2 de jun. de 2010

A Luta com a Impaciência


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Já que a perseverança é uma virtude (2 Pedro 1:6), não deve ser uma grande surpresa que Satanás nos tentaria muitas vezes a sermos impacientes.
A maioria das pessoas tem bastante prática na impaciência. Nós nos acostumamos a ter o que queremos, quando queremos. Quando isso não ocorre, frequentemente nos tornamos impacientes, o que inevitavelmente nos leva a outros problemas.
Uma criança pode fazer birra ao ter que esperar a sua vez, ou se seus pais não lhe compram o que ela quer – agora mesmo! Esta atitude imatura pode refletir as atitudes dos próprios pais. Muitos jovens pais insistem em ter – desde o começo – todas as vantagens que seus pais trabalharam muitos anos para obterem. Ao invés de aguentarem pacientemente móveis velhos até que tiverem condições de comprarem novos, vão e compram mesmo assim. Muitas vezes duas rendas são necessárias na família para pagar estas compras, e isso traz outras despesas que talvez não fossem necessárias em outro caso.
O problema da impaciência é que é uma condição crônica...
Conseguir o que quer se torna um hábito difícil de quebrar. Antes de pagarmos pelos nossos "desejos", já decidimos que "precisamos" de outras coisas, e que precisamos delas agora!
Impaciência nos assuntos materiais já é bastante ruim, mas é ainda mais destrutiva quando aparece em áreas mais importantes da vida. Se a paciência não for desenvolvida cedo na vida, os jovens provavelmente se tornarão impacientes em cumprir seus desejos sexuais, e se convencerão de que "merecem" os prazeres reservados para o casamento – especialmente se estão "apaixonados".
Os cristãos devem lutar contra a impaciência ao lidarem um com o outro. Deus manda que "sejais longânimos para com todos" (1 Tessalonicenses 5:14), incluindo os insubmissos, os desanimados e os fracos. No nosso ensino devemos demonstrar paciência (2 Timóteo 2:24).
Podemos até nos tornar um pouco impacientes na nossa própria busca pela justiça. Por este motivo, Paulo alerta: "não cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos" (Gálatas 6:9).
Deus promete grandes coisas aos que "perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade" (Romanos 2:7). Até mesmo quando a nossa justiça nos traz problemas a curto prazo, somos lembrados a sermos "pacientes na tribulação" (Romanos 12:12), pois como Tiago nos lembra em outro lugar, "sede...pacientes, até a vinda do Senhor.... Fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (Tiago 5:7-8).

