A centralidade do reino de Deus

 

Referência: Lucas 4.16-30

INTRODUÇÃO
1.O Reino de Deus é a mensagem central do Novo Testamento. Foi o tema principal da pregação de Cristo e dos apóstolos.
I. O QUE NÃO É O REINO DE DEUS
1.Não é minha igreja
2.Não é minha denominação
3.Não é a igreja em toda a terra
O Reino é maior do que a igreja. É o governo de Deus. Onde uma pessoa se submete a Cristo aí está o Reino. O Reino de Deus é a presença do rei. Onde está o Rei, está o Reino.
II. AS FASES DO REINO
Strong divide o Reino em três fasesÇ
1.O Reino de Poder – Com respeito ao universo
Deus governa o cosmo. Ele dirige as estrelas, os astros, a história, as nações (Is 40).
2.O Reino de Graça – Com respeito à igreja militante
Jesus estabeleceu, legisla, salva, defende, dirige e edifica sua igreja na terra.
3.O Reino de Glória – Com respeito à igreja triunfante
A igreja vai reinar com Cristo no novo céu e na nova terra. Teremos corpos glorificados numa nova ordem cósmica.
III. AS CARACTERÍSTICAS DO REINO
O Reino de Deus não é físico nem geográfico nem político. Jesus disse para Pilatos: “O meu Reino não é deste mundo”.
1.A porta de entrada do Reino é o arrependimento e a fé – Mc 1:15.
2.Só entra no Reino os que nascem de novo – João 3:3,5.
3.O Reino está dentro de nós – Lc 17:21.
4.O Reino fala de uma qualidade de vida – Rm 14:17: justiça, paz, alegria no Espírito Santo.
5.Os súditos desse Reino são pessoas diferentes – Mt 5:1-12 – Pobres, quebrantados, mansos, famintos de justiça, puros de coração, pacificadores, misericordiosos. Sua justiça excede à dos escribas e fariseus (Mt 5:20).
6.O Reino de Deus é o Reino de ponta-cabeça – Donald Kreybel
a)O maior é o menor
b)Quem quiser ser o primeiro, deve ser servo de todos
c)Os que estão no topo da pirâmide, vão para baixo e os que estão em baixo, fazem uma viagem para cima.
d)Revolução geral – dispersa os que no coração alimentam pensamentos soberbos.
e)Revolução política – derruba dos seus tronos os poderosos.
f)Revolução social – exalta os humildes.
g)Revolução econômica – enche de bens os famintos e despede vazios os ricos.
7.O Reino de Deus vence os preconceitos
a)Vence o preconceito religioso – Os gentios são alcançados por Jesus. O samaritano é exemplo de vida cristã. A proscrita mulher samaritana torna-se missionária.
b)Vence o preconceito político ideológico – Jesus chama um de extrema direita (Mateus) e outro da extrema esquerda (Simão, o zelote).
c)Vence o preconceito social e moral – Jesus transforma uma mulher prostituta e possessa na primeira missionária da sua ressurreição. Jesus transforma um louco, possesso num missionário em Decápolis. Jesus chama rudes pescadores e com eles transforma o mundo. Jesus transforma o maior perseguidor da igreja no maior apóstolo.
8.O Reino de Deus deve ser a maior aspiração do crente
O Reino é a pérola de grande valor. A oração do crente é: “Venha o teu Reino”.
9.O Reino de Deus é o nosso maior tesouro
O Reino é como um tesouro escondido. Quando você o acha, abre mão de tudo o que tem para comprar esse tesouro. Ficar fora do Reino é ficar fora da festa do Rei, das bodas do Filho do Rei.
IV. A OFERTA DO REINO DE DEUS
1.Boas novas para os deserdados da ordem econômica – v. 18
Aonde chega o Reino chega a justiça do Reino, pois os súditos têm fome e sede de justiça.
O arrependimento que é a porta de entrada do Reino diz: “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem. Quem tiver comida faça o mesmo”.
Os gadarenos expulsaram Jesus, porque davam mais valor aos porcos do que ao bem-estar das pessoas.
Os súditos do Reino serão julgados: “Tive com fome e não me destes de comer…”.
2.Boas novas aos deserdados da ordem político-social – v. 18
