Por que  estudar a Bíblia?
É de primeira necessidade que o cristão conheça  profundamente sua fé  e sua base doutrinária. Sem o conhecimento adequado da  Palavra de  Deus, um cristão não possui qualquer condição de prevalecer contra  as  falsas doutrinas, e muito menos de entender e praticar o Cristianismo.
Tendo em vista essa necessidade de um conhecimento  amplo e profundo  da fé e teologia cristã, essa série de aulas sobre Seitas e  Heresias  começa com o tema Bibliologia, para que o cristão:
1. “Saiba responder a quem lhe perguntar sobre a razão  da sua fé”.  (1Pe. 3.15);
2. Apresente-se aprovado a Deus. (2Tm. 2.15);
3. Não seja condenado por não conhecer corretamente sua fé. (Os. 4.6 e Mt. 22.29);
4. Entender que a única forma de fé aceitável à Deus emana do padrão das Escrituras. (Rm. 10.17 e Hb. 11.3);
5. Ser habilitado a batalhar pela fé cristã com qualidade (Jd. 3).
6. Saber identificar e se guardar das heresias, dos equívocos e das falsas interpretações bíblicas (Mt. 16. 6-11/12).
2. Apresente-se aprovado a Deus. (2Tm. 2.15);
3. Não seja condenado por não conhecer corretamente sua fé. (Os. 4.6 e Mt. 22.29);
4. Entender que a única forma de fé aceitável à Deus emana do padrão das Escrituras. (Rm. 10.17 e Hb. 11.3);
5. Ser habilitado a batalhar pela fé cristã com qualidade (Jd. 3).
6. Saber identificar e se guardar das heresias, dos equívocos e das falsas interpretações bíblicas (Mt. 16. 6-11/12).
O que a  Bíblia significa para nós?
Por fim, o estudante sincero das Escrituras deve saber  que a Bíblia é  o próprio Deus infinito se revelando ao homem e que tudo que  podemos  descobrir de Deus é o que Ele mesmo revela de si próprio (Jo. 1.1),   igualmente devemos compreender que a Bíblia é a nossa própria vida (Dt.  32.47) e  que contém em si um padrão de mandamentos, conceitos e regras a  ser conhecido e  obedecido (Os. 6.3 e Tg. 1.22).
 INTRODUÇÃO
“Mas, para  que nos reluza a verdadeira religião, é preciso  considerar isto: que ela tenha  a doutrina celeste como seu ponto de  partida; nem pode alguém provar sequer o  mais leve gosto da reta e sã  doutrina, a não ser aquele que se faz discípulo da  Escritura. Donde  também provém o princípio do verdadeiro entendimento: quando  abraçamos  reverentemente o que Deus quis testificar nela acerca de si mesmo.  Ora,  não só a fé consumada, ou completada em todos os seus aspectos, mas  ainda  todo reto conhecimento de Deus nascem da obediência à Palavra.” (CALVINO,  João. Institutas.  Tradução: Waldyr Carvalho Luz. São Paulo:  Cultura Cristã, 2003. p. 79).
“(...)  porque a verdade se dirime de toda dúvida quando, não  se apoiando em suportes  alheios, por si só ela própria é suficiente  para suster-se. 
Quão peculiar, porém, é esse poder à Escritura, transparece claramente disto: que dos escritos humanos, por maior que seja a arte com que são burilados, nenhum sequer nos consegue impressionar de igual modo. Basta ler a Demóstenes ou a Cícero; a Platão ou a Aristóteles, ou a quaisquer outros desse plantel: em grau admirável, reconheço-o, são atraentes, deleitosos, comoventes, arrebatadores. Contudo, se te transportares dali para esta sagrada leitura, queiras ou não, tão vividamente te afetará, a tal ponto te penetrará o coração, de tal modo se te fixará na medula, que, ante a força de tal emoção, aquela impressividade dos retóricos e filósofos quase que se desvanece totalmente, de sorte que é fácil perceber que as Sagradas Escrituras, que em tão ampla escala superam a todos os dotes e graças da indústria humana, respiram algo de divino.” (CALVINO. João. op. cit. p. 88-89).
Quão peculiar, porém, é esse poder à Escritura, transparece claramente disto: que dos escritos humanos, por maior que seja a arte com que são burilados, nenhum sequer nos consegue impressionar de igual modo. Basta ler a Demóstenes ou a Cícero; a Platão ou a Aristóteles, ou a quaisquer outros desse plantel: em grau admirável, reconheço-o, são atraentes, deleitosos, comoventes, arrebatadores. Contudo, se te transportares dali para esta sagrada leitura, queiras ou não, tão vividamente te afetará, a tal ponto te penetrará o coração, de tal modo se te fixará na medula, que, ante a força de tal emoção, aquela impressividade dos retóricos e filósofos quase que se desvanece totalmente, de sorte que é fácil perceber que as Sagradas Escrituras, que em tão ampla escala superam a todos os dotes e graças da indústria humana, respiram algo de divino.” (CALVINO. João. op. cit. p. 88-89).
O vocábulo Bíblia é proveniente da palavra grega biblos ou bíblion,  que significa rolo,  livro, livros ou coleção de livros,   esta última, a forma como atualmente é empregada, ou seja, como um  conjunto de  livros divinamente inspirados, que foram agrupados,  passando a ser a fonte de  autoridade e regra de fé cristã.
A Bíblia foi composta em um período de aproximadamente 1.545 anos, desde seus cinco primeiros livros, escritos por Moisés, que recebem a denominação de Pentateuco, até seu último livro, chamado Apocalipse, escrito pelo apóstolo João. A Bíblia contém 66 livros, divididos em Antigo e Novo Testamentos, e foi escrita por aproximadamente 46 escritores diferentes.
