17 de ago. de 2010

PRATICANTES OU NÃO PRATICANTES?


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A sinceridade da grande maioria dos católicos apostólicos romanos é admirável, pois é comum os ouvirmos dizerem ao passarem por algum questionamento em relação à praticidade de alguma religião. – Sim! Sou católico não praticante, ou, sim! Sou católico praticante.
Com estas respostas distintas, além deles reconhecerem entre si os católicos praticantes que são dignos de respeito pelo seu nível de compromisso e comprometimento com a religião professada, eles também conseguem fugir da hipocrisia em dizer algo que são, sem na verdade ser.
Quem dera nós protestantes… , aliás, é melhor mudar o termo para evangélicos, pois este termo para os dias de hoje não tem muito sentido. Apesar do grande crescimento numérico da igreja evangélica como um todo, infelizmente nós evangélicos não temos protestado contra a decadência moral que a cada dia cresce mais, como também não temos feito a diferença que o Senhor Jesus quer que façamos.
“Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam.” (Mateus 5:13 NTLH)
“Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.” (Mateus 5:14 NTLH)
No século passado o evangelista e pregador itinerante John Wesley que foi o precursor do avivamento na Inglaterra fez uma grande diferença na sociedade inglesa. Ao que constam historicamente, os cristãos daquela época eram verdadeiros protestantes, ou seja, eram cristãos praticantes totalmente comprometidos com Cristo e com sua infalível palavra que é a bíblia sagrada.
“O evangelho que Wesley pregava influenciava as pessoas a se envolverem em causas sociais em nome de Cristo” (John Stott – Mentalidade cristã). Segundo historiadores, a Inglaterra só não passou por uma revolução sangrenta como a França porque a influência wesleiana fez uma grande diferença na sociedade.
Um bom exemplo é a história de Willian Wilberforce que foi o mais novo parlamentar inglês em idade. Com apenas vinte e um anos já era um parlamentar. Aos vinte e cinco anos teve um encontro com Deus e recebeu a fé para salvação. Queria abandonar a política para dedicar- se somente a Deus. Mas Deus tinha outros planos.
“porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55:9 RA)
John Wesley escreveu uma carta para Wilberforce dizendo que ele não deveria deixar o parlamento, pois Deus tinha um propósito para ele em relação à política. E que propósito! Em 1787 Willian consegue o crédito no parlamento do primeiro acordo para libertar os escravos, em 1807 conseguiu a aprovação da abolição do tráfico de escravos, e em 1833 conseguiu de uma vez por todas a extinção do tráfico escravagista e a emancipação dos escravos. Que grande exemplo de um cristão na política compromissado com o estabelecimento do “Reino dos Céus” aqui na terra.
Deus nos chamou com um propósito para uma missão celestial predeterminada. Precisamos acordar para este fato, pois está chegando o “Dia do Senhor”. Neste dia teremos que prestar contas a Deus, e se continuarmos nesta passividade em que estamos, o que apresentaremos ao Senhor? Que desculpa iremos dar por nossa negligência e pelo nosso pecado de omissão? Misericórdia!
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:19-20 RA)
Essa é a ordem. Nós temos transformado a “Grande Comissão” do Senhor Jesus em uma “Grande Omissão”. Não podemos esquecer que teremos que prestar contas a Deus por este pecado.
A geração evangélica posmoderna não tem feito a diferença que a geração passada fez. O evangelho não mudou, pois a palavra de Deus também não mudou e nem mudará. Nós é que mudamos, pois nos deixamos influenciar pelo humanismo decorrente do iluminismo e da revolução industrial. Em vez do moldarmos o mundo, o mundo é que tem nos moldado, e o pior de tudo é o fato de não querermos assumir isso.
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2 RA)
Temos nos conformado com tanta coisa deste século, que é até difícil citar todas. No entanto, vejo necessário citar algumas: A decadência moral e ética da sociedade, o individualismo, o pragmatismo, a indiferença, o egoísmo são agentes cancerígenos que tem permeado sutilmente no nosso arraial evangélico, e tem gerado uma igreja doente com um povo doente.
Apesar disso tudo, digo com muita alegria e convicção que existe um remédio poderoso para erradicar de uma vez por todas esta vil doença. “Obediência “é o nome do remédio. O obedecer a Deus nos deixa parecido com Cristo e nos leva a sermos seus discípulos. ”Como o reformador Lutero certa vez descobriu que o discipulado não é apenas privilégio dos clérigos, mas que é o papel de cada cristão no mundo, na vida do trabalho, na vida da família, e no exercício de poderes de liderança” (Harald Malschitzky).
Nós fomos chamados para uma vida de obediência, uma vida de discipulado. Só obedecendo a Deus é que poderemos ser “Sal na Terra” e “Luz no Mundo”, como também conhecidos no mundo como discípulos de Cristo. E si assim procedermos, chegaremos ao ponto de fazer discípulos para o Senhor com mais facilidade, pois confiaremos na força do Senhor Jesus, e não na nossa persuasão.
“Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.” (Josué 1:8 RA)
A obediência a Deus é a chave do sucesso.
Não podemos menosprezar a vida no mundo e prezar somente a vida eterna. Vida eterna compreende o passado, o presente e o futuro. Temos que fazer a diferença hoje! Chega de protelar, de dar desculpas esfarrapadas. Chegou a hora de nós honrarmos a Deus com gratidão, devoção, disciplina e obediência, pois não somos mais inocentes. Temos uma consciência, e bem sabemos o que temos que fazer para mudar este lamentável quadro em que si encontra a igreja visível.
A igreja é um organismo vivo, e tem o dever de gerar vida e esperança para a sociedade decaída em que vivemos. Como disse o evangelista Luiz Palau, “A igreja é como esterco, si amontoada exala mau cheiro, mas, espalhada, aduba o mundo inteiro”.
Hoje, existem duas classes de evangélicos que são: os praticantes e os não praticantes. Precisamos perguntar para nós mesmos a qual destas classes pertencemos. Si a resposta for “Evangélicos não praticantes”, ainda a tempo de nos arrependermos e mudarmos radicalmente o nosso posicionamento em relação ao que é ser um cristão praticante, um verdadeiro discípulo de Cristo.
“Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” (João 15:7-8 RA)
Que Deus em sua infinita paciência nos desperte, nos capacite, e nos conduza ao mundo para cumprirmos a missão de fazer discípulos.
Por: Rinaldo Macedo

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