2 de set. de 2011

Deus Perdoa Pecadores - W. E. Best - Capítulo 4 - O PERDÃO ETERNO DE DEUS Marcos 2:1-11Sou Perdoado - Paulo Junior



Deus Perdoa Pecadores
por
W. E. Best

Capítulo 4 - O PERDÃO ETERNO DE DEUS
Marcos 2:1-11



Estes são os três aspectos do perdão de Deus dos pecadores a quem Ele elegeu para a salvação: (1) perdão eterno, (2) perdão restaurador, e (3) perdão governamental. O perdão eterno ocorre na regeneração. O perdão restaurador está relacionado com aqueles que são eternamente perdoados – toda pessoa salva pela graça de Deus necessita de limpeza contínua. O perdão governamental é para os filhos de Deus que têm pecado e sidos restaurados à comunhão.
A condição de toda pessoa fora de Jesus Cristo é descrita em Efésios 2:1-3. Não obstante, Deus intervém e eternamente perdoa aqueles que Ele elegeu para salvação: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Efésios 2:4,5). O fundamento para esse perdão é o sangue de Jesus Cristo (Efésios 1:7).
Davi, um filho de Deus, clamou ao Senhor por perdão restaurador, reconhecendo que ninguém pode estar na presença do Senhor se Deus observar as iniqüidades (Salmos 130:3). “Mas contigo está o perdão...” (Salmos 130:4). Notai, contudo, que o pecado não está necessariamente terminado quando é confessado e quando o pecador está restaurativamente perdoado. Davi cedeu a sua carne quando cometeu pecado com Batseba e mandou matar Urias; portanto, ele experimentou o perdão governamental. A espada nunca se apartou de sua casa (2 Samuel 12:10). Exatamente assim, embora o sangue de Jesus limpe de todo pecado, se uma pessoa semeia na carne, ela ceifará corrupção. “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6:8).
O Senhor Jesus tem o poder para perdoar pecado. Ele falou ao paralítico, dizendo, “perdoados estão os teus pecados” (Marcos 2:5). Os escribas sabiam que somente Deus poderia perdoar pecado, mas eles não reconheceram a deidade de Jesus Cristo (vv. 6,7). É belamente apropriada que a designação do Filho do homem seja usada nesta passagem: “o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados...” (v. 10). O Salvador teve poder para perdoar pecados não somente como o Filho de Deus mas como o Filho do homem que veio a ser o Fiador dos eleitos. O Filho eterno de Deus assumiu uma natureza humana e lhe foi dado o título “Filho do homem”. Ele foi mais do que “um” filho do homem. Ele foi “o” Filho do homem. “Deus com sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados” (Atos 5:31). Jesus não livra o pecador por um exercício simples de Sua própria autoridade. Isto violaria as obrigações da lei e as demandas da justiça e da santidade. O Senhor Jesus Cristo pagou a penalidade pelo pecado. Ele cumpriu a lei e satisfez a justiça e a santidade.
Os escribas acusaram ao Senhor de blasfêmia (Marcos 2:7) porque não reconheceram que Ele era o Filho eterno de Deus. Porém, porque Jesus Cristo é o mediador entre Deus e o homem, Ele não foi blasfemo. Se Ele não tivesse sido divino, a acusação deles teria sido verdadeira. Para ajudar aos homens a fazer a tremenda equação entre o Homem Jesus Cristo e a Deidade, Cristo realizou um milagre para provar que Ele era o Deus-Homem.
Alguns erroneamente interpretam João 20:23 – “Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”. Eles crêem que essa passagem ensina que alguns homens têm o poder para perdoar pecado. Uma pessoa deve observar a partir do contexto deste verso que o Senhor estava se dirigindo aos Seus discípulos antes que o Espírito Santo viesse em sua presença habitadora no dia de Pentecoste. Aos discípulos não foi lhes dado o poder para eficazmente ou automaticamente remitir pecado; eles podiam somente declarativamente remiti-lo. Nenhum homem jamais teve o poder para perdoar eficazmente ou autoritativamente pecado. Somente Deus o pode fazer. Sob a lei, o sacerdote somente pronunciava a limpeza de um leproso limpo. O sacerdote era o representante de Deus sobre a terra para declarar que Deus havia limpado o leproso. Da mesma forma, os ministros do Novo Testamento somente pronunciam que os pecados de um crente penitente foram perdoados pelo soberano Deus.
O perdão divino é o eterno e imutável plano de Deus. Ele não é um ato de simpatia excitada. O perdão do homem, por outro lado, é geralmente excitado por simpatia para com o ofensor.