A Bíblia foi composta em um período de aproximadamente 1.545 anos, desde seus cinco primeiros livros, escritos por Moisés, que recebem a denominação de Pentateuco, até seu último livro, chamado Apocalipse, escrito pelo apóstolo João. A Bíblia contém 66 livros, divididos em Antigo e Novo Testamentos, e foi escrita por aproximadamente 46 escritores diferentes.
Fato importante  de se salientar é que apesar de a Bíblia  ter sido escrita por uma variedade tão  grande de pessoas e em épocas  diferentes, manteve em sua essência o mesmo  ensino e doutrina,  ocorrência essa  que somente soma a favor de sua qualidade como a  Palavra inerrante, autêntica e  inspirada de Deus, que conduziu toda a  sua escrita, através de homens que Ele  mesmo separou para essa  importantíssima tarefa.
1.2 BREVES CONSIDERAÇÕES  SOBRE ALGUNS TERMOS RELACIONADOS À  BÍBLIA
Abaixo relacionamos alguns termos que são  costumeiramente empregados  em relação à Bíblia:
- Canônico à Do grego kanon, que   siginifica cana, regra, medida. Faz  referência aos 66 livros  considerados como autênticos, inerrantes e inspirados  por Deus, que  compõem a Bíblia protestante atual.
-  Deuterocanônico à Do grego deutéro  + kanon,  que significa do outro cânon,  ou daoutra regra,  significando que tais livros não foram  considerados “Escrituras” pela comunidade cristã  ou judia fiéis, nos  tempos de sua composição. 
- Apócrifos  ou Pseudo-Epígrafos à Do grego apókryphos,   que significa não-autêntico, falso,  secreto, e pseudés-epigrápho,  que  significa falso responsável pela escrita. Diz-se  dos livros tidos como não-fidedignos  pela cristandade e pelo judaísmo,  ou seja: são aqueles considerados falsos,  mentirosos ou incompatíveis  com a história, cultura, fatos e espiritualidade da  época.  São os seguintes livros: O Primeiro Livro de Adão e Eva, O  Segundo  Livro de Adão e Eva, Livro dos Segredos de Enoque, Livro das Ascenção   de Isaías, Conto dos Patriarcas, O Martírio de Isaías, Melchizedek,  Narração do  Dilúvio da Epopéia de Gilgamesh (Relato Babilônico), O  Testamento de Abraão, A  Assunção de Moisés, Caverna dos Tesouros, Livro  de Enoque (I Enoque),  Testamento dos Doze Patriarcas, O Hino da Pérola  Sobre a Origem do Mundo, O Livro  dos Jubileus, Livro da Infância do  Salvador, A História de José, o Carpinteiro,  Evangelho Árabe da  Infância, Excertos do Evangelho Armênio da Infância José e  Asenath,  Evangelho Pseudo-Mateus da Infância, Evangelho Pseudo-Tomé, Evangelho   de Judas, Proto-Evangelho de Tiago, Evangelho de Nicodemus, Descida de  Cristo  ao Inferno (versão grega), Descida de Cristo ao Inferno (versão  latina),  Evagelho de Bartolomeu, Evangelho de Pedro, Evangelho Segundo  Tomé, o Dídimo,  Excertos do Evangelho de Maria, Agrapha  Extra-Evangelho, Evangelho Segundo  Felipe, O Evangelho da Verdade, O  Evangelho de Valentino, Ciclo de Pilatus,  Julgamento e Condenação de  Pilatus, Declarações de José de Arimatéia, Aquele  que reclamou o Corpo  do Senhor, e que Contem a Causa dos dois ladrões, Cartas  do Senhor,  Discurso Sobre o Domingo, Apócrifos da Assunção, Passagem da   Bem-Aventurada Virgem Maria, Didaquê: O Ensino dos Doze Apóstolos,  Apocalipse  de Baruch, Apocalipse de Adão, Apocalipse de Abraão,  Apocalipse de Moisés,  Apocalipse de Elias, Apocalipse de Pedro,  Apocalipse de Tomé.
- Bíblia  Stuttgartensia (Hebraica) à Versão mais  recente da Bíblia em hebraico, composta  diretamente dos Textos  Massoréticos, tidos como os mais fiéis. Engloba apenas  os livros do Tanakh  judeu, isto é, o  Velho Testamento dos protestantes. 
- Bíblia  Septuaginta, LXX (Grega) à É a versão  grega da Bíblia hebraica, que foi elaborada  entre os séculos III e I  antes de Cristo, por 72 rabinos judeus, daí seu nome  ser Septuaginta,  ou “versão dos  setenta”. A Septuaginta inclui livros apócrifos, que  não constam do cânon  hebraico, sendo que os protestantes excluem esses  livros adicionais, contudo,  os cristãos católicos mantém alguns dos  livros constantes da Septuaginta em seu  cânon.
- Bíblia  Vulgata (Latina) à Versão em latim de toda  a Bíblia, produzida no século  VI, por Jerônimo, a pedido do papa  Dâmaso I. É uma tradução do Antigo  Testamento em hebraico e do Novo  Testamento em grego, diretamente para o latim  vulgar, falado em todo  Império Romano  à época. Possui alguns livros à mais que a Bíblia  protestante, chamados de  deuterocanônicos.
1.3  TESTEMUNHOS DE GRANDES PERSONALIDADES SOBRE A BÍBLIA
- Johannes  Kepler (fundador da astronomia  física,  alemão) à “Astronomia é pensar os pensamentos de Deus, depois Dele”.
- Francis  Bacon (lorde, diplomata e filósofo   inglês, pai do moderno método científico) à “Há dois livros que devemos  sempre estudar: As  Escrituras, que nos previnem do erro e revelam a  vontade de Deus, e a Criação,  que expressa o Seu poder”.
- Isaac  Newton (físico inglês) à “Nós encontramos  mais marcas da autenticidade da  Bíblia que da história secular”.
- Louis  Pasteur (microbiologista francês) à “Quanto  mais conheço a Bíblia, mais minha fé  aumenta”.
