10 de jan. de 2011

O modo do mundo – M. Lloyd-Jones


Esta (a primeira bem-aventurança — Mateus 5.3) só não é admirada pelo mundo; é até desprezada por ele. Você jamais achará maior antítese ao espírito e perspectiva mundanos do que a desse versículo. Que ênfase o mundo dá à sua fé na independência pessoal, na auto-confiança e na auto--expressão! Veja a literatura do mundo. Se você quer pro¬gredir neste mundo, ela diz, creia em si mesmo. Essa idéia está dirigindo de modo absoluto a vida dos seres humanos na época atual. . .

Qual é, por exemplo, a essência da arte do vendedor, segundo as idéias modernas? É dar a impressão de confiança e segurança. Assim é que você deverá agir, se é que pretende causar boa impressão ao freguês. A mesma idéia é posta em prática em todos os setores. Se você quer ter bom êxito numa profissão, o grande segredo é dar a impressão de que você é um sucesso, de modo que você faz os outros pensarem que você tem conseguido maior sucesso do que na verdade desfruta, e as pessoas então dizem: «Este é o homem que devemos procurar. . .» Auto-confiança, segurança, autonomia pessoal. E é em termos dessa crença fundamental que os homens pensam que podem introduzir o reino; constitui toda a base da fatal presunção de que pelos decretos governamentais, tão-somente, pode-se produzir uma sociedade perfeita. . .

Pois bem, nesse versículo somos confrontados por algo que está em completo e absoluto contraste com aquilo. . . Você há de se lembrar dos versos em que Charles Wesley diz': Eu sou todo falto de justiça; cheio de pecado e vil eu sou.

(Anos atrás, alguém ridicularizou disso) e perguntou: «Quem é que, desejando obter um posto ou emprego, sonharia em ir a um empregador e dizer (isso) a ele. . .? Ridículo!» . . . Você percebe quão completa incompreensão isso revela. . . Se você sente, na presença de Deus, que você possui qualquer coisa mais do que total pobreza de espírito, é que, em última análise, você nunca O defrontou.

Studies in the Sermon on the Mount, i. p. 44,5.

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