5 de dez. de 2010

[DEVOCIONAL] John Piper - Graça para Ajudar em Tempo Apropriado

John Piper - Uma Vida Voltada para Deus


por John Piper

Você observou que esta tradução é um pouco diferente de outras? A tradução habitual da última sentença é: "Acharmos graça para socorro em ocasião oportuna". E, "graça para ajudar em tempo apropriado" é também uma tradução literal e exata. Não existe contradição entre essas duas traduções. Porém, algumas traduções chamam a atenção à nossa necessidade; nesta, literal, ao tempo de Deus.

Acho que precisamos focalizar na graça do tempo de Deus. Quando temos uma necessidade, nos sentimos bastante inquietos a respeito de quando Deus satisfará tal necessidade. Queremos que Ele o faça agora! Não é natural pensarmos que a graça de Deus será mostrada tanto em seu tempo como em sua forma. Mas Hebreus 4.16 lembra-nos a buscarmos a Deus não somente quanto ao tipo de graça de que necessitamos, mas também quanto ao tempo dessa graça.

Isto pode mudar nossa atitude na oração. O tempo de Deus é freqüentemente estranho, e isso não deveria surpreender-nos, visto que, "para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Deus pode compactar mil anos de impacto em um dia e levar mil anos para fazer a obra de um dia. No primeiro caso, Ele não fica sobrecarregado, e, no segundo, não se mostra apressado. Como disse o apóstolo Pedro: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada" (2 Pe 3.9).

Portanto, não nos surpreendamos com o fato de que "ajudar em tempo apropriado" seja na perspectiva de Deus algo diferente do que o é na nossa perspectiva, mas a dEle é sempre melhor. É sempre graça para nós. É uma graça que deve sempre receber nossa confiança pelo que ela é e pelo tempo em que nos será dada.

Eu preciso de ajuda. Sempre. Em tudo. Estou simplesmente enganando a mim mesmo, se penso que posso mover-me por alguns centímetros sem a ajuda de Deus. "Pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais" (At 17.25). Preciso da ajuda de Deus para o bem de minha fé, a qual é fraca. Preciso dela para estimular o meu zelo e para dar-me poder para evangelizar. Preciso desta ajuda para a adoração autêntica. Preciso dela para ter coragem no viver santo. Preciso da ajuda de Deus para a transformação de meus filhos adolescentes em jovens humildes, respeitáveis e centralizados em Deus. Preciso dela para que eu possa ministrar esperança, gozo e ousadia aos nossos missionários e para receber orientação quanto a planejar o futuro. Preciso da ajuda de Deus para milhares de outras exigências, ênfases e agradáveis possibilidades.

Gosto muito de pensar na soberania de Deus em administrar seu tempo. Por exemplo, Daniel afirmou que o Senhor "muda o tempo e as estações" (Dn 2.21). Isto significa que as épocas de bênçãos modestas ou imensas em nossa vida, nosso lar e nossa igreja estão nas mãos de Deus. Ele geralmente determina o tempo de nossas bênçãos, de modo que a sua sabedoria, e não a nossa, seja ressaltada. Deus está mais interessado na paciência da fé do que em nossa satisfação instantânea. O tempo de Deus pagará os seus dividendos, além do que podemos imaginar. Sempre é "graça para ajudar em tempo apropriado". O tempo e o conteúdo da bênção são graciosos. A fé descansa nos aspectos e no momento da graça de Deus.

Por isso, este convite de Hebreus 4.16 é muito precioso para mim. Preciso de ajuda, mas, não a mereço. No entanto, Deus provê ajuda, porque seu trono é um trono de graça e ajuda imerecida. Em todas estas necessidades, o Senhor tem "graça para ajudar em tempo apropriado". Nosso dever consiste em aproximar-nos dEle com ousadia, achar e receber essa ajuda do trono da graça. Temos razão para crer que Ele nos ouvirá e nos ajudará no tempo apropriado.

Portanto, cheguemos confiantemente junto ao trono da graça e recebamos o que Deus tem para nós — uma graça soberanamente designada e controlada quanto ao tempo para o nosso maior bem.

Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.

Copyright: © Editora FIEL

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Caminhos Eternos - C. H. Spurgeon Postado por Charles Spurgeon / On : 18:45/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.


