23 de set. de 2010

Honrar a disciplina divina

 


Vivemos numa era indisciplinada. Os tribunais relutam em aplicar aos malfeitores o castigo devido, temendo que um tribunal superior revogue a sentença alegando que ela “é cruel e inusitada”. A polícia tem medo de usar a força para conter infratores da lei para que não seja acusada de brutalidade. Muitos pais, engolindo o psico-blablablá que está por toda parte, mimam os filhos rebeldes. É especialmente socialmente incorreto bater nos filhos.
Num tal ambiente é decepcionante, porém não surpreendente, que a disciplina de irmãos e irmãs infiéis em Cristo tenha sido grandemente negligenciada. Temo que neste assunto muitos de nós tenham-se conformado com este mundo (Romanos 12:2). Mesmo quando uma congregação reúne a força espiritual para se apartar de alguém que está andando “desordenadamente” (2 Tessalonicenses 3:6), o efeito desejado é diminuído por uma minoria que deixa de honrar “a punição pela maioria” (2 Coríntios 2:6).
O propósito da disciplina corretiva é que a pessoa seja salva “no dia do Senhor [Jesus]” (1 Coríntios 5:5). Este é um nobre motivo, e quem melhor do que o Espírito Santo sabe como cumprir tal meta? Contudo, este lamento é ouvido: “Vocês apenas os afastarão ainda mais ao se apartarem deles”. Esta atitude mostra uma falta de fé na palavra de Deus.
Como resultado de nosso fracasso em falar a mesma coisa (1 Coríntios 1:10) neste assunto, alguns cristãos inclinam-se a ignorar o mandamento a não se associar com ele, “para que fique envergonhado” (2 Tessalonicenses 3:14). Outros farão tudo o possível para ter certeza de que não comem com esse tal (1 Coríntios 5:11), mas se associarão com ele de outros modos.
Este problema é ampliado entre aqueles que são aparentados com o cristão que está sendo disciplinado. É assumido (ainda que não revelado) que, quando um membro de nossa própria família física é corrigido, podemos continuar nossa relação social como de costume. Isto, eu temo, tem o efeito de colocar a relação física num nível superior ao da relação espiritual.
Cristãos que têm um membro da família que voltou suas costas ao Senhor têm um fardo pesado a suportar. Somos lembrados que se amamos pai, mãe, filho ou filha mais do que ao Senhor, somos “indignos” dele (Mateus 10:37). Jesus comparou isto com a cruz que ele tinha que levar, dizendo, “e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mateus 10:38).
Se realmente cremos que o Senhor sabe mais, quando temos um amado que tem resistido à correção e precisa de disciplina, insistiremos que a igreja faça o que é melhor para ele. Então nos juntaremos a outros irmãos e irmãs em Cristo para tirar dele o que ele deseja mais: nossa aprovação e associação. Se nós que somos mais íntimos dele deixarmos de honrar o afastamento, poderemos estar retirando o único e mais poderoso incentivo para sua salvação.

por Al Diestelkamp

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