- Werner von  Braun (engenheiro físico alemão) à  “Não consigo entender como um cientista tem a  capacidade de não  reconhecer a presença de uma racionalidade superior e divina  por trás  da existência do universo. Seria o mesmo que um teólogo que resolvesse   negar os avanços da ciência moderna”.
- Sir  William Ramsey (arqueólogo inglês) à “Os  grandes historiadores são os mais raros  escritores...Eu reconheço Lucas  entre os historiadores de primeira classe”.
- William  Foxwell Albright (arqueólogo chileno,   possuidor de mais de 30 títulos de doutorado honoris causae) à  “Não há a menor dúvida que a arqueologia confirma a historicidade   substancial da tradição do Antigo Testamento... Descoberta após  descoberta tem  confirmado a exatidão de inúmeros detalhes, e feito  crescer o reconhecimento da  Bíblia como uma valiosa fonte histórica”.
- Nelson  Blueck (arqueólogo judeu, presidente  da  Universidade Hebraica de Jerusalém) à “Pode-se afirmar, categoricamente,  que nenhuma  descoberta arqueológica tem jamais desmentido uma  referência bíblica”.
- Victor  Hugo (escritor francês) à “Alguns homens,  de fato, negam o Deus infinito.  Alguns, também, negam o Sol: são os  cegos”.
1.4 RECENTES  PESQUISAS SOBRE A BÍBLIA E SEU CONHECIMENTO  PELA POPULAÇÃO
Um renomado instituto de pesquisas dos Estados Unidos,  chamado  Instituto Barna, sediado em Greendale, Califórnia, elaborou uma   pesquisa nos EUA, América Latina, África e Europa, acerca do  conhecimento  bíblico dos entrevistados. Abaixo seguem os resultados  assustadores.
1 – Quais pessoas normatizam seu comportamento de  vida  pela Bíblia ou por uma filosofia de vida não cristã?
Resposta: 25% por uma filosofia bíblico-cristã; 24% se declararam não-cristãos; e 51% disseram não ter nenhuma filosofia de vida.
Resposta: 25% por uma filosofia bíblico-cristã; 24% se declararam não-cristãos; e 51% disseram não ter nenhuma filosofia de vida.
2 – Dos que se disseram cristãos, quantos possuíam   Bíblias?
Resposta: 93% possuíam uma ou mais Bíblias; 7% não possuíam um único exemplar da Bíblia.
Resposta: 93% possuíam uma ou mais Bíblias; 7% não possuíam um único exemplar da Bíblia.
3 – Dos que possuíam Bíblias, quantos a liam e nela   criam?
Resposta: 12% liam diariamente a Bíblia; 38% recorriam à ela momentaneamente, em períodos de necessidade; e 42% não concordavam que a Bíblia é a legítima Palavra de Deus, correta em seus ensinos.
Resposta: 12% liam diariamente a Bíblia; 38% recorriam à ela momentaneamente, em períodos de necessidade; e 42% não concordavam que a Bíblia é a legítima Palavra de Deus, correta em seus ensinos.
4 – Dos que liam a Bíblia, qual seu nível de   conhecimento?
Resposta: 69% criam que “Deus ajuda quem cedo madruga” é um texto bíblico; 48% acharam que o “Livro de Tomé” fazia parte do Novo Testamento; e 58% não souberam responder quem pregou o “Sermão do Monte”.
Resposta: 69% criam que “Deus ajuda quem cedo madruga” é um texto bíblico; 48% acharam que o “Livro de Tomé” fazia parte do Novo Testamento; e 58% não souberam responder quem pregou o “Sermão do Monte”.
Em nova pesquisa de campo, o sociólogo norte-americano  Jeffrey Haden  enviou 10 mil cartas à pastores e líderes religiosos nos EUA,  contendo  várias perguntas. Abaixo o resultado apurado:
- 50% Não criam que Jesus nasceu de uma virgem;
- 80% Não criam que Jesus era o legítimo Filho de Deus;
- 80% Não criam que a Bíblia é um livro sagrado e inspirado por Deus; e
- 36% Não criam na ressurreição física e corpórea de Jesus.
- 50% Não criam que Jesus nasceu de uma virgem;
- 80% Não criam que Jesus era o legítimo Filho de Deus;
- 80% Não criam que a Bíblia é um livro sagrado e inspirado por Deus; e
- 36% Não criam na ressurreição física e corpórea de Jesus.
Não é de se espantar a razão da atual apostasia que os  EUA têm  experimentado e exportado para todos os continentes da Terra,   entretanto, quando da sua fundação, suas bases bíblico-cristãs eram   extremamente sólidas, tanto que sua maior universidade, chamada Harvard,  foi  fundada por piedosos cristãos, como um local de ensino teológico,  que possuía  como lema a palavra Veritas, do latim Verdade.
Também na fundação dos EUA, um renomado diplomata e  jurista francês  foi enviado até lá, com o objetivo de “descobrir qual o segredo  daquela  grande nação”. De volta à França, Alexis de Tocqueville escreveu: “Os   Estados Unidos da América são grandes porque são bons”.
1.5  EVIDÊNCIAS DA AUTENTICIDADE DAS ESCRITURAS
Segundo o capítulo A  Palavra Inspirada de Deus, escrito por  John R. Higgins, para o livro Teologia Sistemática, Uma Perspectiva   Pentecostal, as evidências da autenticidade tanto do Antigo  quanto do Novo  Testamento podem ser divididas no apoio  interno  e no apoio externo, que  corroboram em favor da identidade da  Bíblia como a Palavra de Deus.
1.5.1 APOIO  INTERNO
É legítimo procurar a origem e o caráter de uma obra  escrita por  meio do exame de seu conteúdo. A Bíblia revela unidade e  consistência  espantosas quanto ao seu conteúdo, levando-se em conta a grande   diversidade havida em sua composição.
