11 de dez. de 2010

Decreto, Direção e Discernimento – John Piper


Vejo pelo menos alguns métodos que Deus usa para guiar-nos em sua vontade. Apresento-os com palavras iniciadas com "D", para ajudar-me a recordá-las.

1.    Decreto. Deus decreta e planeja soberanamente circunstâncias que nos levam aonde Ele deseja que estejamos, ainda que não tenhamos parte consciente em chegarmos lá. Por exemplo, Silas e Paulo estiveram na cadeia, e o resultado foi a salvação do carcereiro e de sua família (At 16.24-34). Este era o plano de Deus, não o de Paulo. Deus faz isso constantemente — colocando-nos em lugares nos quais não planejamos nem decidimos estar. É assim que o decre¬to nos guia. O decreto é único acima dos outros métodos, porque os inclui (visto que Deus decreta a inclusão de todas as nossas resoluções) e porque o decreto sempre se cumpre (pois nenhum dos planos de Deus "pode ser frustrado" — Jó 42.2). Os outros três métodos de Deus envolvem o sermos guiados conscientemente.

2.         Direção. Isto é apenas o que Deus faz por nós ao dar-nos os mandamentos e ensinos da Bíblia. Estes nos direcionam especificamente quanto ao que fazer e não fazer. Os Dez Mandamentos são um exemplo. Não roubarás. Não matarás. Não mentiras. O Sermão da Montanha é outro exemplo: amai os vossos inimigos. As epístolas são outro exemplo: enchei-vos do Espírito; revesti-vos de humildade. E assim que esse método nos guia. Deus revela direções na Bíblia.

3.         Discernimento. A maioria das decisões que fazemos não são descritas especificamente na Bíblia. O discernimento é a maneira como seguimos a direção de Deus através do processo de aplicação espiritualmente sensível da verdade bíblica aos aspectos específicos de nossa situação. Romanos 12.2 descreve isto: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Neste caso, Deus não declara uma palavra específica sobre o que fazermos, mas o Espírito Santo molda a mente e o coração, por meio da Palavra e da oração, para que tenhamos inclinações para aquilo que mais glorificaria a Deus e ajudaria os outros.

Devemos confiar nos decretos de Deus. Eles sempre serão bons para nós, se amamos a Deus e fomos chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28). Isto remove a preocupação de nossa vida e nos coloca em paz, quando buscamos ser guiados pela direção, discernimento e declaração do Senhor.

Existe a implicação de que o guiar de Deus por decreto pode realizar atos contrários ao seu guiar por direçãodiscernimento...  Em outras palavras, Ele pode direcionar: "Não matarás", mas decretar o assassinato de seu próprio Filho (At 4.28). Existem mistérios nesta implicação. Mas em muitas passagens das Escrituras Deus quer que aconteçam coisas que Ele proíbe em sua Palavra.

E confiança em Deus é um bom lugar para descansarmos.

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