Aonde o Reino de Deus chega, quebram-se as correntes da opressão.
Jesus veio para levantar a cabeça das pessoas para uma nova vida, um novo mundo, uma nova realidade.
Aonde o evangelho do Reino chegou as nações saíram da escuridão, da ignorância, da escravidão.
No Reino grande é o que serve. O Rei se cinge com a toalha e a bacia.
Lucas 23:5 “ele alvoroça o povo, começando desde a Galiléia”. O irritante para os acusadores era que Jesus tivesse começado com os pobres, doentes, fracos e miseráveis galileus e não com as classes sacerdotais de Jerusalém.
3.Boas novas aos deserdados de saúde física – v. 18
A salvação é para o homem integral. Cristo resgatará o nosso corpo.
Ele curou os cegos, coxos, paralíticos, aleijados, hemorrágicos, leprosos e lunáticos. Ele sempre alivia o sofrimento.
Devemos ter compaixão dos aflitos.
O cristianismo foi o maior braço da misericórdia de Deus na história: hospitaiis, creches, escolas, leprosários. Os filhos do Reino sentem a compaixão do Rei.
4.Boas novas aos deserdados da ordem moral e espiritual – v. 18
Jesus veio para quebrar o jugo do pecado. Ele veio para soltar as ligaduras e algemas potentíssimas do mal. Muitos vivem no calabouço, numa masmorra existencial.
São escravos do vício, do pecado, do mundo, da carne, do diabo.
Quando o Reino chega, chega a nova vida. Não podemos viver no Reino de Deus, comportando-nos como filhos do reino das trevas.
Somos livres, somos santos, somos novas criaturas.
Cristo é o ano do jubileu de Deus para o homem (v. 19).
V. A DINÂMICA DO REINO DE DEUS – v. 18
Este Reino não é implantado pela força, pela guerra, pelas armas ou pelo derramamento de sangue, mas pelo Espírito Santo.
Lênin disse: “Os grandes problemas na vida das nações só podem ser solucionados com a força”, mas Deus diz: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito”.
Daniel 2 fala que os Reinos deste mundo passarão.
Apocalipse 11:15 diz: “O Reino do mundo se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo e ele reinará pelos séculos dos séculos”.
Mateus 6, a igreja ora: “Venha o teu Reino”.
Toda vez que o Espírito Santo regenera um coração, o Reino vem e o Rei governa. Não política, mas o evangelho!
VI. OS HERDEIROS DO REINO DE DEUS – v. 20,22-29
Os judeus ouviram até que Jesus falou que o Reino estava aberto para os gentios (viúva de Sarepta e Naamã).
O Reino quebra as barreiras sociais e denominacionais.
Não há raças, classes nem denominações messiânicas.
A natureza humana despreza a soberania do Rei.
O Reino de Deus avança ainda quando o rejeitamos.
VII. A VITÓRIA ABSOLUTA DO REINO DE DEUS – v. 30
Quando o povo encharcado de ira rejeitou o Rei e o Reino, “Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se”.
Não puderam deter Jesus. Podemos rejeitar Jesus, nunca detê-lo. O rei avança. O Reino é vitorioso.
Várias foram as tentativas usadas para afastar Jesus do projeto de implantar o Reino: 1) Herodes quis mata-lo; 2) O diabo quis desvia-lo; 3) As multidões quiseram fazê-lo um rei político; 4) Os religiosos o acusaram de blasfemo e impostor; 5) Os sacerdotes por inveja se uniram aos políticos para o prender.
Todos se mancomunaram para deter Jesus e o seu Reino. Mas ainda quando na cruz, Jesus era o dono da situação. Ali abriu as portas do Reino para o ladrão arrependido.
Os homens quiseram detê-lo pregando-o na cruz, mas na cruz ele abriu as portas do Reino para você e para mim.
CONCLUSÃO – v. 21
Hoje se cumpriu esta escritura! Em Jesus esse programa começou. Ele é o Reino presente. Quando Jesus governa sua vida, começa o Reino.
Ore: “Venha o teu Reino”.
Viva como filho do Rei.
Viva como cidadão do Reino.
Trabalhe para que esse Reino venha na sua plenitude.
-Hernades D.Lopes