O conjunto foi escrito no período de aproximadamente  quinze séculos,  por cerca de 46 autores diferentes, provenientes de várias  classes  sociais – políticos, pescadores, agricultores, médicos, reis, etc. Cada   um deles escreveu em diferentes locais – palácios, prisões, navios,  viagens,  exílios, entre outros lugares. Seus textos variavam entre  relatos históricos,  genealogias, legislações, poesias, profecias e  cartas epistolares.
Cada um de seus autores possuía antecedentes únicos em  sua  constituição como pessoas, carregando suas escritas com experiências,   virtudes e fraquezas pessoais. Escreveram em três idiomas diferentes  (hebraico,  aramaico e grego), e trataram de centenas de temas.
Ainda assim, diante de tão grande diversidade, seus  escritos  combinados formam entre si um todo homogêneo e consistente, que aponta   para o relacionamento entre Deus e a humanidade.
Nas palavras de Josh McDowell a Bíblia não possui “uma  unidade  superficial, mas profunda. Quanto  mais profundamente a  estudamos, mais completa essa unidade se nos revela”.
A Bíblia é totalmente relacionada à natureza complexa  do ser humano,  tratando de todas as áreas inerentes à sua vida (Sl. 119:96).  Ainda  que tenha sido escrita há milhares de anos atrás, a Bíblia continua   atendendo às necessidades de cada geração. As Escrituras dirigem  continuamente  aquele que as lê em direção ao Deus verdadeiro, lhe  possibilitando um encontro  pessoal e transformador com Ele.
Cada porção das Escrituras revela um padrão ético e  moral que supera  em muito os padrões esperados de homens e mulheres comuns. O  foco da  ética e moralidade bíblicas não se atém apenas ao que a pessoa faz, mas   ao que a pessoa é.
Muitos críticos (da ala chamada alta crítica) têm procurado  diminuir a credibilidade do AT, por  meio da atribuição de novas datas  aos seus livros, mais recentes, no interesse  de minimizar o caráter  acertado das predições proféticas. Entretanto, Peter  Stoner analisou  oito predições a respeito de Jesus e concluiu que “na vida de  uma só  pessoa, a probabilidade de elas se coincidirem é de 1 em  100.000.000.000.000.000  (cem quatrilhões). Logo “a única   explicação racional de tantas predições exatas, específicas, a longo  prazo, é  que o Deus onisciente, soberano sobre a história, haja  revelado tais  conhecimentos aos escritores sagrados”.
1.5.2 APOIO  EXTERNO
A Bíblia exerce uma influência marcante sobre toda a  sociedade, e  isso se comprova factualmente, pois ela já foi impressa, no todo  ou em  parte, em mais de dois mil idiomas (a ONU afirma que atualmente existem 3   mil idiomas ou dialetos falados no mundo), se tornando o livro mais  difundido e  lido na história da Terra.
“Tem se dito que se a Bíblia fosse perdida, poderia  ela ser  reconstruída em suas partes-base a partir das citações tiradas dos   livros que se acham nas prateleiras das bibliotecas públicas”.
Os princípios revelados pelas Escrituras serviram para  a formulação  de todo o sistema legal das nações modernas. Thiessen disse “a   Bíblia... produziu os resultados supremos em todas as profissões  existentes na  vida humana. Tem inspirado sublimemente as artes, a  arquitetura, a literatura e  a música... Não há livro que se compare a  ela na sua influência benéfica sobre  a raça humana”.
“A exatidão da Bíblia em todas as áreas, incluindo  pessoas, locais,  costumes, eventos e ciência, têm sido demonstrada pela  história e pela  arqueologia. Às vezes, pensa-se que a Bíblia está  historicamente  errada, mas as descobertas têm dado testemunho de sua  veracidade. Por  exemplo: há algum tempo, pensava-se que a escrita não havia  sido  inventada senão depois de Moisés. Mas agora, sabemos que essa ciência   remonta até 3.000 a.C. Houve tempos quando os críticos negavam a  existência de  Belsazar. As escavações, contudo, identificam-no com seu  nome babilônico:  Bel-shar-usur. Os críticos diziam que os heteus,  mencionados 22 vezes na  Bíblia, nunca existiram. Agora sabemos que eles  foram uma grande potência no  Oriente Médio”.
Em muitas épocas foi intentada a destruição da Bíblia  (edito de  Diocleciano, de 303, ordenando sua completa destruição), ou sua  leitura  foi proibida à população (Idade Média), contudo, nenhuma delas obteve   êxito. 
Levando-se em conta que durante muitos séculos ela foi  copiada  manualmente, grande era a probabilidade dela ter desaparecido. Um  célebre  filósofo, chamado Voltaire predisse que “dentro de cem anos, o  Cristianismo  desapareceria”. Cinquenta anos depois da sua morte,  ocorrida em 1778, a Sociedade Bíblia de  Genebra estava usando o seu  prelo e a sua casa para produzir grandes pilhas de  Bíblias, conforme  relata Sidney Collett.
Por fim, Bruce Metzger, especialista em crítica  textual, informa  que, “no século III a.C., os estudiosos em Alexandria  indicavam que as  cópias que possuíam da Ilíada de Homero apresentavam cerca de  95% de  fidedignidade. Indica, também, que os textos setentrional e meridional   da Mahabharata da Índia diferem entre si numa extensão de 26.000 linhas.  Isto  contrasta com mais de 99,5% de exatidão para as cópias  manuscritas do Novo  Testamento. Esse meio por cento de diferença  consiste principalmente nos erros  de ortografia dos copistas e, mesmo  assim, passíveis de correção. Nenhuma doutrina da Bíblia  depende de  algum texto cuja forma original não possa ser determinada  com exatidão.
Explicando as variantes gregas do NT o Dr. Philip  Schaff, presidente  do Comitê Americano de Revisores diz:
“Esta grande quantidade de variantes do texto grego não deve desconcertar ou alarmar cristão algum. Ela é o resultado natural da grande riqueza de nossas fontes documentais; ela é um testemunho da imensa que o Novo Testamento tem; ela não afeta, mas, ao contrário, assegura a integridade do texto; e ela é um estímulo útil ao estudo.