Os caminhos de Deus são eternos. - Habacuque 3.6

O que Deus já fez em um tempo, Ele o fará novamente. Os caminhos dos homens são variáveis, mas os caminhos de Deus são eternos. Há muitas razões para esta confortante verdade. Entre elas estão as seguintes: os caminhos do Senhor são o resultado de deliberação sábia. Ele ordena todas as coisas de acordo com "o conselho da sua vontade" (Efésios 1.11). A ação do homem freqüentemente é o fruto apressado de paixão e temor, seguido por arrependimento e mudança.

Todavia, nada pode tomar o Todo-poderoso de surpresa ou acontecer de forma diversa ao que Ele previra. Os seus caminhos são frutos de um caráter imutável, e nestes caminhos podemos ver com clareza os atributos fixos e inalteráveis de Deus. A menos que o Deus eterno sofra alterações, os seus caminhos, que são Ele mesmo em ação, têm de permanecer os mesmos para sempre. Ele é eternamente justo, fiel, sábio, gracioso e compassivo. Então seus caminhos devem sempre ser distinguidos pela mesma excelência.

Os homens agem de acordo com sua natureza. Quando a natureza de um homem muda, as suas atitudes mudam também; mas, Deus desconhece "variação ou sombra de mudança" (Tiago 1.17). Além disso, os caminhos de Deus são a encarnação de poder irresistível. Habacuque disse que Deus dividiu a terra com rios; montes Viram-nO e se contorcem; as profundezas do mar ergueram suas mãos; e o sol e a luz permaneceram imóveis, enquanto Jeová marchava para livrar seu povo (ver Habacuque 3.9-13).

Quem pode levantar a mão ou dizer-Lhe: "O que estás fazendo?" Mas não é somente o poder que outorga estabilidade. Os caminhos de Deus são as manifestações dos eternos princípios de retidão e, por isso, jamais passarão. A raça não eleita se consome e arruina, mas os crentes verdadeiros têm em si uma vitalidade que as eras não podem diminuir. Neste dia, busquemos o nosso Pai celestial com confiança, lembrando que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre (ver Hebreus 13.8), e que é sempre gracioso com seu povo.

O Castigo como Favor Divino - João Calvino


-O CASTIGO INFLIGIDO A DAVI E A OUTROSNA ESCRITURAÉ CLARA EVIDÊNCIA DESSE FAVOR DIVINOE NÃO EXPRESSÃO DE SUA JUSTIÇA PUNITIVA OU FORMA DE SATISFAÇÃO PELO PECADO-


Todos podem agora compreender, se não me engano, a que propósito teve esse castigo do Senhor para com Davi, isto é, para que fosse uma prova de que o homicídio e o adultério desagradam gravemente a Deus, contra os quais havia declarado ser tão grande ofensa em seu dileto e fiel servo, que daí fosse o próprio Davi ensinado, para que depois disso não mais ousasse praticar tal crime. Não, porém, que fosse uma penalidade pela qual pagasse a Deus uma certa compensação por sua falta.

Assim também se deve julgar acerca do outro castigo, com que o Senhor aflige ao povo com violenta praga [2Sm 24.15] por causa da desobediência de Davi, no qual caíra quando ordenou o censo do próprio povo. Ora, na verdade, Deus perdoou graciosamente a Davi a gravidade da culpa de seu pecado, mas, porque era pertinente, não apenas como exemplo público de todos os séculos, como também para a humilhação de Davi; é por isso que tal crime não podia ficar impune, castigando-o mui severamente com seu azorrague.

Convém ter diante dos olhos também este propósito na maldição universal do gênero humano [Gn 3.16-19]. Pois, uma vez que depois de obtida a graça, no entanto sofremos ainda todas as misérias que foram infligidas a nosso pai como pena do pecado, sentimos que, com tais medidas disciplinares, somos advertidos de quão seriamente desagrada a Deus a transgressão de sua lei, para que, abatidos e humilhados pela consciência de nossa miserável sorte, aspiremos mais ardentemente à verdadeira bem-aventurança.

