27 de abr. de 2011

SÉRIE: BIOGRAFIAS - PARTE 2 | JOHN WESLEY



1. 2. JOHN WESLEY

Lembra-se da história dos quarto etíopes cegos, que se depararam com um elefante? Os homens, 
tateando, começaram a explicar o que tinham encontrado:
“Oh!” disse o primeiro. “Nós estamos na beirada de um poço. Eu peguei a corda que paira sobre 
a borda dele”. Assim falou o homem que segurou na cauda do monstro.
“Tolice”, disse o esclarecido comentarista do outro lado da besta. “Nós estamos em perigo 
diante de uma grande cobra. Ela acabou de  mover sua cabeça viscosa sobre minhas pernas”. 
Isso foi o que disse em relação à tromba da besta.
“Vocês dois estão errados”, declarou a terceira testemunha. “Nós estamos  em uma caverna 
rebaixada. Eu acabei de me levantar e tocar o baixo teto”. Isso aconteceu quando ele apalpou o 
rugoso abdômen do mamute. 
“Tolos”, gritou o último homem que estava abraçado ao redor da perna do animal. “Nós 
estamos em uma floresta. Eu tenho meus braços ao redor de uma árvore”.
Isso me faz pensar que os críticos ao longo das eras estiveram confusos nas suas avaliações de 
John Wesley assim como os cegos etíopes com o seu elefante.
O Dr. Maximinim Piette, o professor Católico Romano de Bruxelas, Bélgica, encerrando  seu 
clássico trabalho sobre John Wesley, diz que Wesley foi comparado a:
“São Benedito, no que diz respeito ao seu senso litúrgico de piedade; São Domênico por seu
zelo apostólico; São Francisco de Assis pelo seu amor a Cristo e por sua indiferença com o 
mundo; Inácio de Loyola por sua genialidade como um organizador”. 
O distinto líder político e homem das letras Augustine Birrel não hesitaria em chamar John 
Wesley de “a maior força do século XVIII”.
Canon J. Overton, o historiador Anglicano, talvez acusado de ser um pouco tendencioso em sua 
visão acerca dos seus companheiros anglicanos, classifica Wesley como “o mais ocupado e, em 
alguns aspectos, a vida mais importante daquele século”.
O Dr. T.R. Glover, o emérito orador público da Universidade de  Cambridge, Inglaterra, situa 
Wesley com Paulo, Agostinho e Lutero, assim o posicionando com os grandes da sucessão 
evangélica.
Como eu vejo, Wesley poderia ter sido o Primeiro Ministro da Inglaterra se ele tivesse 
direcionado sua genialidade para os canais políticos. Ele provavelmente teria antecipado os 
inventores posteriores se ele tivesse se aplicado às artimanhas da ciência. Seu saldo bancário na 
morte poderia ter sido como o de um Rothschild se ele tivesse devotado seus dons ao injusto 
Mamom.
Espreite por um momento os antecedentes da conversão de John Wesley. Seu diário traz esses 
fatos iluminadores:
“No ano de 1725, estando no 23º ano da minha idade, eu conheci o ‘Regras e Exercícios de uma 
Vida e Morte Santa’, do Bispo Taylor. Fui extremamente afetado. Eu resolvi dedicar minha vida 
a Deus. Um ano ou dois depois o livro ‘Perfeição Cristã’, do Sr. Law foi colocado em minhas 
mãos. Esse me convenceu mais do que nunca da impossibilidade de ser um „meio-cristão‟. 
E eu estou determinado, por Sua graça (eu estava profundamente sensível da necessidade 
absoluta da mesma) ser totalmente devotado a Deus  – dar a Ele toda minha alma, meu corpo e minha 
substância”. 
Apesar desta surpreendente palavra de sua própria pena, somado ao fato dessa boa alma 
levantar-se às 04:00h para orar, além de dar esmolas e devotadamente cuidar dos pobres – ainda 
assim ele não tinha nenhum testemunho do Espírito que ele havia nascido de Deus.
Por volta da meia-noite de 24 de agosto de 1709, enquanto ele ainda não tinha completado seis 
anos de idade, John Wesley foi dramaticamente salvo de sua casa em chamas. Em 24 de maio 
de 1738, maduro, educado, autodisciplinado e virtuoso por qualquer padrão, Wesley foi salvo de 
novo. Por volta de 20:45h daquela memorável noite, o coração de John Wesley estava 
estranhamente aquecido e, por causa daquilo, o mundo tem sido aquecido desde então.
Como um tição retirado do fogo, Wesley se lançou a retirar outros tições das chamas eternas. O 