Somente cerca de 400 das 100.000 ou 150.000 variantes afetam materialmente o sentido. Destas, não mais do que cerca de cinquenta são realmente importantes por alguma razão ou outra; e mesmo destas cinquenta uma sequer afeta um artigo de fé ou um preceito de dever que não seja abundantemente mantido por outras passagens sobre as quais não há dúvida, ou pelo teor total do ensino da Escritura.
O Textus Receptus de Stephens, Beza e Ezevir, e das versões inglesas, ensina exatamente o mesmo cristianismo que o texto uncial dos manuscritos Sinaítico e Vaticano, as versões mais antigas, e a revisão Anglo-Americana”. (SCHAFF, Philip. Companion to the New Testment apud CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. Vol. 1. São Paulo: Hagnos, 2003. p. 122).
“Esta grande quantidade de variantes do texto grego não deve desconcertar ou alarmar cristão algum. Ela é o resultado natural da grande riqueza de nossas fontes documentais; ela é um testemunho da imensa que o Novo Testamento tem; ela não afeta, mas, ao contrário, assegura a integridade do texto; e ela é um estímulo útil ao estudo.
Somente cerca de 400 das 100.000 ou 150.000 variantes afetam materialmente o sentido. Destas, não mais do que cerca de cinquenta são realmente importantes por alguma razão ou outra; e mesmo destas cinquenta uma sequer afeta um artigo de fé ou um preceito de dever que não seja abundantemente mantido por outras passagens sobre as quais não há dúvida, ou pelo teor total do ensino da Escritura.
O Textus Receptus de Stephens, Beza e Ezevir, e das versões inglesas, ensina exatamente o mesmo cristianismo que o texto uncial dos manuscritos Sinaítico e Vaticano, as versões mais antigas, e a revisão Anglo-Americana”. (SCHAFF, Philip. Companion to the New Testment apud CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. Vol. 1. São Paulo: Hagnos, 2003. p. 122).
1.6  REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO
O estudo da revelação, inspiração e iluminação ensina  ao homem como a  verdade de Deus pôde ser transmitida sem erro, por homens  falíveis, e  de como o Deus eterno “abre” (iluminação) o entendimento para que  os  homens compreendam àquela verdade.
A revelação é a influência divina direta que comunica a verdade de Deus ao homem.
A revelação é a influência divina direta que comunica a verdade de Deus ao homem.
A inspiração é a influência divina direta que  assegura uma  transferência correta da verdade numa linguagem que outros possam   entender.
A inspiração bíblica é:
1. Verbal: que significa que o Espírito Santo guiou a  escolha das  próprias palavras que estão na Bíblia, em meio às palavras  conhecidas  pelos autores; e
2. Plenária: que significa que toda a Bíblia é  infalível e final, em  todas as suas porções. 
A iluminação é a tarefa efetuada pelo Espírito  Santo para  possibilitar ao homem, com uma relação correta com Deus, a entender  as  Escrituras (Lc. 24.44-45, 1 Jo. 2.27).
A revelação, inspiração e iluminação podem ser vistas  claramente na  passagem de 1Co. 2.9-13 (v. 10, revelação; v. 11-12, iluminação e  v.  13, inspiração).
1.7 A  FORMAÇÃO DO CÂNON E A AUTENTICIDADE DO ANTIGO  TESTAMENTO
“Estabelecer  o cânon da Bíblia não foi, porém, a decisão dos  escritores, nem dos líderes  religiosos, nem de um concílio  eclesiástico. Pelo contrário: o processo da  aceitação desses livros  como Escritura deu-se mediante a influência  providencial do Espírito  Santo sobre o povo de Deus. O Cânon foi formado  por um consenso, e  não por um decreto. A Igreja não resolveu quais livros  deveriam  estar no cânon sagrado, mas limitou-se a confirmar aqueles que o povo   de Deus já reconhecia como a sua Palavra. Fica claro que a Igreja não  era a  autoridade; mas percebia a autoridade na Palavra inspirada.”(HIGGINS,  John R. A  palavra inspirada de Deus. In. HORTON, Stanley M. Teologia  sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 114-115).
“É importante  observar que a determinação do cânon, ou lista  dos livros da Escritura Sagrada,  não é obra da Igreja como entidade  organizada. Nós os recebemos, como os Pais e  os Concílios os receberam,  pois temos evidência de que eles são os escritos dos  homens, das  classes de homens, cujos nomes eles detêm, merecem crédito, e são   inspirados.” (STRONG, Augustus Hopkins. Teologia   sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003, p. 265).
“A  autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser  crida e obedecida,  não depende do testemunho de qualquer homem ou  igreja, mas depende somente de  Deus (a mesma verdade) que é o seu  autor; tem, portanto, de ser recebida,  porque é a palavra de Deus.
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.” (INGLATERRA. Confissão de fé de Westminster. Da escritura sagrada. Londres, 1647).
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.” (INGLATERRA. Confissão de fé de Westminster. Da escritura sagrada. Londres, 1647).
O Antigo Testamento constitui a parte inicial da  Bíblia cristã e a  totalidade da Bíblia hebraica, chamada de Tanakh. Segundo a  tradição judaica, o AT  pode ser divido em Torah ou livros da   Lei, que contém a lei mosaica, Nevi’im ou livros dos profetas e  Ketuvim ou  escritos (formando o acrônimo Tanakh).  A  tradição cristã divide o AT em Pentateuco (os cinco livros da  Lei e Deus), Livros  Históricos, Livros Poéticos e Sapienciais e  Livros Proféticos, somando um  total de 39 livros.
A genuinidade do Antigo Testamento é, nas palavras de  A. H. Strong:  “sinceridade de propósito e liberdade de qualquer coisa falsa ou   intencionalmente enganosa a respeito da época ou da autoria dos  documentos”.
