14 de set. de 2010

O Fim Supremo da Obra da Redenção - Jonathan Edwards

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As Escrituras mostram inequivocamente que a glória de Deus é o fim último dessa grande obra da providência, a redenção realizada por Jesus Cristo.

Essa verdade fica evidente ao tomarmos por base o que acabamos de observar: que a redenção é o fim buscado acima de qualquer outro por Jesus Cristo, o Redentor. E, se considerarmos ainda os textos mencionados para comprovar esse fato, ficará extremamente claro que foi o que Cristo buscou como o seu fim último na grande obra que veio realizar no mundo, ou seja, obter a redenção para o seu povo. Sem dúvida, Cristo professa, em João 7.18, que não buscou sua glória, mas sim a glória daquele que o enviou ["Quem fala por si mesmo está procurando a sua própria glória; mas o que procura a glória de quem o enviou, esse é verdadeiro, e nele não há injustiça"]. Com isso, ele se refere ao trabalho do seu ministério e à obra que realizou e que veio ao mundo para levar a cabo, a obra de redenção. E, a respeito do texto de João 12.27,28 ["Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei"], foi observado anteriormente que, diante da dificuldade extrema da sua obra, Cristo se consolou com a perspectiva mais transcendente, suprema e excelente dessa obra, aquilo a que ele mais dedicou o seu coração e em que mais se deleitou.

E na resposta que o Pai lhe deu do céu nessa ocasião, encontrada na última parte do mesmo versículo-João 12.28: "Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei" -, o significado claro é que Deus glorificara o seu nome no que Cristo fizera, na obra da qual ele fora incumbido, e que o glorificaria novamente e, em grau mais elevado, no que ainda estava para fazer e no sucesso decorrente. Cristo mostrou que foi assim que entendeu a resposta do Pai com o que disse depois, quando o povo ouviu a voz e se admirou com ela; alguns diziam que era como um trovão e outros, que um anjo lhe falara. Cristo disse: "Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa" (v. 30). E prosseguiu (exultando na perspectiva de tal sucesso e fim glorioso): "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo" (vs. 31,32). Para ele, a sua glória se encontra no sucesso dessa mesma obra de redenção, conforme foi observado anteriormente. João 12.23,24: "É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto".

Assim, não há dúvida de que, quando ele busca a própria glória e a glória do Pai nessa oração em João 17, ele o faz como o fim da grande obra que veio realizar no mundo. O que se segue ao longo de toda a oração deixa esse fato evidente, especialmente nos versículos 4 e 5: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo". Por certo, a declaração ao Pai de que ele o glorificara na terra e consumara a obra que lhe fora confiada significa que ele terminara a obra que Deus lhe confiara para esse fim, para que ele fosse glorificado. Cristo concluíra o alicerce para a sua glória que viera lançar no mundo. Ele lançara um alicerce para que o seu Pai fizesse a sua vontade e realizasse o seu principal desígnio, ficando manifesto, portanto, que a glória de Deus era o seu intento maior ou o seu fim supremo nessa obra magnífica.

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