respeitável e elegante „Oxford‟ deixou de selar sua égua e com ansiosa compaixão procurou as 
“crianças errantes, perdidas e solitárias”.
Escuridão cobriu a Inglaterra e grossas trevas o seu povo quando Wesley, juntamente com 
Whitefield, pegaram a tocha da regeneração bíblica para iluminar sua densa negridão.
Os Bispos Butler e Berkley eram chamados de os melhores clérigos dos seus dias; não obstante,
Butler proibiu Wesley e Whitefield de pregarem em sua diocese, mesmo sendo ela amontoada 
com alguns dos mais degradados homens do reino.
Haviam outros ministros  com corações em chamas em outras partes da Inglaterra naquele 
tempo, notavelmente Grimshaw de Haworth. William Law foi contemporâneo  teológico de 
Wesley, ao mesmo tempo que Charles Wesley, Phillip Dodderidge e Issac Watts estavam 
colocando fogo na música e lançando verdades espirituais nas canções.
Maravilha-me que o Senhor tomou o sensível e erudito Wesley para lidar com os párias e 
desamparados e então tomou Whitefield da atmosfera da taverna, onde ele cresceu, para 
evangelizar a elite vestida de seda e cetim.
Como pregador, Wesley é descrito em um parágrafo que frequentemente leio da pena de um 
autor desconhecido:
“Retirai vossa liberdade; ocupai vossa comissão, feridos e sarados; quebrem e construam
novamente. Não estejais agrilhoados por nenhum tempo; não vos acomodeis às conveniências 
dos homens;  não poupeis nenhum homem do prejuízo; não deis prioridade a nenhuma 
inclinação humana embora afaste todos os vossos amigos e regozije todos os vossos inimigos. 
Pregai o Evangelho: não o evangelho da era passada ou desta era, mas o Evangelho eterno”.
Eu creio que foi exatamente isso que Wesley fez.
Provavelmente Wesley careceu tanto da oratória quanto do fogo de Whitefield, mas ninguém 
jamais questionou seriamente sua unção. Wesley possuiu poder e debaixo de sua pregação 
homens eram sacrificados ao Senhor. Mesmo o impetuoso Whitefield foi alarmado por isso, 
mas ele foi mais alarmado quando, dentro de dias, o mesmo fenômeno atendeu suas próprias 
reuniões.
John Wesley pregava com revelação. “Seu discernimento espiritual não podia ser considerado
menos que terrível. Ele parecia ver o interior das almas dos homens e colocava seu dedo sobre o 
pecado oculto, o medo inconfessado”.A maior parte dos “desigrejados” amava ouvi-lo. 
Em nove meses ele entregou, pelo menos, 
quinhentos sermões e apenas seis deles foram pregados em igrejas.
O Sr. Wesley realmente pregava a benção da “segunda santificação”. Ouça-o escrevendo a 
Joseph Benson: “Com todo zelo e diligência confirme os irmãos (1) a manterem aquilo que eles 
já alcançaram – a saber, a remissão de todos os seus pecados pela fé no Senhor crucificado e (2) 
em esperar uma segunda mudança, pela qual eles serão libertos de todo pecado e aperfeiçoados 
em amor”.
Para Sarah Rutter ele escreveu: “A santificação gradual deve aumentar desde o tempo que você 
foi justificada, mas a completa libertação do pecado, eu creio, é sempre instantânea – ao menos, 
eu nunca vi uma exceção”.
O espaço me proíbe de dizer mais sobre esse  flamejante  apóstolo. Deixe-me concluir com as 
palavras do Dr. W.H. Flichett sobre essa alma possuída por Deus:
“Ele aparentava viver muitas vidas em uma e cada vida era uma maravilhosa completude. Ele 
pregou mais sermões, viajou mais milhas, publicou mais livros, escreveu mais cartas [sem uma
secretária], fundou mais igrejas, travou mais controvérsias e influenciou mais vidas que 
qualquer outro homem na história inglesa. E mesmo em meio a tudo isso, como ele mesmo em 
um humor paradoxal falava, ele não tinha tempo para estar com pressa”.
John Wesley foi “um bom homem, cheio de fé e do Espírito Santo”.
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Traduzida da versão da Bethany House Publishers. Este artigo de Leonard Ravenhill foi 
veiculado no DAYSPRING, com direito autoral da Bethany House Publishers, 1964, um 
ministério da Bethany Fellowship, Inc. Todos os direitos reservados. Biografia protegida por 
direitos autorais.
www.aliancadocalvario.com