Mas enchei-vos do Espírito

"E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito" Ef 5:18

O encher-se do Espírito marca a diferença entre uma vida cristã medíocre e insonsa e outra rica e plena de significado. Sem esse enchimento, o crente não viverá a realidade da vida cristã em sua plenitude, pensará que aquilo que já experimentou é tudo o que poderia experimentar. Por isso, o encher-se do Espírito é como um rio que separa a mediocridade da plenitude espiritual.

Sem a pretensão de aprofundar este importante tema, gostaria de refletir um pouco sobre este enchimento, começando com o que o precede.

O esvaziamento prévio é necessário

Paulo alerta "não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução". Chama atenção duas coisas aqui: a embriaguez (ou intoxicação) e a dissolução (ou desperdício). O vinho aqui não é o determinante, pois a pessoa pode se intoxicar com outra bebida ou substância e pode viver dissolutamente de forma abstêmica. O ponto de interesse aqui é o que controla a pessoa e por conseguinte determina suas atitudes e comportamento.

Penso que podemos considerar neste ponto o que enche a pessoa e a domina. No verso 22 do capítulo 4 Paulo ensina "quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano". Nada é mais embriagante que o próprio eu. O homem é inclinado naturalmente a envenenar-si de si mesmo.

Os resultados disso é uma vida caracterizada pela sonolência ao invés de iluminação (v.14), nesciedade em lugar de sabedoria (v.15), desperdício de tempo e insensatez ao invés de compreensão e realização da vontade do Senhor (v.16-17). Quando a natureza do homem está no controle, ele cambaleia como se estivesse vencido pelo vinho.

O enchimento é um mandamento

Por isso o encher-se do Espírito não é algo facultativo, mas um mandamento do Senhor. O esvaziar-se de si mesmo não é uma prerrogativa, mas uma necessidade para que "haja espaço" a ser ocupado pelo Espírito Santo.

Além disso, não é uma ordem a ser cumprida uma vez para a vida toda. É uma ordem que precisa ser seguida várias vezes, assim como os israelitas precisavam colher o maná diariamente e as virgens precisavam de suprimento extra de azeite, nós precisamos continuamente ser cheios do Espírito, na medida em que nossas reservas diminuem.

Ser cheio significa que todo nosso ser é tomado pelo Espírito. Ao invés de sermos dominados pelo nosso velho eu ou nos entregarmos ao controle externo das substâncias e coisas inebriantes, passamos a ser plenificados do Espírito, que passa a nos controlar e determinar nossas atitudes e ações.

O resultado é adoração e serviço

Vimos que há duas realidades separadas pelo encher do Espírito Santo. É uma ponte que vai da nesciedade e insensatez para a sabedoria e compreensão da vontade de Deus. Apesar disso, sabedoria e compreensão não são a finalidade do enchimento, mas meios para alcançar outros propósitos.

O primeiro e principal deles é nos levar à adoração apropriada. Paulo emenda o encher-se do Espírito com "falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (v.19-20). Não percamos isto de vista: o própósito principal de Deus ao nos encher com Seu Espírito é receber de nós uma melhor adoração.

Apontando para este propósito último temos o serviço ao nosso irmão. Percebemos isso na expressão "sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo" (v.21). Quando finalmente nos enchemos do Espírito, nos esvaziamos de nós mesmo e ao invés de servirmos aos nossos interesses, preocupamo-nos em ser úteis aos nossos irmãos.

