9 de ago. de 2010

O Pai de todo Pecado - Jonathan Edwards

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Os demônios não têm grau de santidade, e, portanto, as coisas que não estão além do que eles são sujeitos, não podem ser experiências santas.

O Diabo outrora era santo, mas, quando caiu, perdeu toda a santidade e ficou inteiramente mau. Ele é o maior pecador e, em certo sentido, o pai de todo o pecado: "Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homici­da desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é pró­prio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8.44); "Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o prin­cípio" (1 Jo 3.8). Ele é mencionado, à guisa de eminência, como "o maligno": "Vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração" (Mt 13.19); "O joio são os filhos do Maligno" (Mt 13.38); "Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno" (1 Jo 2.13); "Não como Caim, que era do maligno" (1 Jo 3.12); "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o malig­no não lhe toca" (1 Jo 5.18). Os demônios são chamados espí­ritos malignos, espíritos maus, espíritos imundos, potestades das trevas, príncipes das trevas deste século e a própria malda­de: "Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra ps principados, contra as potestades, contra os prín­cipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Ef 6.12).
As coisas das quais a mente dos demônios estão sujeitas não po­dem ter nada da natureza da verdadeira santidade. O conheci­mento e entendimento que eles têm das coisas de Deus e da religião não podem ser da natureza da luz divina e santa, nem conhecimento que seja do mesmo tipo. Não há impressão feita em seus corações que possa ser de natureza espiritual. Esse tipo de sentimento que eles têm das coisas divinas, ainda que grande, não pode ser sentimento santo. Tais afetos que movem os cora­ções, ainda que poderosos, não podem ser afetos santos. Se não há santidade no coração dos demônios, não pode haver santida­de no coração dos homens, a menos que algo lhes fosse acrescentado além do que está nos demônios. Se algo lhes é acrescen­tado, então não são as mesmas coisas, mas é algo além do que m demônios estão sujeitados, premissa que é contrária à suposição* pois a proposição que defendo é que essas coisas são da mesma natureza e não há nada além do que os demônios estejam sujei­tos que não possa ser experiência santa. Não é o sujeito que tor­na santo o afeto ou a experiência ou a qualidade, mas é a quali­dade que torna santo o sujeito.
Se essas qualidades e experiências das quais os demônios estão sujeitos não têm nada da natureza de santidade, então não podem ser evidência clara de que as pessoas que as tenham sejam santas ou tenham a graça. Não é evidência clara de verdadeira graça, mas das coisas que são espirituais e da graça. E a imagem de Deus que é o selo e marca, a estampa pela qual os que lhe pertencem são conhecidos. Mas aquilo que não tem nada da natureza de santida­de não tem nada desta imagem. Aquilo que é sinal seguro de gra­ça, ou deve ser algo que tenha a natureza e essência da graça, ou flua, ou de algum modo pertença à sua essência, pois aquilo que distingue as coisas umas das outras é a essência ou algo pertencen­te à sua essência. Aquilo que às vezes encontra-se inteiramente sem a essência da santidade ou graça não pode ser marca essencial, segura ou distintiva da graça.

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