6 de ago. de 2010

"E Jesus clamou, dizendo: Quem crê em mim crê, não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou. Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. As coisas, pois, que eu falo, como o Pai mo tem dito, assim falo." João 12:44-50




Jesus terminou Seu trabalho

a. O que a Bíblia diz: 

i. Acerca do Seu nascimento

Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado.
Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade. Hebreus 10:5-7

Jesus novamente nos fala como sendo aquele que cumpre as palavras do Antigo Testamento (Salmo 40:6-8). Desde o seu nascimento o Senhor Jesus tinha somente um objetivo: fazer a vontade do Pai e suprir, através do Seu sacrifício, a satisfação que a justiça de Deus demandava por causa dos nossos pecados.

ii. Acerca do Seu trabalho

Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. João 4:34

Cada faceta do trabalho de Jesus consistia em um item que pertencia à vontade do Pai. Jesus testemunha nestes versículos que sua real vontade era satisfazer aos desejos do Pai.

iii. Acerca da Sua morte

Então, Pilatos o entregou para ser crucificado. Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. João 19:16-18 e 30

Esta última palavra proferida por Jesus (no grego "está consumado" é representado pela expressão "TETELESTAI") representa a consumação perfeita de toda a obra que lhe fora confiada pelo Pai. O que poderia ser uma tragédia era realmente um triunfo consumado.

b. O Testemunho dado pelo Senhor Jesus

i. Resumido

Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer. João 17:4

ii. Os itens específicos do Ministério completo de Jesus

Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. João 17:6. 

E verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. João 17:8. 
Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. João 17:12.

Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. João 17:14.

Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. João 17:18.

Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos. João 17:22.

Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. João 17:26.

Estas afirmações do Senhor Jesus testificam da importância que a vontade do Pai tinha na Sua mente. Nos parece que o Senhor Jesus nesta oração fez uma recapitulação da Sua vida e encontra grande satisfação nos vários aspectos do Seu ministério.

B. A Explicação Bíblica Acerca do Seu Ministério

1. Jesus Cristo veio cumprir a Lei de Deus.

" Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Mateus 5:17.

2. Jesus Cristo veio para que os homens e mulheres pudessem ter vida.

" ...Eu vim para que tenham vida e vida em abundância. João 10:10.

3. Jesus Cristo veio para trazer luz às trevas em que nos encontrávamos.

" Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. João 12:46

4. Jesus Cristo veio salvar o mundo.

" Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. João 12:47-48.

5. Jesus Cristo veio trazer a espada.

" Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Mateus 10:34.


6. Jesus veio chamar pessoas ao arrependimento.

" Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento. Mateus 9:13.

7. Jesus Cristo veio buscar e salvar o que estava perdido.

" Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. Lucas 19:10.

8. Jesus Cristo veio salvar pecadores.

" Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. 1 Timóteo 1:15

9. Jesus Cristo veio dar sua vida como resgate.

" Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Marcos 10:45.

10. Jesus veio para nos trazer a paz.

" E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto. Efésios 2:17

Quando Jesus diz "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer", Ele certamente tinha em mente tudo o que lemos nos versos acima. Somente tolos não dariam glórias a Deus sabendo a provisão tão rica que Deus tem preparado para nós através de Jesus.

C. A Segurança Bíblica Referente ao Ministério de Jesus

1. O Senhor Jesus se ofereceu a Si mesmo - de uma vez por todas - como nosso sacrifício.

Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. Hebreus 7:26-27

Em contraste aos sacerdotes do Antigo Testamento, que eram apenas tipos simbólicos do Senhor Jesus, nosso Salvador se entregou a Si mesmo, como nosso substituto para morrer sob a condenação dos nossos pecados. A oferta que Jesus fez, de si mesmo, era perfeita e portanto precisava ser oferecida somente uma vez.

2. O Senhor Jesus aniquilou o pecado por meio do seu sacrifício

Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo. Hebreus 9:26-27

A ênfase aqui é novamente a finalidade da obra do Salvador. Ele satisfez todas as exigências da lei com respeito aos pecados e suportou a condenação merecida pela totalidade da raça humana. Nada mais há para ser feito. Nas palavras do próprio Senhor "está consumado".

3. O Senhor Jesus tirou nossos pecados - uma vez por todas - em Si mesmo.

Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação. Hebreus 9:28

O testemunho das escrituras aqui fala da realidade do pecado e da forma como sua força e poder destruidor foram tratados por Deus através da pessoa de Jesus. É importante entendermos que Jesus não estava "representando uma cena de uma peça de teatro" ao morrer na cruz por causa do nosso pecado. Jesus suportou, em Si mesmo, todo o julgamento, separação de Deus, dor, condenação, morte e todo o sofrimento do inferno que o pecado introduziu na vida dos seres humanos. Jesus se ofereceu como nosso substituto - uma vez por todas - para que nós pudéssemos ser livres das conseqüências mencionadas acima - para sempre!