Prova-se a genuinidade do AT através dos seguintes  argumentos:
1 – O Novo Testamento faz citação ou alusão a todos  os  livros do Antigo Testamento como genuínos, exceto seis deles, que  são: Juízes,  Eclesiastes, Cantares de Salomão, Ester, Esdras e Neemias,  entretanto, apesar  destes livros não serem citados diretamente no Novo  Testamento, eles não trazem  nenhum ensino ou doutrina que anule  qualquer outra porção das Escrituras.
Juízes – Não se sabe, ao certo, quem seja o autor  desse  livro de transição, que liga o período de conquista de Canaã por  Josué, até os  dias da monarquia hebraica. O Talmude aponta  Samuel como seu provável autor. Além de não conter nenhuma inscrição que   contrarie qualquer ponto bíblico-doutrinário, o livro de Juízes  apresenta uma  verdade perene por toda a Bíblia: Deus usa somente  pessoas cheias do Espírito  Santo para sua obra (cf. 3:10, 6:34, 14:6 e  At. 1:8, 4:33).
Eclesiastes – Sua autoria, pelo estilo, majestade e  tema, é  atribuída ao rei Salomão. Apesar de não possuir menções  específicas no Novo Testemunho,  o livro contem verdades espirituais que  se coadunam perfeitamente às doutrinas  neotestamentárias (cf. 9:9-10 –  Hb. 9:27 / 11:9, 12:14 – Mt. 16:27, Rm. 2:6-8 /  5:15 – I Tm. 6:7).
Cantares de  Salomão – É um livro, que pela   tradição judaica, foi escrito durante a juventude do rei Salomão, para   descrever seu amor pela bela Sulamita. É o livro bíblico que mais trata  do  relacionamento pré e pós-nupcial, que coloca em relevo a grandeza da  vida afetiva  entre o homem e a mulher. Apesar de não haver nenhuma  referência explícita em  outros livros da Bíblia, seu tema foi utilizado  pelo autor de Hebreus para  exaltar a nobreza de um casamento santo  (13:4), e ainda tem sido utilizado como  uma alegoria ao amor entre  Cristo e a Igreja (cf. Ef. 5:22-23, Ap. 21:1-2,  9-10).
Ester – Seu autor permanece desconhecido até os dias   atuais, contudo as evidências literárias intrínsecas apontam para um  autor  judeu, ou de profundo conhecimento dos costumes hebraicos. O tema  desse livro  (que não menciona nenhuma vez o nome de Deus) revela uma  íntima ligação com o  ódio e raiva que desfrutam aqueles que são  escolhidos como “povo de Deus”.  Trata-se de uma clara alusão ao  sofrimento suportado por aqueles que vivem em  uma terra alheia,  governada por líderes demoníacos, contudo, são livrados  sempre pela mão  poderosa do Deus ao qual servem.
Esdras – É um livro escrito por um sacerdote e  escriba (que  empresta seu nome ao livro), com o propósito de relatar os  eventos históricos e  genealógicos de seu tempo, bem como a volta do  povo judeu do exílio babilônico.  Contém um dos princípios mais patentes  de oração fervorosa e arrependida do AT  (cap. 9), onde seu autor é  tomado de quebrantamento pelo pecado da nação  israelita, princípio esse  encontrado, mais vividamente, nos profetas Daniel,  Jeremias, Joel e em  Neemias.
Neemias – Este livro foi escrito pelo governador  Neemias,  auxiliado pelo sacerdote Esdras. Sua historicidade foi  comprovada no começo do  séc. XX, através dos Papiros de Elefantina, que  fazem referência à personagens  constantes do livro (Sambalate e  Joanã), e também à substituição de Neemias  como governador em 410. A.C.   Este livro se amolda perfeitamente ao restante das Escrituras  Sagradas, apesar  de não ser mencionado em outro livro bíblico, pois  apresenta a figura de um  governador piedoso e dirigido por Deus,  constantemente em oração, em semelhança  ao rei Davi, e ao Rei dos Reis  Jesus.
2 – Por meio do testemunho das autoridades judias  antigas  e modernas que declaram que somente os livros constantes do  atual cânon são  sagrados.
Nessa esteira estão, segundo A.H. Strong, o  historiador Flávio  Josefo que “enumera esses livros ‘que, com justiça,  desfrutam  crédito’”; Filo, que “nunca cita um apócrifo, apesar de que ele cita   quase todos os livros do AT”; George Adam Smith, que ensina que “os  fatos não  apóiam a teoria que atribui o cânon do AT a uma simples  decisão da igreja judia  nos dias da sua inspiração. O desenvolvimento  do cânon do AT foi gradual”, ou  seja, ele foi sendo firmado pelo tempo,  através de Esdras e Neemias e,  finalmente, nas decisões do concílio de  rabinos em Jâmnia, entre 90 e 118 d.C.  Nesse concílio foi decidido  acerca da inclusão de Cantares de Salomão e de  Eclesiastes, encerrando  assim o cânon do AT.
3 – Através da descoberta do “livro da Lei” no  templo (621 a.C), no reinado do rei  Josias (II Re. 22:8). Foi  justamente nessa data que a Lei, ou Torah, começava a ser  observada como a  “lei da terra” em Israel (semelhante à força da  legislação nacional nos países  atuais). Tal descoberta comprova a já  existência de porções do AT em formas  escritas, juntamente com as  passagens de Os. 8:12 (743 – 737 a.C.) e Am. 2:4 (759 – 745 a.C.).
1.8 A  FORMAÇÃO DO CÂNON E A AUTENTICIDADE DO NOVO TESTAMENTO
Os elementos que garantem a autenticidade do Novo Testamento  foram  apresentados no capítulo anterior, intitulado Bibliologia, Aspectos  Históricos, no item Evidências da autenticidade das Escrituras.  Abordaremos, neste  momento, a formação e consolidação do cânon do NT,  com base na obra O Novo Testamento interpretado versículo por   versículo, do Dr. Russell Norman Champlin (São Paulo: Hagnos, 2002,  p.  158-160).