Uma Visão da Glória - Richard Baxter (1615 - 1691). - O Trono de Julgamento de Cristo (Pregação Completa) - Leonard Ravenhill



Uma Visão da Glória - Richard Baxter (1615 - 1691)

As visões freqüentes da glória são os sentimentos mais preciosos e sinceros de todos: primeiro, para sustentar nosso espírito e tornar nossos sofrimentos muito mais fáceis; segundo, para impedir-nos de lamentar e permitir que esperemos com paciência e alegria; e, terceiro, para fortalecer nossas resoluções para que não abandonemos a Cristo por medo de enfrentar problemas.

De minha parte, se você levar em consideração a experiência de alguém que sempre tenta, não fosse por aquele breve -Ai de mim! Brevíssimo - saborear que tive do descanso, meus sofrimentos seriam mais sérios, e a morte, mais terrível. Posso dizer, como Davi: "Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria os bens do SENHOR na terra dos viventes" (Sl 27.13; ARC).

Todos os sofrimentos não são nada, desde que tenhamos essa antecipação dessa salvação. Nenhum ferrolho, nenhuma prisão e nenhuma distância podem nos impedir de desfrutar dessas alegrias sustentadoras, pois não podem confinar nossa fé nem nossos pensamentos, embora possam confinar nossa carne. Cristo e a fé são espirituais e, portanto, prisões e banimentos não podem obstruir sua passagem. Mesmo quando a perseguição e o medo fecham as portas, Cristo pode entrar, pôr-se no meio de seus discípulos e dizer: "Paz seja com vocês!" (Jo 20.26). Paulo e Silas puderam chegar ao céu, embora estivessem trancados no cárcere interior, com os pés presos no tronco, após serem açoitados.

Os mártires encontram mais descanso nas chamas que seus perseguidores, quando estes estão em meio às pompas e à tirania, pois antecipam tanto as chamas por meio das quais escaparão quanto o descanso que sua carruagem de fogo lhes traz. Não é o lugar que possibilita o descanso, mas a presença de Cristo e nosso olhar para ele no momento de tribulação. Se o Filho de Deus caminha conosco, podemos caminhar seguramente em meio a essas chamas que devorarão aqueles que nos lançarão ali. Oras, cristãos, então mantenha sua alma acima com Cristo; fique o menos possível distante de sua companhia, e, daí, todas as condições serão similares para você. Pois a melhor condição para você é aquela em que tem mais dele.