4. O Senhor Jesus santificou Seu povo - uma vez por todas - para Si mesmo.

Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos Hebreus 2:11

Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Hebreus 10:10

Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. Hebreus 10:14

A morte sacrificial e substitucionária do Senhor Jesus, faz com que todos que pertencem a Ele, sejam um sacrifício santo a Deus. Cada um de nós precisa se dar conta que não pertencemos a nós mesmos - nós pertencemos a Deus - pela virtude da morte e ressurreição de Jesus. Por este motivo Deus tem assumido toda a responsabilidade por nós e nós precisamos responder a este cuidado de Deus, nos entregando completamente a Deus em obediência, adoração e comunhão.

Conclusão: 

1. Se nós pudéssemos aconselhar as pessoas que estavam vivas nos dias em que nosso Senhor viveu, o que diríamos àquelas pessoas? Certamente nós os incentivaríamos a cooperarem de forma plena com Jesus, a obedecê-lo e a procurarem servi-lo de todas e da melhor forma possíveis.

2. A obra de Jesus continua nos dias de hoje. Desde os mais altos céus o Senhor continua a conduzir sua obra através da presença permanente do Seu Espírito Santo (o outro consolador prometido pelo Senhor) e da ação da igreja universal (católica), o corpo de Cristo. Nós precisamos nos olhar no espelho e dar ouvidos aos nossos próprios conselhos - cooperar, obedecer e servir a Jesus. Ele é digno de receber toda nossa devoção e digno de todos os sacrifícios que tenhamos que fazer para servi-lo. 



* O Evangelho de hoje traz a parte final do Livro do Sinais (1 a 12), na qual o evangelista faz um balanço. Muitos acreditaram em Jesus e tinham a coragem de manifestar sua fé publicamente como discípulos e as discípulas. Outros acreditaram, mas não tiveram a coragem de manifestar publicamente sua fé. Tinham medo de serem expulsos da sinagoga. E muitos não acreditaram: “Apesar de Jesus ter realizado na presença deles tantos sinais, não acreditaram nele. Assim se cumpriu a palavra dita pelo profeta Isaías: "Senhor, quem acreditou em nossa mensagem? Para quem foi revelada a força do Senhor?" (Jo 12,37-38). Depois desta constatação geral, João retoma alguns dos temas centrais do seu evangelho:

* João 12,44-45: Crer em Jesus é crer naquele que o enviou. Esta frase é um resumo do evangelho de João. É o tema que aparece e reaparece de muitas maneiras. Jesus está tão unido ao Pai, que ele já não fala em nome próprio, mas sempre em nome do Pai. Quem vê a Jesus vê o Pai. Se quiser conhecer a Deus, olhe para Jesus. Deus é Jesus!

* João 12,46: Jesus é a luz que veio ao mundo. Aqui João retoma o que já tinha sido dito no prólogo: “O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo ser humano” (Jo 1,9). “A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam” (Jo 1,5). Aqui ele repete: “Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em mim não fique nas trevas”. Jesus é uma resposta viva às grandes interrogações que movimentam e inspiram a busca do ser humano. Ele é uma luz que clareia o horizonte. Faz descobrir o lado luminoso da escuridão da fé.

* João 12,47-48: Não vim para julgar o mundo. Chegando no fim de uma etapa, surge a pergunta: “Como vai ser o julgamento? Nestes dois versículos o evangelista esclarece o tema do julgamento. O julgamento não se faz na base da ameaça com maldições. Jesus diz: Eu não condeno quem ouve as minhas palavras e não obedece a elas, porque eu não vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeita e não aceita minhas palavras, já tem o seu juiz: a palavra que eu falei será o seu juiz no último dia. O julgamento consiste na maneira como a pessoa se define frente à verdade e frente a sua própria consciência.

* João 13,49-50: O que digo, eu o digo conforme o Pai me disse. As últimas palavras do Livro dos Sinais são um resumo de tudo que Jesus disse e fez até agora. Ele reafirma o que afirmava desde o começo: “Não falei por mim mesmo. O Pai que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. E eu sei que o mandamento dele é a vida eterna. Portanto, o que digo, eu o digo conforme o Pai me disse”. Jesus é o reflexo fiel do Pai. Por isso mesmo, ele não oferece prova nem argumento aos que o provocam para que se legitime e apresente suas credenciais. É o Pai que o legitima através das obras que ele faz. E dizendo obras, não se refere só aos grandes milagres, mas a tudo que ele disse e fez, até nas mínimas coisas. Jesus, ele mesmo, é o Sinal do Pai. Ele é o milagre ambulante, a transparência total. Ele já não se pertence, mas é todo inteiro propriedade do Pai. As credenciais de um embaixador não vem dele mesmo, mas vem daquele a quem representa. Vem do Pai.

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