5 de set. de 2010

Teônomo e Não Autônomo – J. I. Packer

"Chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhe: 'Ouvi, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos fala aos ouvidos, para que os aprendais cuideis em os cumprirdes" (Dt 5.1).

Não fomos criados autônomos - apesar de tudo o que é dito nos nossos dias. Não podemos servir de lei a nós mesmos - apesar de toda relação subjetiva que a "igreja" tem com a Palavra hoje. Fomos criados teônomos, ou seja, compelidos a guardar a lei do nosso Senhor e Dono.

No princípio isso de forma alguma era um problema, porque fomos criados de tal forma por Deus que a obediência cheia de gratidão nos daria a mais profunda felicidade e deleite - como acontecia com Cristo ao andar neste mundo (Jo 4.34 - cf Sl 112.1; 119.14,16,47,48, 97-113, 127, 128, 163-167).

Mas o coração do homem caído não tem prazer na lei de Deus por 2 motivos: Por ser lei, e por ser de Deus. Agora, um homem em Cristo, descobre não só que ama a lei de Deus, como vive no desejo de observá-la - maravilhado com a graça (Rm 7.18-22; 12.1,2). E o trabalho do Espírito e levá-los a obediência - iniciando no coração a concretização dela (Rm 7.6; 8.4-6; Hb 10.16).

A lei moral de Deus é vista abundantemente em toda a Bíblia - Nos escritos Mosaicos, nos sermões dos profetas, no ensino de Jesus, nas cartas apostólicas... Ela reflete o caráter santo e imutável de Deus. Revela também seus propósitos para os seres que Ele criou.

Deus recomenda a conduta que Ele tem prazer de ver, e proíbe aquela que O ofende. Isso é pecado - tudo que ofende a Deus. Cristo resumiu toda lei em dois grandes mandamentos: Ame a Deus sobre tudo, ame ao próximo como a você mesmo (Mt 22.37-40). Todas as instruções morais do Velho Testamento dependem disso. O ensino moral de Cristo é a velha lei aprofundada e aplicada a todas as circunstâncias.

As leis morais determinam o comportamento que temos que sempre observar. Havia as leis políticas no Velho Testamento - que aplicavam os princípios da lei moral de Deus a situação nacional de Israel. Também havia as leis cerimoniais de purificação, dieta e sacrifícios... Eram decretos temporários para fins instrutivos que foram plenamente alcançados em Cristo - Tendo assim o Novo Testamento as abolido (Mt 15.20; Mc 7.15-19; 1Tm 4.3-5; Hb 10.1-14, 13.9,10).

Mas é importante entendermos que a justaposição da lei moral, judicial e ritual no pentateuco continha uma mensagem que para nós hoje é fundamental - A vida sob Deus deve ser vista e vivida não compartimentalmente - mas como uma unidade multifacetada.


'Deus requer total obediência da pessoa total às totais implicações de sua lei como foram dadas. Ele obriga "o homem todo... a uma inteira obediência para sempre" - "é espiritual, e assim alcança a compreensão, vontade, afeições e todos os outros poderes da alma, como também as palavras, obras e gestos" - em outras palavras, o desejo deve ser justo, assim como as ações; e a exterioridade farizaica não é suficiente (Mt 15.7,8; 23.25-28); e os corolários da lei são parte de seu conteúdo - "onde um dever é prescrito, o pecado contrário é proibido; e onde um pecado é proibido, o dever contrário é prescrito"(Catecismo Maior de Westminster, P.99).

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