21 de ago. de 2010

Uma Dura Lição - Leonard T. Van Horn



Repetidas vezes ouvimos as pessoas dizem: "Eu não acho que seja justo Deus nos responsabilizar pelo pecado de Adão!" Muitas pessoas fora de Jesus Cristo usam isso como uma de suas principais desculpas para recusar chegar-se a ele. Mas quer gostemos ou não, a Bíblia ensina que Deus trata com a humanidade na base do princípio da representação.
Às vezes esse princípio é uma lição dura para aprendermos. Para aqueles de nós que somos salvos pela graça, salvos pelo "segundo Adão", aceitar a segunda representação não é difícil. Mas há ocasiões em que até os cristãos ficam pensando sobre a justeza da primeira representação. Isso mexe com a mente de muitos cristãos embora poucos expressem a idéia em palavras.


Devemos nos lembrar, nesta área, como em todas as áreas de nosso relacionamento com Deus, que ele é o Criador e Senhor Soberano, possuidor do direito de requerer qualquer coisa de suas criaturas em qualquer forma que sua sabedoria possa determinar. A autoridade dele foi, e é, sem limites. Deus podia fazer qualquer coisa com Adão pessoalmente, e com vistas à sua posteridade, que fosse consistente com suas próprias perfeições. Ele é uma lei para si mesmo e age de acordo com sua própria vontade. Ao mesmo tempo, em seu relacionamento com Adão no Jardim, ele não exigiu nada de Adão que Adão não tivesse a capacidade de suportar.

Essa é a ótica que todos os filhos de Deus precisam aprender. O reconhecimento de que ele é soberano e nós não. Reconhecer que seja qual for o método que ele escolha usar para nos ensinar nossas lições, esse método é bom e justo, porque ele é a essência da justiça. Nossa obrigação é não reclamar e sim obedecer, não nos irritar e sim aceitar, não murmurar e sim descansar em nosso dever de diminuir e nos submeter em toda a humildade.

Para nós, tudo isso é uma lição dura de aprender. Tiago colocou isso muito bem quando disse: "Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (Tg 4.10). Muitos cristãos têm vontade de trabalhar bastante na obra do Senhor, mas não conseguem porque não aprenderam a dar a Deus o direito completo de qualquer método, qualquer meio, qualquer princípio que ele queira usar com eles. Alguns pensam muitas vezes que Deus é injusto, recusam deixar que ele determine seu modo de agir com eles, recusam submeter-se à autoridade dele e depois ficam se perguntando porque Deus não os usam como eles desejariam.

Em todos os nossos pensamentos e palavras, em todas as nossas ações e reações, sim, em todas as áreas de nossa vida, somos responsáveis perante ele. E a obediência à Palavra de Deus transcende a obrigação e o privilégio, alcançando honra à medida que ele é assim glorificado em nosso viver diário (Dt 11.1, 13-19).

Catecismo de Westminster

Pergunta 16: Todo o gênero humano caiu pela primeira transgressão de Adão?

Resposta: Visto que o pacto foi feito com Adão, não só para ele, mas também para a sua posteridade, todo o gênero humano, que dele procede por geração ordinária, pecou nele e caiu com ele na sua primeira transgressão.

Referências Bíblicas: At 17.26; Gn 2.17; Rm 5.12; ICo 15.21.

Perguntas:

1.       Na Bíblia lemos sobre quantas pessoas que representaram a raça humana? Lemos sobre duas pessoas que representaram a raça humana. O primeiro, Adão, e o segundo, Jesus Cristo (ICo 15.45).

2.       Qual a razão dada na Escritura pela qual a posteridade de Adão caiu com ele?
A razão se encontra no pacto das obras, no qual a vida foi prometida com a condição da obediência. O pacto foi feito não só com Adão, mas valia para sua posteridade.

3.       Visto que o pacto foi um pacto de obras, será que isso significa que Adão poderia
merecer a vida eterna?
Não, não significa que Adão poderia merecer a vida eterna. Mesmo assim, ainda era a graça de Deus que daria a vida eterna, mas uma graça que recompensaria a obediência.

4.       Foi justo Adão poder representar sua posteridade?
Sim, foi justo porque ele seria o pai comum de toda a humanidade; e ele foi criado perfeitamente santo, com pleno poder de satisfazer a condição do pacto.

5.       Como pôde toda a humanidade estar em Adão quando primeiro ele pecou?
Toda a humanidade estava em Adão de dois modos: 1) Virtualmente, como uma raiz natural e, 2) Representativamente, como o cabeça de um pacto.

6.       O que se quer dizer quando se diz "todo o gênero humano, que dele procede por
geração ordinária, pecou nele " ?
A expressão "geração ordinária" é usada para excluir Cristo que descendeu quanto ao seu corpo humano, de Adão, mas não por geração ordinária, visto que foi concebido no útero de uma virgem pelo poder do Deus Onipotente que a envolveu com sua sombra.

7.       Sempre ouvi dizer: "Na queda de Adão todos nós pecamos". Este comentário cabe bem nesta pergunta?
É um comentário excelente. Deve-se entender com isso que somos pecadores antes de tudo porque Adão, nosso representante, pecou por nós. Nossa natureza corrupta é o resultado de nossa herança em Adão.

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