20 de jul. de 2010

Revelação Geral – J. I. Packer

A REALIDADE DE DEUS É CONHECIDA DE TODOS

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
SALMO 19.1

0 mundo de Deus não é um escudo que esconde o poder e a majestade do Criador. Pela ordem natural, é evidente que um potente e majestoso Criador lá está. Paulo escreve em Romanos 1.19-21, e em Atos 17.28 cita um poeta grego como testemunha de que os humanos são divinamente criados. Paulo afirma ainda que a bondade desse Criador é manifesta por meio de suas providências generosas (At 14.17; cf. Rm 2.4), e que ao menos algumas das exigências de sua santa lei são conhecidas de todas as consciências humanas (Rm 2.14,15), juntamente com a desconfortável certeza do julgamento final de retribuição (Rm 1.32). Essas certezas evidentes constituem o conteúdo da revelação geral.

A revelação geral é assim chamada porque todas as pessoas a recebem pelo simples fato de estarem vivas no mundo de Deus. Isto foi assim desde o início da história humana. Deus revela ativamente esses aspectos de si mesmo a todos os seres humanos, de forma que todos os casos de falha em render graças e servir ao Criador com justiça constituem pecado contra o conhecimento, e negações de ter recebido tal conhecimento não devem ser tomadas seriamente. A revelação universal de seu poder, seu merecimento de louvor e sua exigência moral é a base da acusação de Paulo a toda raça humana como pecadora e culpada perante Deus por falhar em servi-lo como deve (Rm 1.18-3.19).

Deus agora suplementa sua revelação geral com a revelação adicional de si mesmo como Salvador dos pecadores, por meio de Jesus Cristo. Esta revelação, ocorrida na história e incorporada à Escritura, e abrindo a porta da salvação aos perdidos, é geralmente chamada revelação especial ou específica. Ela inclui a declaração verbal explícita de tudo o que a revelação geral nos fala a respeito de Deus, e nos ensina a reconhecer essa revelação na ordem natural, nos eventos da história, e em figura de seres humanos, de sorte que aprendemos a ver o mundo inteiro, na frase de Calvino, como um teatro da glória de Deus.

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