2 de fev. de 2011

O que é Mansidão? - Martyn Lloyd-Jones



O modo certo de encarar-se a si mesmo
Que é mansidão, pois? Creio que posso resumi-lo deste modo: Mansidão é, essencialmente, o verdadeiro conceito de si mesmo, expressando-se na atitude e na conduta comrespeito aos outros. Portanto, consiste de duas coisas. É minha atitude para comigo mesmo; e é a expressão disso em meu relacionamento com os outros. Você percebe como inevitavel­mente vem em seguida a ser «pobre de espírito» e «chorar». Ninguém pode ser manso se não for pobre de espírito.
Ninguém pode ser manso se não se vê a si próprio como vil pecador. Estas outras coisas têm que vir primeiro. Mas quando chego a ter correto conceito de mim mesmo em termos de pobreza de espírito, e de chorar por causa da minha pecaminosidade, sou levado a entender que é necessário haver ausên­cia de orgulho. O manso não é orgulhoso de si; em nenhum sentido gloria-se em si mesmo. Reconhece que nada há nele de que se possa gabar.
Também significa que não faz valer a sua vontade. Como você vê, isso é uma negação da psicologia popular hodierna, que diz: «Afirme-se», «expresse a sua per­sonalidade». Aquele que é manso não pretende fazer isso; ele se envergonha disso. O manso, por igual modo, não exige nada para si mesmo. Ele não leva adiante todos os seus direi­tos como reivindicações. Não faz exigências por sua posição, por seus privilégios, por suas posses e por seu status na vida.
Não. Ele é como o Homem retratado por Paulo, no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses: «Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus». Cristo não quis fazer valer aquele direito à igualdade com Deus; deliberadamente não o fez. E é a esse ponto que você e eu temos que chegar.
Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 68,9.

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