O perdão divino é irreversível, sem limitação. Todo pecado que um Cristão pudesse cometer está abundantemente perdoado pelo Senhor. Em contraste com isto, o perdão do homem é limitado; não é um plano irreversível.
O perdão divino ocorre dentro de um crente – a graça opera uma mudança em seu coração. O perdão do homem, contudo, é externo ao ofensor.
Quando Deus perdoa, Ele esquece o pecado do homem perdoado. Com o homem, o esquecimento é um defeito; contudo, com Deus ele é um atributo. Deus nunca compara Seu perdão com o perdão humano. Em vez disso, a Escritura declara que Ele lança o pecado da pessoa perdoada para trás das Suas costas, tão longe como o oriente está do ocidente, e lança o pecado nas profundezas do mar (Salmos 103:12; Isaías 38:17; Miquéias 7:19). O perdão divino supera tanto o perdão humano que nenhuma analogia humana o pode ilustrar.
Não lembrança de pecado implica em perdão disso: “de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hebreus 8:12). O perdão de Deus é tão completo que Ele o descreve como não lembrando o pecado, as iniqüidades e as transgressões do homem perdoado. Com Ele o perdão é equivalente ao esquecer o pecado de uma pessoa. Ele não guarda lembrança dele em Sua mente; Ele não pensa sobre os pecados de Seu povo. Sua iniqüidade é removida, e o justo Juiz não tem memória judicial dele.
O homem, contudo, exercita sua memória para meditar sobre as coisas assentadas em sua mente. Ele pode quase esquecer uma certa coisa, mas então, algum incidente ocorre e ele traz o evento de volta a sua mente.
O perdão divino significa que Deus nunca buscará alguma expiação adicional: “Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado” (Hebreus 10:18). Deus nunca castigará novamente o que Ele já castigou. O que Ele esqueceu, não pode ser relembrado.
Aqueles que não sustentam a teologia Bíblica dizem que qualquer pai perdoaria seu filho. Esta declaração está baseada num conceito mal entendido e mal aplicado da paternidade de Deus e da irmandade do homem. Duas falhas são evidentes nesta visão liberal. Primeiro de tudo, Deus não é o Pai de todos os ímpios rebeldes que estão pecando. Segundo, Deus é mais do que um Pai criativo de indivíduos.
Um ser privado pode perdoar um erro privado, irrespecitvamente do assentamento de juízo. Contudo, Deus é o grande Governador público do universo. O pecado contra Seu governo não pode ser perdoado aparte de sacrifício. O perdão não indica remissão de castigo. Jesus Cristo foi castigado no lugar dos elegidos nEle. Ele se tornou o Fiador para aqueles que o Pai Lhe deu no pacto da redenção.
Todo recipiente da graça sabe que o perdão de Deus é aquele da reconciliação. As Escrituras não afirmam que Deus perdoa porque Ele é amoroso e misericordioso. Elas testificam que Ele é fiel e justo, e Ele perdoa sobre esta base. A justiça de Deus deve ser satisfeita, e é satisfeita na Pessoa do Senhor Jesus Cristo. Deus perdoa em amor porque Ele perdoa em justiça.
O perdão gracioso harmoniza com a ira do Soberano. O pecado deve ser castigado, e a ira de Deus deve ser derramada. Jesus Cristo foi feito uma oferta pelo pecado; Ele esteve no lugar de pecadores, sofrendo o justo castigo deles.
O perdão da graça harmoniza com o amor do Santo Pai. Visto que a justiça foi satisfeita no sacrifício de Cristo, o amor pode ser estendido aos eleitos de Deus, e a misericórdia pode operar para trazê-los a Cristo.
O verbo grego para perdão significa enviar adiante ou enviar para fora. O substantivo grego indica demissão ou liberação. O perdão divino capacita o crente saber, com plena segurança da fé, que seus pecados são perdoados. Abraão, Davi e Ezequias são três santos do Antigo Testamento que sabiam que seus pecados foram eternamente perdoados (veja Romanos 4; Salmos 32; Isaias 38).
Da mesma forma, todo pecador arrependido pode saber que seus pecados foram perdoados. A graça de Deus reina, e as riquezas da graça são demonstradas no divino perdão. Ele é absolutamente perfeito. O seguinte o faz assim: (1) O pecador arrependido é perdoado completamente. (2) Ele é livremente perdoado. (3) Ele é eternamente perdoado. (4) O perdão se estende a todos por quem Cristo morreu. (5) O perdão é pela fé, sem nenhuma condição executada pelo pecador. (6) Ele é absolutamente irreversível. Um pecador que sabe que ele foi eternamente perdoado, evitará o antinomismo. Ele deseja agradar a Deus e não a si mesmo.

Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto


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