Situações que influenciaram a formação do cânon do  Novo Testamento:
1 – O AT, que forneceu o impulso criador de um novo   testamento;
2 – A vida e as palavras de Jesus Cristo e, em   conseqüência a necessidade de criar uma nova autoridade além da  autoridade do  AT;
3 – A nova religião cristã, que criou a necessidade  de  mais Escrituras além das Escrituras judaicas, para formar a base da  nova  revelação;
4 – Os apóstolos, primeiros grandes líderes da nova   religião revelada, os quais, com seus livros e epístolas, forneceram a  base das  novas Escrituras;
5 – Os pais apostólicos, que criaram os cânones  primitivos  e uma nova autoridade na igreja cristã primitiva;
6 – Os concílios da igreja primitiva e medieval.
Foram adotados na elaboração do cânon do NT,  basicamente, sete  princípios orientadores, para que os livros fossem  considerados como de  inspiração divina e, portanto, obrigatórios de constarem  no NT, são  eles:
1.  Circulação Universal – Alguns livros  jamais  foram aceitos por falta de circulação, enquanto outros foram aceitos   tardiamente por falta de circulação na igreja universal, pois circulavam   somente em certos setores da igreja.
2. Autoria  dos Apóstolos – Ou dos discípulos dos   apóstolos. Dentre os apóstolos temos as epístolas de Paulo e de Pedro, e  os  evangelhos de Mateus e João. Dentre os discípulos temos os  evangelhos de Marcos  e de Lucas, o livro de Atos, a epístola aos  Hebreus, etc.
3. Livros  Segundo a Tradição – E a doutrina dos   apóstolos: Lucas, Atos, Hebreus, Apocalipse e II Pedro.
4. Rejeição  – Houveram livros rejeitados mais   tarde, após o tempo dos apóstolos. Isso explica a rejeição final das  epístolas  de Clemente e outras.
5. Rejeição  de Escritos Notadamente Falsos - Também   foram rejeitados escritos ridículos ou fabulosos. Entre esses podemos  enumerar  a maior parte dos livros apócrifos, o evangelho de Tomé e de  André, os Atos de  Paulo, o Apocalipse de Pedro, entre outros.
6. Rejeição  de Livros Heréticos – A literatura  que  visava propagar heresias, como o evangelho de Tomé e diversos outros  livros  apócrifos.
7. Uso  Universal – Por parte da igreja  universal.  Alguns livros foram aceitos apenas por determinados setores da igreja,   ou somente por alguns indivíduos. Finalmente, os vinte e sete atuais  livros do  NT foram aceitos e passaram a ser universalmente usados na  igreja cristã.
O cânon oriental foi fixado, de forma quase universal,  no Concílio  de Alexandria, em 325, por Atanásio de Alexandria. Esse cânon  continha  os vinte e sete livros que temos hoje no NT.
O cânon ocidental foi realizado através dos seguintes  concílios: Concílio  de Laodicéia, em  363, que proibiu o uso dos livros  não-canônicos, esse concílio somente excluiu  o livro de Apocalipse; Concílio  de  Nicéia, em 325, que aceitou o cânon de Atanásio de  Alexandria; Concílio de Hipona, em 393, que  aceitou os vinte e sete livros atuais; Concílio de Cartago I,  em 397, aprovou  os atuais vinte e sete livros; Concílio  de  Cartago II, em 419, que confirmou o anterior, mas separou a  epístola aos  Hebreus das que são atribuídas ao apóstolo Paulo,  Agostinho participou  ativamente desses dois últimos concílios.
Finalmente, as várias confissões de fé protestantes  confirmaram os  vinte e sete livros do NT como os temos atualmente (Confissão de  Fé  Alemã (Augsburgo) de 1530, por Philipp Melanchthon, Confissão de Fé  Escocesa  de 1560, por John Knox e outros, Confissão de Fé de  Westminster de 1647,  Confissão de Fé Batista de 1689).
1.9 CARACTERES  INTEGRADORES E DISTINTIVOS DO ANTIGO E NOVO  TESTAMENTO
Há muitos que apontam para uma diferenciação (e mesmo  um  antagonismo) entre os pactos e o Deus do AT, e a aliança e graça do Deus  do  NT. Tais pessoas vêm no AT um Deus perfeccionista e irado, pronto a  “vingar  toda desobediência”, com Suas vontades voltadas exclusivamente  para lhe  “garantir um grande nome”, enquanto, no NT, nos deparamos com  um Senhor humilde  e compassivo, atento e prestativo às carências  humanas.
O maior  ensino sobre o vínculo existente entre o AT e o  NT está em Gálatas, capítulo 3,  para o qual remetemos o aluno.
Para comprovarmos, teologicamente, o elo de  continuidade existente  entre os Antigo e Novo Testamentos, utilizaremos a  precisão lição do  Dr. Alister E. McGrath, em sua obra Teologia Sistemática, Histórica e  Filosófica (São Paulo: Shedd,  2007, p. 204-205).
João Calvino, o reformador suíço, defende a existência  de uma  fundamental semelhança de continuidade entre os dois testamentos,   valendo-se de três argumentos:
1 – Ele enfatiza a imutabilidade da vontade divina.  Não  é plausível que Deus aja de uma determinada forma no Antigo  Testamento e, logo  a seguir, aja de uma totalmente distinta no Novo  Testamento. Deve existir uma  continuidade fundamental de ação e  intenção entre os dois testamentos.
2 – Ambos celebram e proclamam a graça de Deus   manifestada em Jesus Cristo. Pode ser que o Antigo Testamento seja capaz  de  oferecer em testemunho da vinda de Jesus apenas “à distância e de  forma  obscura”; no entanto, seu testemunho da vinda de Cristo é real.
