele é a saúde de nosso semblante. 
2) Detestamos aquilo que nos  separaria de Deus, a saber, o pecado. O salmista disse: "Detesto todo caminho de falsidade" (Salmo 119.104).  Isso é algo sobre o qual nem sempre temos a vitória porque muitas vezes o  caminho da falsidade vence, mas quando isso acontece e o percebemos  rogamos pelo perdão dele. 
3) Queremos contar a outras pessoas  sobre ele. Dizer que amamos a Deus, deleitamo-nos nele, e ao mesmo tempo  silenciar sobre ele seria uma total discrepância. 
4) Estamos prontos a sofrer, e se  preciso, a morrer por ele. Paulo disse: "Estou  pronto a ser oferecido". Estamos sempre dispostos a passar por  aquilo que ele desejar que passemos se for para que seu nome seja  glorificado.
Há de fato muitas outras  características, mas as que eu enumerei acima devem ser suficientes para  se usar como padrão em nosso amor para com ele. Seria bom pararmos aqui  e orarmos: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu  coração". A chama do amor deve estar sempre ardendo luminosa em  nosso coração. Se não estiver, quem sabe é aquela negligência do dever,  ou amor demais pelo mundo, ou falta de oração e estudo da Bíblia que  está apagando a chama. A chama precisa ser sempre abanada e não  impedida. Se não estiver lá nunca haveremos de receber dele os desejos  de nosso coração.
Pergunta  42. Em que se resumem os dez mandamentos?
Resposta: Os dez mandamentos se  resumem em amar ao Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a  nossa alma, de todas as nossas forças e de todo o nosso entendimento; e  ao nosso próximo como a nós mesmos.
Referências Bíblicas: Mt 22.37-40; Mt 10.27; Tg  2.10; Rm 13.10.
Perguntas:
1.      Como as  obrigações dos mandamentos estão divididas nesta resposta?
As obrigações estão divididas do  seguinte modo: nossas obrigações para com Deus e nossas obrigações para  com nosso próximo.
2.      Em que  sentido se usa a palavra "resumir" nesta pergunta?
O "resumo" aqui se refere à  obrigação abrangente da lei que é o amor; porque o amor é o cumprimento  da lei.
3.      Qual é o  sentido de amar a Deus de todo o nosso coração?
Amar Deus de todo o coração  significa amá-lo sem hipocrisia, ser sincero e honesto em nosso amor.
4.      Qual é o  sentido de amar a Deus de toda nossa alma?
Amar a Deus de toda a alma significa exercer todas  as faculdades que temos no cumprimento dos deveres de nossa vida cristã à  medida que nos deleitamos tanto nele como em seguir a vontade dele.
5.      Qual é o  sentido de amar a Deus de todo nosso entendimento?
Amar a Deus de todo o entendimento  significa não amar nada ou ninguém mais do que ele.
6.      Quem é o  próximo que devemos amar como nós mesmos?
Toda pessoa é nosso próximo, e assim devemos ter um  afeto geral para com todos.
7.      O que é  amar a nosso próximo como a nós mesmos?
Amar a nosso próximo como a nós mesmos é amá-lo com  aquela mesma verdade e constância de amor com que amamos nossa própria  pessoa. Ef 5.29.
8.      Se um  padrão da Bíblia puder ser dado para esse amor de outras pessoas, qual  poderá ser?
Um  bom padrão da palavra de Deus seria Mateus 7.12 — fazermos aos outros o  que queremos que eles nos façam, ou então João 15.12, onde Jesus diz: "O meu manda-mento é este: que vos ameis uns aos outros, assim  como eu vos amei".
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