Enchei-vos do Espírito é um imperativo e uma necessidade, se quisermos viver plenamente a realidade de Deus para nossas vidas.

Soli Deo Gloria

Sede de Sonhos e Visões - C.H. Spurgeon Postado por Charles Spurgeon / On : 16:07/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.


Há alguns, e estes geralmente são os mais iletrados, que têm a expectativa de experimentar sonhos notáveis ou de ter visões singulares.

Eu às vezes fico surpreso de que ainda persista no meio do nosso povo uma noção de que certo tipo de sonho, especialmente se repetir-se várias vezes, e se for tão vívido que permaneça na imaginação por um longo período, é um sinal do favor divino. Nada poderia ser mais completamente falso, nada pode ser mais infundado e sem a menor sombra de evidência; e ainda assim muitos imaginam que se eles sofressem dolorosamente de indigestão de forma que seu sono fosse estragado por sonhos vívidos, então eles finalmente poderiam pôr sua confiança em Jesus Cristo.

A noção é tão absurda que se ela fosse tão somente mencionada a homens racionais, eles necessariamente teriam que ridicularizá-la. Ainda assim, conheço muitos que foram, e ainda são, escravos dessa ilusão.

"Eu não podia flertar com uma superstição tão ridícula."
Há pouco tempo, depois de pregar em uma distante vila do interior, fui procurado insistentemente como conselheiro espiritual por uma carta importuna de uma mulher que atribuiu a mim uma sabedoria que eu nunca reivindiquei possuir. Eu desejei saber qual era a dificuldade espiritual que ela tinha, e quando fui até a casa dela e a encontrei muito doente, fiquei entristecido ao ver que ela era vítima de uma superstição na qual temo que seu pastor a tinha confortado e, desta forma, confirmado. Ela me informou solenemente que ela tinha visto algo se levantando à noite do pé da sua cama. Ela estava esperançosa de que se tratasse do nosso abençoado Senhor, mas infelizmente ela não tinha conseguido ver a cabeça dele. Como eu conhecia tanto a respeito das coisas espirituais, será que eu poderia lhe dizer quem era?

Eu disse que eu achava que ela devia ter pendurado o vestido dela em um gancho na parede, ao pé da cama, e na escuridão tinha confundido-o com uma aparição.

É claro que isso não a satisfez. Eu caí imediatamente a zero no conceito dela, ao nível de um homem de mente extremamente carnal, se não um escarnecedor, mas eu nada pude fazer a respeito. Eu não podia flertar com uma superstição tão ridícula. Fui obrigado a lhe dizer que era bobagem ela ter esperança de salvação porque ela era tola o bastante para imaginar que tinha visto Jesus com seus olhos carnais, enquanto a visão salvífica sempre é espiritual.


"(...) podem ter havido sonhos, e até mesmo aparições, que despertaram a consciência e assim conduziram ao princípio da vida espiritual em alguns raros casos em que Deus escolheu interferir de maneira especial. Mas que estes venham a ser procurados, e até aguardados, é uma coisa tão distante da verdade quanto o oriente do ocidente."

Sobre a pergunta quanto ao fato da suposta aparição ter uma cabeça ou não, eu lhe disse que se ela usasse mais a sua própria cabeça e o seu coração, meditando na Palavra de Deus, ela estaria em uma condição bem mais esperançosa.

Podem ter havido, eu não negarei – porque coisas estranhas ás vezes acontecem - podem ter havido sonhos, e até mesmo aparições, que despertaram a consciência e assim conduziram ao princípio da vida espiritual em alguns raros casos em que Deus escolheu interferir de maneira especial. Mas que estes venham a ser procurados, e até aguardados, é uma coisa tão distante da verdade quanto o oriente do ocidente. E se você visse qualquer coisa, ou sonhasse qualquer coisa, o que isso prova? Ora, não prova absolutamente nada a não ser que você estava mal de saúde, e que sua imaginação encontrava-se morbidamente ativa.