3 – Ambos os testamentos possuem os “mesmos sinais e   sacramentos”, dando testemunho da mesma graça por parte de Deus.
Desta maneira, Calvino defende que os dois testamentos  são,  basicamente, idênticos, diferindo apenas em administratio,  porém não em substancia.   Com o intuito de comprovar as  diferenças entre ambos apenas  quanto à forma, e não quanto à  substância, Calvino apresenta cinco detalhadas  explicações:
1 – O Novo Testamento é mais claro do que o Antigo,  em  particular com relação às coisas invisíveis. O Antigo Testamento  tende a ser  impregnado de certas preocupações relativas a coisas  visíveis e tangíveis, que  pode por vezes obscurecer os propósitos,  esperanças e valores intangíveis que  estão por trás daquilo que é  visível. Calvino exemplifica esse aspecto com uma  referência à terra de  Canaã. O Antigo Testamento tende a tratar essa  propriedade terrena  como fim em si mesma, ao passo que o Novo Testamento a  considera como  reflexo da herança futura, reservada aos cristãos no céu.
2 – Os Antigo e Novo Testamentos adotam uma  abordagem  diferente em relação à linguagem figurativa. O Antigo  Testamento utiliza um  modelo de representação da realidade que,  conforme sugere Calvino, leva a um  encontro indireto com a verdade, por  meio de diversas figuras de linguagem e  imagens; o Novo Testamento  possibilita uma experiência imediata da verdade. O  Antigo Testamento  apresenta “apenas um reflexo da verdade... a sombra no lugar  da  substância”, proporcionando uma “antecipação daquela sabedoria que viria  a  ser um dia claramente revelada”; o Novo Testamento apresenta a  verdade de forma  direta, em toda sua plenitude.
3 – Há uma diferença entre a lei e o evangelho, ou  entre  a letra e o espírito. Falta ao Antigo Testamento a ação poderosa e  capacitadora  do Espírito Santo, ao passo em que o Novo Testamento é  capaz de liberar esse  poder. A lei é capaz, portanto, de instruir  mandamentos, proibir e prometer,  mas faltam-lhe recursos necessários  para operar algum tipo de transformação  fundamental na natureza humana,  o que representa, antes de tudo, a razão da  necessidade de  mandamentos. O evangelho é capaz de “transformar ou corrigir a   perversidade que é inerente a todos os seres humanos.” A lei e o  evangelho  guardam entre si uma relação de continuidade, assim como não  se encontram em  posições diametralmente opostas.
4 – Percebe-se uma diferença nas emoções desiguais   evocadas pela lei e pelo evangelho. O Antigo Testamento evoca temor e  tremor,  mantendo a consciência em estado de servidão, ao passo que o  Novo Testamento  provoca uma resposta de liberdade e júbilo.
5 – A revelação do Antigo Testamento era restrita à  nação  de Israel; a revelação do Novo Testamento possui escopo  universal. Calvino  restringe a esfera de atuação da antiga aliança a  Israel; com a vinda de  Cristo, essa separação chegou ao fim, à medida  que foi abolida a diferença  entre judeu e grego, entre circuncisos e  incircuncisos. Assim, o chamado dos  gentios distingue o Antigo  Testamento do Novo.
Em uma das poucas obras de teologia escritas por um  rei (Rei James I  da Inglaterra, que também foi o mandante da confecção de uma  nova  versão da Bíblia em inglês, chamada de King  James Version),  este apresenta a seu filho, Príncipe Henry, a precisa  relação existente  entre o Antigo e o Novo Testamento, conforme abaixo:
“Toda a  Bíblia é ditada pelo próprio Espírito de Deus para,  dessa maneira (assim como  por meio de sua palavra viva), instruir e  governar toda a igreja em ação, até  os confins do mundo. Ela compõe-se  de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos.  A base do Antigo  Testamento é a Lei, que expõe nosso pecado e traz em si a  justiça. A  base do Novo Testamento é Cristo, aquele que perdoando os pecados,   encerra em si a graça. A síntese da lei são os Dez Mandamentos,  mostrados de  forma mais detalhada na Lei e interpretados pelos  Profetas: por intermédio de  suas histórias são apresentados exemplos da  obediência ou desobediência aos  mandamentos e qual praemiun ou  poena era, conseqüentemente, atribuído  por Deus. Contudo,  tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei,  nem sequer  uma parte dela, aprouve a Deus, em sua infinita bondade e sabedoria,   enviar seu próprio Filho como um de nós, segundo a nossa natureza, para   alcançar sua justiça mediante o sacrifício de seu Filho por nós: para  que, uma  vez que não pudemos ser salvos pelas nossas obras, pudéssemos  ser (ao menos)  salvos pela fé. Portanto, a base da Lei da Graça  encontra-se nas histórias do  nascimento, vida, morte e ressurreição de  Cristo.” (JAMES I da Inglaterra. Basilikon dorom [Dom  real]).
1.10  PRESERVAÇÃO DAS ESCRITURAS
Como relatado nos capítulos anteriores, por diversas  vezes a Bíblia  foi alvo de tentativas de destruição completa ou parcial. As  línguas em  que foi escrita, os locais geográficos de difícil acesso, as   características pessoais dos escritores e todas as intempéries às quais  seus  pergaminhos foram submetidos poderiam ter colaborado para que o  texto se  perdesse ou que fosse gravemente deturpado.
Contudo,  devido à sua autoria divina, esse incomparável  livro foi preservado no passado,  permanece resguardado no presente e  continuará preservado pelos anos que ainda  se fizerem necessários até a  volta de Cristo, e mesmo depois desse evento,  estará em pleno  cumprimento no céu!
“Acerca dos teus testemunhos soube, desde a antiguidade,  que tu os  fundaste para sempre”. (Sl. 119.152)
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não  hão de  passar”. (Mt. 24.35)
“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível,  mas da  incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”.   (1Pe. 1.23)
Igreja Aliança do Calvário
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