Mui estulto, de fato, haverá de ser quem julgue que as calamidades da presente vida nos foram impostas como punição de pecado. Isto, parece-me, foi o que Crisóstomo quisdizer quando assim escreveu: “Se Deus nos castiga por esta causa: para chamar ao arrependimento aos que perseveram em seusmaus feitos, havendo-nos já arrependido, a penalidade seria supérflua.” Por isso, conforme reconhece ser mais adequado à natural disposição de cada um, assim trata a este com severidade maior, àquele com indulgência mais benigna. E dessa forma, quando quer ensinar que não é imoderado em impor punições, exprobra ao povo duro e obstinado, porque, castigado, entretanto não cessa de pecar [Jr 5.3]. Nesse sentido, queixa-se ele de que Efraim é como um bolo assado de uma banda, e cru de outra banda [Os 7.8], obviamente porque os açoites de Deus não penetravam as almas; daí, cozidas as falhas, o próprio povo se fizesse apto para o perdão.

Com efeito, Aquele que assim fala mostra que, tão logo alguém tenha se arrependido, o mesmo haverá ele de ser prontamente aplacado, e que em decorrência de nossa obstinação para consigo, se exprime o rigor que exerce castigando as transgressões, rigorao encontro do qual ocorreria a espontânea correção. No entanto, uma vez que de todos é esta a dureza e desconhecimento que em geral é preciso castigar, aprouve ao sapientíssimo Pai a todos, sem exceção, exercitar por toda a vida com comum flagelação.

Entretanto, é estranho por que assim os olhos se volvem somente para exemplo de Davi e não sejam movidos fundamente de tantos exemplos nos quais lhes era facultado contemplar a graciosa remissão dos pecados. Lê-se que o publicano desceu do templo justificado [Lc 18.14]. Não há nenhuma menção de pena. Pedro obteve perdão de suafalta. Diz Ambrósio: “Lemos de suas lágrimas[Lc 22.62], nada lemos de satisfação.” E o paralítico ouve: “Levanta-te; teus pecados estão perdoados” [Mt 9.2]. Nenhuma penalhe é imposta. Todas as absolvições que se registram
na Escritura são descritas como gratuitas. Desta abundância de exemplos devia buscar-se a regra, e não do único exemplo de Davi, que contém não sei quê de singular. 

Forasteiros no Mundo - M. Lloyd-Jones


Forasteiro no mundo terrenal,
calmo nele me hospedo até à mudança.
Nem a felicidade nem o mal
dão-me este, o medo, e aquela, a esperança

A grande verdade que nunca devemos perder de vista é que nesta vida não passamos de peregrinos. Andamos por este mundo sob o olhar de Deus, caminhando em direção a Deus e à nossa esperança eterna. . . Esse é o grande princípio ensinado em Hebreus 11. Aqueles homens poderosos, grandes heróis da fé, tinham um só propósito. Andavam «como quem vê aquele que é invisível». Confessavam «que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra». Peregrinavam para «a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador». Assim, quando Deus chamou a Abraão, este respondeu. Dirigiu-se a um homem como Moisés, que tinha fabulosa carreira na corte egípcia, e ordenou-lhe que deixasse tudo e se tornasse um pobre pastor durante quarenta anos, e Moisés obedeceu. . . E assim foi com todos eles. Que fez com que Abraão estivesse pronto para sacrificar seu amado filho Isaque? Que fez com que todos os demais heróis da fé estivessem dispostos a fazer o que fizeram? É que aspiravam «a uma pátria superior, isto é, celestial».

... Se tivermos correto conceito de nós mesmos como peregrinos neste mundo. . . tudo cairá dentro da correta perspectiva. Imediatamente encararemos corretamente os nossos dons e as nossas posses. Começaremos a considerar-nos apenas como despenseiros, tendo que prestar conta deles. Não somos os permanentes detentores dessas coisas. . . O homem mundano pensa que ele as possui todas para si mesmo. Mas o cristão começa dizendo: «Não sou o dono dessas coisas; só as tenho como um arrendamento. . . Não poderei levar comigo as minhas riquezas, e nem meus dons. Sou apenas guardião dessas coisas». E, de imediato, a grande pergunta que se levanta é esta: «Como posso usar essas coisas para a glória de Deus? . . . É a Ele que terei que prestar contas de minha mordomia. . . Portanto, deve ter cuidado no emprego dessas coisas. Devo fazer tudo que Ele me diz para agradá-lo».

Studies in the Sermon on the Mount, ii, p. 84.