Lance fora essas coisas, elas são superstições adequadas a povos não-civilizados, mas não são aceitáveis para cristãos do século dezenove. Eu apenas estou mencionando-as, não porque penso que qualquer de vocês tenha caído nelas, mas para que vocês sempre lidem com elas de forma extremamente rígida onde quer que se deparem com elas. Elas são superstições que não podem ser toleradas por homens cristãos. Entretanto há alguns que, de fato, não acreditarão no simples evangelho de Cristo a menos que algum absurdo desse tipo possa ser juntado a Ele.

A Glória da Obediência de Cristo - John Owen

 

Havia uma glória invisível em tudo o que Cristo fez e sofreu na terra. Se as pessoas a tivessem visto, elas não teriam crucificado o Senhor da glória. Entretanto, aquela glória foi revelada a alguns; os discípulos “viram a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).

Primeiro, vamos considerar a obediência de Cristo naquilo que Ele fez. Ele livremente escolheu obedecer. Ele disse: “Eu vim para fazer a tua vontade, ó Deus”, antes de haver necessidade pra Ele fazer essa vontade. Ele não era como nós, criaturas humanas, que necessariamente sempre estivemos sujeitos à lei de Deus. João Batista sabia que Jesus não tinha necessidade de ser batizado. Mas Cristo disse: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt 3.15). Cristo voluntariamente Se identificou com os pecadores quando foi batizado.

Deus deu-lhe honra e glória porque, pela sua obediência, a Igreja toda se tornou justa (Rm 5.19). A obediência de Cristo a cada parte da lei foi perfeita. A lei era gloriosa quando os Dez Mandamentos foram escritos pelo dedo de Deus. Ela se torna mais gloriosa ainda quando é obedecida nos corações dos crentes. Mas é apenas na mais absoluta e perfeita obediência de Cristo que a santidade de Deus na lei é vista em sua glória total. “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padecer” (Hb 5.8). O Senhor de todos, que fez a todos, viveu em estrita obediência à lei de Deus. Posto que Ele era uma pessoa singular, a Sua obediência possui a glória de Sua singularidade.

Ora, considerem a glória da obediência de Cristo demonstrada naquilo que Ele sofreu. Ninguém jamais pode medir a profundidade dos sofrimentos de Cristo. Podemos olhar para Ele sob o peso da ira de Deus, em Sua agonia e suor de sangue, nos Seus fortes gritos e lágrimas. Podemos olhar pra Ele orando, sangrando, morrendo, fazendo da Sua alma uma oblação pelo pecado. “Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo de sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes: pela transgressão do meu povo foi ele atingido” (Is 53.8). “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33). Quão glorioso é o Senhor Jesus aos olhos dos Seus redimidos!

Por causa do pecado de Adão, ele e todos os seus descendentes se acham diante de Deus sujeitos a perecer eternamente sob a ira de Deus. Enquanto, nessa condição o Senhor Jesus vem até os pecadores persuadidos, com o Seu convite: “Pobres criaturas! Como é triste a sua condição! O que aconteceu com a beleza da glória e da imagem de Deus nos quais vocês foram criados? Vocês agora têm a imagem deformada de Satanás; pior que isso, miséria eterna aguarda vocês. No entanto, olhem para cima mais uma vez; contemplem-Me! Eu me colocarei em seus lugares. Eu suportarei o peso da culpa e a punição que jogaria vocês para sempre no inferno. Eu me tornarei, temporariamente, em maldição para vocês, para que possam ter bem-aventurança eterna”.

Contemplemos a glória demonstrada no evangelho:Jesus Cristo é crucificado diante dos nossos olhos (Gl 3.1). Nós só entendemos as Escrituras à medida que vemos nelas o sofrimento e a glória da Cristo. A sabedoria do mundo não vê nada neles a não ser estultícia. “Mas, se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.3-4).