Essa é a nobre vantagem da fé; ela pode ignorar os meios e acabar junto dele. Aquele que não vê além do enterrar do milho sob a terra, do debulhar, do peneirar e do triturar do grão, considera tanto o milho como o trabalho para consegui-lo uma perda de tempo; mas aquele que antecipa o brotar e o crescer da planta, bem como o fazer o pão para a vida do homem, pensa de forma distinta. Esse é nosso engano: vemos Deus comprar-nos quando ainda estamos debaixo da terra, mas não antecipamos a primavera, quando todos nós reviveremos; nós sentimos quando ele debulha, peneira e tritura nosso ser, mas não vemos o momento em que estaremos sentados à mesa de nosso Mestre e ali seremos servidos. Se víssemos claramente o céu como o fim de todas as atitudes de Deus para conosco, certamente nenhuma de suas atitudes poderia ser tão dolorosa.

Como o homem que só ouve sobre a doçura do alimento agradável, ou só lê sobre os sons melodiosos da música, isso não estimula tanto seu desejo; mas quando ele saboreia pessoalmente o alimento e ouve a música, então ele se esforçará mais para conquistá-los. Assim, se você só conhecesse a glória da herança dos santos de ouvir falar, isso não lhe ajudaria a enfrentar os sofrimentos e a morte, mas se você pegar esse curso em que você experimenta e saboreia essa glória, por meio do exercitar diariamente sua alma para que ela se achegue às coisas do alto, então nada ficará no seu caminho; mas você prosseguirá até que esteja lá, mesmo que tenha de ser por meio do fogo ou da água.



Vá as Raízes - D. M. Lloyd-Jones - Um Coração Puro - Steve Lawson - Guardando o Coração – Sinclair Ferguson (áudio)




Vá as Raízes - D. M. Lloyd-Jones


Quão complexa e complicada é a maneira moderna de tratar das diversas porções da vida humana! Quão fútil também, já que o princípio central não é atingido! Se o olho for mau, todo o corpo será tenebroso, por maior que seja o esforço de iluminar as diferentes partes do ser.

Se o manancial é venenoso, o riacho que dali se origina contém constante veneno, por mais que nos esforcemos para limpar os baldes de água dali tirados. Essa idéia é expressa por Tiago em sua Epístola, nestes termos: «De Onde procedem guerras, e contendas, que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?» (Tiago 4.1). Ou, como no-lo recorda nosso Senhor, «do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias» (Mateus 15.19).

Por conseguinte, o que precisa ser tratado é o centro, o coração, a causa da dificuldade, e não apenas suas diversas manifestações. Ou seja a árvore boa, e o seu fruto bom, ou então que seja a árvore má, e o seu fruto mau (Mateus 7.15-20), conforme o Senhor nos ensina. O tratamento deve começar no centro. Não importa o que o homem faz, ou o que o homem sabe, ou qualquer coisa acerca dele; o próprio indivíduo é que precisa ser corrigido, em suas fundamentais e centrais relações com Deus. É médico muito deficiente aquele que trata somente dos sintomas e das complicações, e ignora a própria enfermidade.

E a enfermidade, nesse caso, é a manchada e enlameada condição da alma humana, condição resultante do pecado. Seu olho espiritual está anuviado e cego. A luz de Deus não pode penetrar ali. Todas as trevas que há no seu interior se devem a isso, e somente a isso. Essa a doença, e somente essa, que requer tratamento. Como o Evangelho é simples e direto!
Truth Unchanged, Unchanging, p. 90,1.


Guardando o Coração – Sinclair Ferguson

O livro de Provérbios dá-nos este conselho: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida. Provérbios 4:23.

As Escrituras  estabelecem uma estrutura básica de obediência à vontade de Deus revelada. Essa estrutura está ali para que todos a vejam e a entendam. Mas há também um elemento subjetivo no processo de conhecer a vontade de Deus. Afinal, é a minha vida, não a de outrem, é a minha obediência, não a de...