–por Al Diestelkamp

PRESSA
Provérbios dizem verdades de modo breve e incisivo. O livro de Provérbios, escrito na sua maioria pelo sábio homem Salomão, está repleto de teses tratando da vida diária. Um tema do livro, freqüentemente ressaltado, é a necessidade de se evitar a pressa. Muitos de nós lutam com a impulsividade, por isso precisamos refletir sobre os provérbios que nos ensinam a não sermos apressados. Considere estas áreas:
Nos atos
Salomão advertiu: "Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado" (19:2). Ele também advertiu: "Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza" (21:5). Pensamento e planejamento cuidadosos funcionam melhor. Carpinteiros hábeis medem três vezes e cortam uma; carpinteiros apressados medem uma vez e cortam três. Em nossa ânsia por completar a tarefa, podemos correr para cumpri-la, mas seria melhor prepararmo-nos deliberadamente antes de agirmos: "Se o ferro está embotado, e não se lhe afia o corte, é preciso redobrar a força; mas a sabedoria resolve com bom êxito" (Eclesiastes 10:10). Não ter pressa, e afiar o machado antes de começar a derrubar as árvores pode parecer perda de tempo; contudo, no fim, muito mais pode ser feito, com menos esforço, quando se dedica tempo a deixar as ferramentas prontas antes de se apressar ao trabalho. Atalhos parecem atraentes, mas desempenhar bem tarefas exige esforço persistente, perseverante. Mesmo que leve mais tempo para fazer algo do modo certo, isso é freqüentemente melhor.
Abundam as aplicações na vida; considere algumas aplicações no reino espiritual. Œ Muitos buscam soluções apressadas para o aprendizado da Bíblia. Eles querem alguns apontamentos fáceis que resumam o ensinamento da Bíblia e os capacitem a aprendê-la com pouco esforço. Na verdade, não há substituto para o exame cuidadoso, que leva tempo, do texto bíblico se quisermos um entendimento profundo da vontade de Deus.  Quando estamos ensinando a não cristãos, é tentador experimentar encontrar alguma abordagem fácil, infalível que envolva algumas poucas e simples lições. E, é possível batizar uma porção de pessoas com fórmulas preparadas. Porém não faremos nem amadureceremos discípulos de Jesus Cristo sem um trabalho de ensinamento mais lento, mais tedioso, de ensinar todas as partes da Bíblia e de ajudar a pessoa a aplicar seus princípios na vida. Ž  Quando estamos trabalhando para amadurecer cristãos e lidar com seus problemas, é fácil sucumbir à tentação de olhar por uma solução apressada. Podemos salientar umas poucas regras e concentrar em mudar algum comportamento sem realmente lidar com os problemas fundamentais e sem guiar a pessoa ao amadurecimento. Os fariseus tentavam corrigir todos os problemas espirituais com regras pré-fabricadas, mas tinham-se descuidado também dos princípios mais profundos: amor, fé e misericórdia. Não se pode reduzir o cristianismo a um conjunto de regulamentos facilmente memorizados, que sejam bons para tudo. O desenvolvimento espiritual leva bastante tempo e esforço.
No enriquecer
Métodos para enriquecer parecem nunca perder seu atrativo. Facilmente acabamos  sendo presas de qualquer plano para ganhar dinheiro fácil. Mas Salomão advertiu:  "A posse antecipada de uma herança no fim não será abençoada" (20:21), e "O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo" (28:20). Há diversos princípios agindo aqui. Œ Coisas que parecem boas demais para serem verdade, usualmente não são mesmo. Se tanto dinheiro pudesse ser ganho com tão pouco esforço, por que todos não o estão ganhando?  Quando estamos apressados demais para ganhar dinheiro, fazemos usualmente coisas que não deveríamos fazer para encurtar o processo. A ganância perverte a consciência. Ž  As riquezas que são facilmente adquiridas são facilmente gastas. Pessoas que ganham subitamente e sem esforço uma grande quantidade de dinheiro (através de herança, ao ganhar um prêmio, no jogo, etc.) usualmente acabam gastando esse dinheiro em muito pouco tempo. Bens que não foram adquiridos por meio de esforço sério não são apreciados.
No falar
Palavras ditas com pressa freqüentemente ferem. "Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina" (12:18). Precisamos sempre pensar antes de falar, porque quando falamos impulsivamente metemo-nos em apuros e criamos conflitos. Precisamos não ser apressados na discussão: "Não te apresses a litigar, pois, ao fim, o que farás, quando o teu próximo te puser em apuros?" (25:8). E temos que ser cuidadosos em não fazer promessas apressadas ao Senhor uma vez que ele espera que todos os nossos compromissos sejam cumpridos: "Laço é para o homem o dizer precipitadamente: É santo! É só refletir depois de fazer o voto" (20:25). É tão fácil comprometermo-nos sem refletir seriamente no que será exigido para cumprir o voto! Há poucas coisas mais perigosas do que uma língua solta. Em Provérbios, o cúmulo da estupidez é o insensato. Mas até o insensato é superado por duas classes de pessoas: o homem orgulhoso (veja 26:12) e o falador impulsivo: "Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele" (29:20). Que o Senhor nos ajude a medir nossas palavras!
No irar-se
Aira é uma das mais fortes emoções do homem, e por tanto, é difícil de dominar.  Quando sentimos ira, a tendência natural é exprimir nossos sentimentos em    palavras e atos ásperos. Por isso Salomão nos advertiu fortemente sobre ficarmos facilmente irados: "O que presto se ira faz loucuras, e o homem de maus desígnios é odiado" (14:17); "O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura" (14:29). Tiago ofereceu, no Novo Testamento, a mesma exortação: "Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus" (Tiago 1:19-20). O maior desafio não é enfrentar a ira com a ira. O melhor caminho é responder à ira com paciência e gentileza: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (15:1). Precisamos exercitar nosso domínio próprio e não permitir que nossa ira nos domine.
No responder
Dois provérbios resumem as advertências sobre responder apressadamente: "Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha" (18:13), e "O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina" (18:17). Precisamos ouvir antes de responder e precisamos ouvir ambos os lados antes de responder. Precisamos fazer isto quer estejamos respondendo a uma pessoa sobre a situação, quer estejamos considerando o que a Bíblia diz sobre um tópico em particular.
Há diversas razões porque as pessoas tendem a responder apressadamente. Œ Orgulho. Algumas pessoas pensam que podem formar opinião desde o início, que podem tirar as conclusões adequadas sem examinar os fatos. Mas as primeiras impressões são freqüentemente inexatas. José pareceu ser culpado de tentar estuprar a mulher de Potifar mas, se Potifar tivesse investigado mais meticulosamente, ele teria desmascarado as acusações mentirosas de sua esposa.  Impaciência. Algumas pessoas não podem suportar qualquer coisa que exija atenção por um longo período de tempo. Elas ficam agitadas e nervosas. É esta a razão por que as pessoas freqüentemente não conseguem entender a Bíblia. Elas não estão dispostas a se concentrar por muito tempo. Aprender pode ser um processo tedioso, por isso podemos preferir saltar a conclusões e encurtar o tempo e o esforço exigidos para estudar seriamente. Ž  Parcialidade. Quando queremos acreditar numa certa pessoa, ou num certo ensinamento, podemos intencionalmente ouvir só um lado. Podemos não querer ser influenciados por coisas que poderiam nos encorajar a chegar a uma conclusão diferente. Os pais defendem apressadamente seus filhos porque querem que eles estejam certos; freqüentemente, eles não analisam todos os fatos do caso.  Preguiça. Muitos não querem gastar a energia mental necessária para aprender a verdade. Quando se trata de discernir a verdade do evangelho no meio da babel de confusão no mundo religioso, o esforço sério é imperativo.  Confiança nos sentimentos. Os sentimentos são um dos piores modos de determinar a verdade (Jeremias 17:9; Provérbios 28:26). Mas muitos acham muito mais fácil deixar que seus sentimentos os guiem do que buscar realmente encontrar a verdade objetiva na palavra de Deus.
As Escrituras mostram muitos exemplos de decisões apressadas. Quando Davi ouviu Ziba, acreditou nele e deu-lhe a terra de Mefibosete. Ele agiu apressadamente porque ainda não tinha ouvido os dois lados. Mais tarde, quando ele ouviu o que Mefibosete tinha a dizer, ele reverteu parcialmente sua decisão (2 Samuel 16:1-4; 19:24-30). Quando Nicodemos questionou: "Acaso, a nossa lei julga um homem sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?" (João 7:51), ele estava certo. Somos incapazes de julgar minuciosamente sem ouvir completamente.
Aplicar esses princípios práticos de Provérbios nos ajudará a evitar atos, palavras e respostas impulsivos, e a levar-nos a tomar decisões muito melhores.

-por Gary Fisher

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